Eight

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Boa leitura!

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Eu estava sentada no sofá, olhando para a cara do Carol Jr. enquanto ele me olhava de volta

— O que quer fazer?– perguntei, ainda sem piscar

— Ler um livro de biologia?– fiz uma cara de nojo

— Meu Deus? É isso que você faz nos sábados de noite?– ele assentiu—  Ok, vamos jogar videogame!

— Mas eu não tenho videogame

— E você acha que eu não vim preparada? Eu trouxe o meu. Quer jogar homem-aranha?

— Sim, sim, sim!– ele pulou no sofá, animado

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Depois de jogar homem-aranha, brincamos de ser o homem-aranha. Talvez quebramos algumas coisas, mas nada que uma cola resolva. Agora eu estava tentando preparar um bolo junto com o Lipe

Ele estava me trazendo os ingredientes enquanto eu misturava tudo

— Ei pestinha!– chamei o garoto que estava distraído— Já viu uma nuvem de perto?

— Sim! Eu já viajei de avião com a mamãe e com o papai

— Olha essa nuvem aqui– peguei um pouco da farinha de trigo e joguei no rosto do Felipe, que soltou uma risada alta

Perdemos o foco do bolo e começamos uma batalha de farinha. A cozinha estava imunda. Tinha farinha em todos os cantos

Meu celular começou a tocar e meu cu trancou quando eu vi o número da Carol na tela

Oi Day. Tá tudo bem aí?– ela falou primeiro

— Tá tudo ótimo, na maior paz do mundo. Eu e o Lipe lemos um livro de biologia ótimo

Ok... Bom, eu já busquei a minha mãe e o meu irmão, já estamos voltando pra casa. Acho que em vinte minutos estamos aí– arregalei os olhos e olhei para o Lipe. Apontei para a vassoura e a pá que estavam no canto da cozinha e o garoto foi correndo buscar— Só liguei para avisar. Beijos, tchau

— Tchau, Carol

Desliguei o telefone e corri para arrumar aquela cozinha. A Carol provavelmente já estava chegando e a cozinha não estava pronta, eu pedi para o porteiro avisar quando a Carol chegar, aí eu já poderia me preparar para apanhar

Por pura sorte, a Carol falou que ia passar em outro lugar antes de voltar para a casa. Ela disse que o ex-marido dela tinha chegado em Nova Iorque e pediu para levar ela, a mãe dela, e o irmão para comprar algumas coisas para a festa do Lipe

Eu e o pequeno conseguimos arrumar a cozinha a tempo. O cheiro de produto de limpeza estava no ar, aquilo era muito bom

Eu estava deitada no sofá, com o Lipe no colo quase dormindo. Escutei o barulho da porta e a Carol passou por ela. Logo atrás vinha a Dona Rose, o Rafael e um cara loiro, provavelmente o Alexandre

— Ele dormiu?– a Carol perguntou chegando perto de mim

— Sim, vou levar ele pra cama– ajeitei o garoto no meu colo

— Não, pode deixar que eu levo. Muito obrigada por ter ficado com ele. Posso retribuir de alguma forma?

— Sim.– sorri de lado

— Não desse jeito, Dayane. Minha mãe está aqui– ela sussurrou, pegando o Lipe do meu colo— E o Alexandre também

— Mas eu não ia falar nada de mais, eu só queria que você pagasse um lanche pra mim

— Ok, no decorrer da semana nós vemos isso

— Pode ser

Me levantei e cumprimentei a Dona Rose e o restante da galera que era apenas mais duas pessoas. A Carol foi levar o Lipe para a cama, a Dona Rose foi para seu quarto, puxando o Rafael, me deixando com o Alexandre

Estava um silêncio horrível, eu queria pular da janela enquanto ele me olhava. Eu estava olhando para qualquer lugar, menos para o rosto dele, ele parecia estar me testando

— Tá saindo com a Caroline?– ele falou de repente, me assustando

— Não, nunca, jamais.– falei rapidamente— Tipo, a Carol não faz meu estilo, eu não gosto de pessoas que se chamam Caroline

— Tá me enrolando? Sei que quer ela– ela caminhou lentamente até mim

— Vamos Day?– escutei a voz da Carol. Eu nunca respirei tão aliviada quanto agora

Assenti com a cabeça e a Carol me puxou até a porta. Demos um abraço de despedida e trocamos um sorriso

Quando a Carol me deu um abraço e aquele sorriso, eu senti algo diferente, mas não sei exatamente o que era

coisa raraOnde histórias criam vida. Descubra agora