CAPÍTULO - TRINTA E CINCO

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2 anos depois

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2 anos depois...

Quando cheguei ao Brasil, a máfia brasileira me recebeu de braços abertos, o que me surpreendeu de certa forma, pois o pai de Amora já sabia de toda a história e me acolheu, oferecendo sua ajuda para o que precisasse, mas estando no Brasil eu passei o tempo de gestação em paz, como Eric bem disse que aconteceria.

Esqueci meus problemas, esqueci da Máfia e resolvi me empenhar para cuidar dos meus filhos. Com o tempo, me acostumei com a ideia. E agora que eles nasceram, aquele sentimento de medo sumiu, dando lugar a um instinto protetor por eles na qual eu não sei explicar.

Eric me ligava sempre que podia, desesperado, no começo, dizendo que teríamos ajuda da Máfia canadense, mas que por hora ele precisava se resolver com a família, que era os piores para entenderem. Mas depois de 6 meses no Brasil, eu perdi meu celular, e junto com ele o contato de Eric. Eu era péssimo de memória, então não decorei o número dele, o que me fez ter uma saudade imensa de conversar, ouvir sua voz.

Depois de um tempo, Amora pediu meu número novo ao pai dela, e então eu voltei a falar com Eric.

Meus filhos nasceram, e Eric ainda não voltou, o que me entristeceu. Meus meninos já estavam com 1 ano e nada de Eric conhecê-los.

Tive um casal de gêmeos, Lucian e Tessa. Ambos nasceram saudáveis para a minha tranquilidade após passar horas em trabalho de parto.

Nunca vou me esquecer da dor que senti naquele dia, e tudo que desejei era Eric ao meu lado, segurando minha mão e dizendo que tudo ficaria bem. Mas ele não estava. Um taxista me socorreu enquanto eu fazia compras no mercado.

As contrações vieram mais fortes do que o normal e ele me levou ao hospital mais próximo. Foi um tanto quanto desesperador quando o pneu do carro do taxista furou, mas foi só pedir ajuda na estrada e um motorista que passava me ajudou.

Hoje Eric havia me ligado pela manhã e dito que já estava pegando o primeiro voo para cá, dizendo que iria explicar tudo e me levar de volta para os Estados Unidos.

Eu estava ansioso com sua volta. 2 anos pareceu uma eternidade. E confesso que já pensei que Eric poderia ter conhecido outra pessoa nesse meio tempo. Porém, ele havia me informado que as coisas estavam complicadas por lá e não conseguiu chegar a tempo do nascimento.

Após me arrumar, com algo simples, uma bermuda jeans e camisa branca com estampa de cruzinhas.

— Não, não! Filho, com isso não. — Falo, pegando Lucian nos braços, que havia abandonado o tapete de brinquedos e estava mexendo nos arranjos de flores que custavam uma fortuna.

Ele sempre foi o mais curioso e também o que mais me acorda chorando de madrugada. Parece uma sirene de ambulância. Céus!

As primeiras noites confesso que foram horríveis. Eu não sabia fazer nada direito e por um momento achei que não iria conseguir seguir em frente. Mas o pai de Amora me ajudou. Me ensinou a trocar frauda, alimentá-los, dá banho... com o tempo, isso foi se tornando algo prazeroso de fazer.

Nas primeiras noites eu nem sequer dormia, quem dirá comer direito. Eu ficava muito preocupado em como fazer as coisas, se eu estava fazendo certo, até mesmo se as crianças iriam me amar, pois eu não tenho uma boa fama com crianças.

Mas agora está tudo bem.

Papa... — Tessa chamou, com uma carinha de choro e estendendo os braços para mim. Era a indicação de que ela queria dormir. Sorri, ajeitando os dois em meus braços e indo para o quarto, deixando Lucian no berço e retirando a roupinha de Tessa, separando o pijama dos dois. Sempre dou banho neles antes de irem dormir.

Eles já comeram, já bagunçaram a casa, e as energias parecem ter cessado. Mas eles só dormiam quando eu cantava alguma música internacional, o que de certa forma me fazia lembrar de Eric.

Após ambos banhados, os coloco nos berços, os tranquilizando e começando a cantar uma música que sempre amei e que bem representa meus sentimentos com o nascimento dos meus meninos. Então começo a cantar Flashlight - Jessie J.

Eles também amavam cada vez que eu cantava essa música, e ela passou a ser significativa em minha vida.

Depois de mais três músicas, eles adormeceram. Me levanto, com um pouco de dor nas costas, e sigo para a cozinha tomando um pouco de água gelada.

A campainha logo tocou, me assustando. Caminho até a porta, a abrindo, sentindo meu ar fugir dos meus pulmões ao ver Eric na minha frente, com aquele sorriso largo de sempre, mas seus olhos estavam vermelhos, o que indicava um choro recente.

— Oi... — Ele balbuciou, ofegante. Sorri, sentindo meu coração disparar em fração de segundos.

— Oi...

SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora