CAPÍTULO - CINCO

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- Que diabo te acordou às dez da manhã? - Mia questionou, risonha

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- Que diabo te acordou às dez da manhã? - Mia questionou, risonha.

- Um diabo chamado Eric. Vou ao Brasil. - Aviso e ela me encara surpresa, enquanto eu terminava de vestir minha camisa e minha jaqueta.

- Ao Brasil?! Como você me fala isso de uma forma tão simples?! - Questionou, espantada. Eu ri, conferindo se minha mochila tinha todo o básico de sobrevivência e logo a joguei em meus ombros.

- Foi um imprevisto. Com tanta coisa acontecendo esqueci de avisar. - Ela assentiu, vindo até mim e me abraçando. Sorri, beijando o topo da sua cabeça. Não há dupla melhor que um gay unido com uma lésbica, e de quebra, nossa rainha hetero chamada Amora, que ainda estava em lua de mel.

Espero ser titio logo.

- Você ainda sente algo pelo Eric? - Questionou, de repente, me pegando desprevenido.

- O quê? Claro que não, Mia! Foi só uma noite.

- Às vezes uma simples noite significa uma vida inteira, sabia? - Falou, com um tom filosófico.

- Profundo. Mas não cabe a mim. Mesmo que... por algum acaso... eu sentisse algo pelo Eric, o que não sinto, não daria certo. Não poderíamos ficar juntos. A máfia nos mataria. Bem, e ele já tem namorada. - Falo, e logo vejo Mia desviando o olhar, mordendo o lábio inferior e limpando a garganta. Instantaneamente eu sabia que ela estava aprontando algo. - Mia, o que está me escondendo?

- Eu? Nada...

- Te conheço há 23 anos, então sim, você está escondendo algo. - Falo e ela bufa, revirando os olhos.

- Se não me engano, a namorada do babaca lá é Débora, certo? - Assenti, desconfiado. - Bem... a gente meio que... ficou algumas vezes, com o amante dela. - arqueio uma sobrancelha, surpreso.

- Amante?!

- Ah, para, Jake. É meio óbvio que ela só quer a grana e o status que o Eric pode proporcionar. Ele é gostoso, mas ao que ela me falou, não é nada romântico e achou isso em um carinha meloso e voyeur.

- Essa história está cada vez mais bizarra. Então ela está mesmo traindo o Eric... - Murmuro, por alguma razão completamente irritado.

- Não diga nada, Jake. Eu te contei porque confio em você. É capaz do Eric matá-la se descobrir e eu ainda não aproveitei o suficiente. - A encaro, totalmente perplexo.

- Então você virou a segunda amante da namorada do Eric? - Ela ponderou, pensativa.

- Não exatamente. O namo... quer dizer, o amante dela tem feitiche em vê-la transando com outra mulher. E quem melhor que eu para isso? - Ditou, sorrindo vitoriosa.

- Eu... vou embora antes que essa conversa fique mais bizarra ainda. - Falo, pegando as chaves da minha moto e meu capacete, e Mia logo agarrou meu braço, assustada.

- Me promete que não vai contar para ele. Além disso, depois do que ele te fez, ele merece. Ele também traiu ela, não? - Reviro os olhos, me soltando.

- Eric e eu não temos essa intimidade para eu ficar me preocupando com a vida amorosa dele. Melhor eu ir. Fica tranquila, beleza? Além disso, é capaz dele querer fazer mal a você se descobrir e eu não vou permitir isso. - Ela sorriu, me abraçando fortemente.

- Você sempre será o maior amor da minha vida, sabia?!

- Ok, sai deste corpo que não te pertence! - Brinco, rindo. Ela bufou, me empurrando.

- Idiota, vai embora daqui! - Resmungou, o que me fez ri ainda mais.

- Agora sim é a Mia que conheço. Aproveite seus dias com a casa sem mim. Sei que vai sentir minha falta. - Falo, vendo ela arremessar um travesseiro em mim, enquanto eu corria para fora do apartamento, rindo. Eu amava essa maluca!

. . . . .

Paro a moto, assim que chego na mansão de Eric. Já tinha passagem livre pelos seguranças, o que diminui um pouco minha irritação de ter que estar aqui.

Vejo Eric saindo da casa, carregando uma mochila. Retiro o capacete, desligando a moto e vendo ele se aproximar, parando na minha frente.

- Pronto? - Eric questionou. Desço da moto, assentindo.

- Estou. Podemos ir logo? - Questiono, impaciente. E logo vejo Débora sair da mansão, abraçando Eric e o beijando. Desvio o olhar, respirando fundo e me segurando para não quebrar a cara dos dois com certas verdades.

- Amor, você vai demorar muito?

- Não, Débora. Três dias, talvez... - Eric respondeu, indiferente.

- Vou sentir sua falta. - Falou, forjando uma voz manhosa. Claro que vai sentir, enquanto está nos braços da minha amiga.

- Eu também, Débora. - Eric falou, pegando as chaves do carro. Eu vou vomitar!

- Acho melhor eu esperar no carro. - Falo, tirando as chaves da mão dele e seguindo para o carro, já parado em frente à mansão. Deixo minha mochila no banco detrás e ocupo o banco do passageiro, aguardando os pombinhos se despedirem.

Observo os dois pela janela, e logo senti vontade de ri. Era a pior junção que já vi em toda a minha vida!

Minutos depois, Eric entrou no carro, me encarando e jogando a mochila para o banco detrás, dando partida em seguida.

O caminho foi um silêncio mortal. Eric com o olhar fixo na estrada e eu observando a cidade pela janela.

- Quanto tempo até o voo? - Questiono, quebrando o silêncio e mantendo meu olhar na janela.

- Duas horas e meia aproximadamente... - Eric comentou, conferindo o horário em seu relógio de pulso.

- Pode parar em alguma lanchonete ou drive true? Estou com fome, não tomei café da manhã. - Falo, sentindo só agora minha barriga roncar.

Passei a noite trabalhando na boate, não jantei e nem comi nada quando cheguei em casa, fui direto para a cama. Então eu certamente iria desmaiar a qualquer momento de fome.

- Tudo bem. Também não comi nada pensando na porcaria desses dinamarqueses. - Eric comentou, o que me fez olhá-lo. Ele parecia realmente preocupado com isso. Eu também estava, mas sempre busco pensar em outras coisas, ou tentar me acalmar de alguma forma.

Bocejo, encostando minha cabeça na janela. Estava morrendo de sono, mas estava me forçando a ficar acordado. Eu certamente iria tomar uns três copos com café forte para ver se me mantenho acordado.

- Você pode dormir um pouco agora... - Eric comentou, chamando minha atenção.

- Quê?

- O aeroporto é um pouco longe, e eu vou procurar um restaurante perto de lá, então você pode dormir um pouco agora. Não quero um zumbi trabalhando comigo. - Suspiro, resolvendo não contrariar. Me acomodo no banco, cruzando os braços e fechando os olhos, adormecendo em segundos.

Estava realmente cansado...

SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora