§Capítulo 34§

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Valkin

Saio da casa com Vítme ao meu lado. Meus nervos estão a flor da pele, meu irmão que não vejo a mais de três anos está do meu lado agora, e ele não sabe que eu sou o irmão dele.

Estou pensando seriamente em falar para ele a verdade.

-Então Vítme... Você realmente não se lembra de mim? - pergunto pensando no que é que eu estou fazendo.

-Deveria? Se bem que eu tenho certeza que já te conheço de algum lugar. Só não lembro de onde.

-E se eu te dissesse que você tem irmão?

-Como assim?

-Bom... Se eu te dissesse que você tem um irmão mais velho... Que não te vê a três anos, e que você não se lembra dele porque ele foi obrigado a apagar sua memória com todas as lembranças dos dois juntos e levou todas as fotos dos dois juntos? Que os seus pais não são só seus? E que esse irmão está mais perto do que imagina?

-Eu diria que você é maluco. Sou filho único desde sempre, e é impossível apagar a mente de uma pessoa. E por que da pergunta? E como sabe quem são meus pais? Na verdade, desde que chegou você parece saber até demais de mim e da minha família. Você é um espião americano por algum acaso?

-Não, eu nem ao menos sou americano. Sou indiano. Nasci e cresci nessa cidade... E você não é filho único.

-Tá, digamos que eu acredite em você. Onde está esse tal irmão?

-Só posso dizer que ele está mais perto do que imagina.

-Você é estranho. - diz apressando o passo.

-Você sempre dizia isso. - falo cabisbaixo em meio as lembranças, surpreso, ele olha para trás e me vê parando de andar.

-Você? - pergunta a uma certa distância de mim.

-Oi irmãozindo, você cresceu. Eu te disse que você e a Maia iriam ficar juntos um dia. - falo rindo e olho para Vítme com um sorriso fraco.

-Como é possível? - pergunta com a voz vacilando.

-A história é longa. - falo olhando para as árvores ao nosso lado segurando as lágrimas e acabo fungando.

-Como?... - pergunta ainda incrédulo.

-Talvez isso refresque sua memória. - falo tirando um bolo de fotos nossas amarrados com um elástico do bolso da calça e entregando para ele.

Ele pega e olha cada uma, suas lágrimas já desciam pelas bochechas incontroláveis. Ele para em uma foto de nossa mãe com ele no colo e eu do lado com três anos.

-Você é realmente meu irmão? - pergunta encarando a foto. Assinto com a cabeça e ele parece finalmente acreditar em mim.

Não consego segurar e deixo minhas lágrimas caírem junto com as dele o abraçando. Faço minha chama laranja aparecer escondido e a encosto na nuca de Vítme devolvendo suas memórias ao meu lado, os risos, brigas e lágrimas.

Ele fica imóvel por pelo menos dez minutos recordando as memórias retiradas.

-Valkin... - sussurra em meio as memórias.

-Estou aqui... E nunca mais vou te abandonar. Eu prometo! - falo e ele me abraça com força.

Começou a rir com o momento e separo o abraço.

-Moleque. - falo bagunçando seu cabelo em um afago que eu não dava a muito tempo.

Ele ri se lembrando quando eu fazia isso direto com ele.

-Para Valkin! - fala tirando minha mão e arrumando o cabelo liso.

-Você não sabe a quanto tempo estou esperando por isso. Poder te contar a verdade, devolver suas memórias. Voltar poder te chamar de irmão. - eu não sabia se chorava ou se sorria descontroladamente.

-Uau! Como eu pude esquecer do meu próprio irmão? Como você apagou minha memória? Por que fez isso? Onde esteve nos últimos anos?

-É complicado. Só posso dizer é que agora eu estou aqui e nunca mais vou abandonar você ou os nossos pais.

-Mas eu quero que me explique onde esteve. - diz se aproximando com calma.

Suspiro pensativo, já sabia que uma hora ele iria fazer essas perguntas, só não esperava que fosse tão rápido.

-Uma pergunta de cada vez. Não sei se você vai acreditar, mas falarei a verdade. - falo e ele arfa aliviado por poder ter as respostas de suas perguntas.

-Ok. Oque realmente aconteceu? - explico para ele tudo até a parte em que eu os revivi. A partir daí seria desnecessário.

-Então eu já estive morto? - assento com a cabeça e ele passa a mão no cabelo.

-Então agora você é um dos Guardiões da Terra?

-Não exatamente. - falo pensando se conto ou não.

-Como assim?

-É que... Sabe a Lylian? - ele assente com a cabeça. - Bem ela também é como eu, mas o elemento dela é o da Escuridão. - vejo ele hesitar quando falo aquilo. - Bom... Além dela, tem mais cinco adolescentes que foram escolhidos para os elementos. Cada um com o seu Guardião.

-Entendi, todos vocês tem asas? - pergunta como se duvidasse da minha explicação em relação aos presentes da Jóia Mãe.

Suspiro e me afasto dele conferindo se ninguém, além dele veria oque estava por vir.

Fecho os olhos e ponho as asas para fora, quando os abro, Vítme estava no chão assustado com oque via.

Me aproximo e o ajudo a se levantar. Ele estava maravilhado, mas também estava com medo.

-VALKIN OQUE VOCÊ FEZ? - me viro e vejo Lylian parada na calçada.

-Lylian calma! Eu sei oque eu estou fazendo! Ele é meu irmão e merece saber a verdade! - grito me colocando na frente de Vítme que já estava apavorado até aquele ponto.

-A verdade Valkin? - pergunta e lágrimas surgem em seus olhos. "Ela quer contar tudo para Vítme impeça!".

Lanço um raio contra ela, mas ela se protege com o escudo de plasma.

-Valkin ele é o seu irmão! E até para ele você mente? Como eu já esperava, você só quer saber de si mesmo! - grita assim que os raios acabam.

-Valkin... - me viro para Vítme e vejo o que eu menos queria em seus olhos em relação a mim: medo.

-Do que ela está falando? - pergunta se afastando de mim.

Quando eu ia me aproximar, Lylian joga uma rajada em mim e me preciona contra o chão.

-Vítme corre! Ele não é oque você pensa! Pelo menos não mais! - Lyli grita atrás de mim.

Sem pensar duas vezes, Vítme corre em disparada sem olhar para trás.

-Vítme não! Eu vou te matar Lylian! Juro por meus poderes que eu vou te matar! - grito precionado contra o chão tentando olhar para ela.

De repente, a escuto chorar.

§Guardiões da Terra 2: Treinando o Herdeiro do Ar§ [SENDO REESCRITO]Onde histórias criam vida. Descubra agora