§Guardiões da Terra 2: Treinando o Herdeiro do Ar§ [SENDO REESCRITO]

§Capítulo 54§

Kalil

Lylian acabou de tentar uma conexão comigo, senti uma pequena brecha de conexão. Tento usar mas algo corta a conexão à força.

-Oque foi irmão? - Yong pergunta inclinando a cabeça para olhar para mim.

-Lylian tentou se conectar comigo. Senti uma brecha de conexão, mas a perdi com velocidade. Não sei oque aconteceu com ela. E aqui ninguém além de Mãe e Terra tem acesso aos poderes. - explico sentindo uma dor no peito incontrolável.

-Kalil! - Yong quase grita correndo na minha direção quando caio e sinto a falta de forças em Lylian.

Sem perceber já estava choramingando com a dor. Começo a me debater no chão incontrolávelmente ainda choramingando e soltando alguns curtos uivos e latidos.

-Oque está acontecendo? - Moncin pergunta se aproximando de nós com os outros. Mãe e Terra estavam logo atrás.

-É a herdeira dele. Deve estar com problemas. Por isso ele está assim. - Yong explica e meu peito parece que vai abrir de tanta dor que sinto.

De repente, minha Jóia sai de dentro dos pelos da minha testa e brilha intensamente. Como se explodisse, um aro de poder lança toda a minha força para os lados, só Mãe e Terra permanecem imóveis.

Nalãn e Fizun planam de volta para o chão, Kuren se arrasta por entre as árvores, enquanto Yong e Moncin tentavam se levantar sem cair, por causa da dor na coluna causada pelo impacto contra duas árvores.

-Acalme-se meu irmão. Logo suas dores serão substituídas pela inimaginável alegria. Sua herdeira é forte. Vai se recuperar mais rápido do que imagina. Relaxe e durma. - ouço a voz de Terra soar como uma calmaria. Tudo escurece e sinto algo precionando levemente minha barriga.

(...)
Acordo em uma caverna fria de cristal. Me levanto e caminho até a saída. Caminho calmo e silencioso e paro na entrada me acustumando com a luz lunar da esfera que antes brilhava como o sol no centro de todo aquele mundo.

-Parece melhor irmão meu. - me viro e vejo Terra se aproximar com calma. - Não se preocupe. Sua Herdeira está segura, já recuperou todas as forças que lhe tinham sido tiradas. Mas seus Herdeiros planejam uma coisa que não me agrada muito. - olho para ele que estava deitado calmamente sobre a grama de cristal, porém, incrivelmente macia.

O lago a nossa frente também cintilava e estava calmo.

-Oque quer dizer com isso irmão meu? Oque nossos Herdeiros planejam? - pergunto tentando me manter calmo.

-Eles querem tornar as redondezas do meu coração americanas. Planejam plantar lixo em meu solo. Não concordarei com isso. Posso até construir outra ilha para eles, mas não permitirei que eles permitam que os humanos entrem em minhas terras. Pedi que fizessem a barreira para que mantivessem os curiosos longe de mim. E você sabe muito bem o porque de minha decisão. - explica com calma mas parecia irritado.

Terra era conhecido entre nós por causa disso, essa calmaria toda, em batalhas ou em momentos de paz, ele se mantém ereto e calmo. Nunca demonstrou nenhum tipo de sentimento a não ser quando... Deixa, isso é história para outro momento.

-Tem alguma idéia do porque eles querem fazer isso? - pergunto tentando esconder meu nervosismo.

-Sim. O motivo é bom, mas os humanos já me causaram problemas demais e já estou começando a adoecer por causa dos lixos que eles usam como riqueza. Estou farto dessa infantilidade. Estou pensando seriamente sobre a existência desses seres. - percebo uma áurea sombria tomando conta dele, mas por incrível que pareça, ele ainda estava calmo e ereto.

-Oque quer dizer com isso irmão meu? - me deito ao seu lado deixando apenas a cabeça e o pescoço erguidos, enquanto o corpo está deitado de lado.

-Estou pensando em dar a extinção a espécie humana. Muitas outras sofrem por causa desses bastardos. A humanidade tem se tornado um vírus em mim, um vírus que está conseguindo me matar aos poucos. Já não sinto mais minha força como antes sentia. - ele olha para o casco vendo sua chama dourada dançando no mesmo. - Eu estou morrendo Kalil. Não sei se vou aguentar para ver a próxima geração de Herdeiros. Acho que não vou durar por mais tanto tempo, pelo menos não o suficiente para salvar as espécies que são inocentes da extinção. - novamente sua calmaria me incomoda.

Ele está ameaçando dar a extinção a espécie humana, confirmou que está começando a morrer, e ainda sim se mantém calmo? Eu já estaria tendo um ataque de nervos.

-Sei que está preocupado irmão meu. Mas não há necessidade de todo esse nervosismo. Todos temos um lugar nesse universo, desde o meteoro, já sentia que estava começando a morrer, essas placas que se movem sozinhas, são o meu relógio, a cada tremor e destruição, sinto que minha hora está perto. Já estou andando em círculos a muito tempo. Talvez seja melhor para Mãe construir outro filho. E fazer sua parte do acordo com Existência. Mas não sei se isso irá agradar à Universo. Ele é muito reservado e não gosta de bagunça no seu ifinito. Lembra do que aconteceu quando Existência espalhou as estrelas no jardim negro de Universo? - arrepio até a alma só de lembrar da história que Mãe contou.

-Sim eu me lembro. Mas está mesmo pensando em dar a extinção a humanidade? Há pessoas boas entre as ruins. E a nova geração precisa ser escolhida. Mas creio que dois dos novos Herdeiros já tenham sido encontrados. Dê tempo para os outros serem encontrados. - me levanto e me curvo perante ele. É costume para nós quando pedimos algo para alguma divindade nos cuvarmos, mesmo que essa divindade seja nosso próprio irmão ou Mãe.

-Sabe muito bem que não gosto quando faz isso irmão meu. Vocês são irmãos meus e ainda sim, se curvam para mim. Já perdi a conta de quantas vezes briguei com Kuren por sempre pedir permissão para mover uma pedra do lugar em meu coração. - fico cabisbaixo por causa do comentário e me levanto encarando o chão.

-Não fique assim irmão meu. - ele me convida para novamente me deitar perto dele. O faço mas surpreedentemente ele traça a asa pelo meu corpo e aproxima meu corpo do seu abraço.

De lado, repouso minha cabeça na dele e traço minha asa sobre suas costas. Apesar de ele ter descoberto que é o mais velho entre os oito a pouco tempo, ainda o considerava meu caçula.

-Obrigado por tal pensamento irmão meu. - ele se vira para mim e sorri. Encaro seus olhos híbridos e devolvo o sorriso.

Ficamos encarando o lago por um tempo. Até que sinto Mãe se aproximar com passos leves e quase inaudíveis.

-Também não concordo com oque os Herdeiros querem fazer. Devem voltar e conversar com eles. - sua voz soa autoritária.

-Faremos isso. - Fizun diz pousando graciosamente na grama e Nalãn faz o mesmo logo atrás dele.

-Ótimo. Assim que amanhecer vocês vão para lá e os tirarão do prédio humano. - nós três assentimos com a cabeça.

Me lavanto deixando Terra sentado na grama ainda admirando o lago sem falar nada. Me afasto dele e vou a procura de Moncin, Kuren e Yong.

Os encontro dormindo dentro de uma caverna. Estavam calmos e não faziam muito barulho enquanto respiravam. Kuren estava enrolado no próprio corpo enquanto Moncin, descansava a cabeça sobre as patas em cima de uma pedra elevada e Yong fazia o mesmo no chão. Kuren estava em uma fresta em baixo da pedra de Moncin, que estava acima dele, com as patas caídas quase em cima do corpo de Kuren. Ambos no tamanho de animais normais.

-Melhor vocês acordarem. - eles levantam a cabeça com velocidade por causa do susto que eu dei. - Precisamos conversar.