PRÓLOGO

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"Por um acaso do destino, tivemos que nos unirmos. Mas isso não significa te amar"

 Mas isso não significa te amar"

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Era uma noite de sexta-feira. Ao que me lembre, Mia estava se enrolando com alguma inocente garota e Amora com seu noivo, ambos cuidando da Máfia com unhas e dentes, e do casamento, claro. Aliás, nunca vi Amora tão animada com um casamento. É até estranho. Mas enfim, que bom que ela finalmente está com alguém que ela realmente gosta.

Entro no bar, indo em direção ao barman e pedindo uma dose dupla de Bourbon. Ultimamente eu me sentia solitário, mas não era por conta dos meus amigos. Mesmo que Amora estivesse prestes a casar, ela continuava puxando minha orelha e não largando do meu pé, assim como Mia, que sempre enchia meu saco em nosso apartamento. Eram as amizades que eu certamente levaria para a vida. Eu amo aquelas malucas. Mas minha solidão é de não ter ninguém mesmo, para fica junto. Mia troca mais de pessoa do que de roupa, e eu não estou exagerando. Ela não tem neura com essas coisas. Amora nunca se ligou nisso. Ela faz mais o tipo que arruma briga em uma balada do que um ficante.

E eu? Bem... eu não sei responder. Às vezes pode alguém até chamar minha atenção, ou me oferecer uma bebida para puxar assunto, mas... nada que tenha me interessado.

Já fiquei com poucos garotos em minha vida. Garotos mais novos do que eu, e já percebi que não funciona. Sempre fui o ativo da relação, e outros também queriam ser, então eu caio fora. E quando encontro algum passivo, geralmente são os que querem algo sério. Mas na vida que levo, não há como eu ter uma relação assim. É perigoso para as pessoas comuns, que não tem um treinamento adequado e não faz parte da Máfia. Então, mesmo que eu tenha que machucar emocionalmente alguém, bem... é o necessário a se fazer. E lembrar disso, me deixa solitário de certa forma.

Solitário porque eu também anseio por uma relação séria. Já encontrei muita gente boa, mas tive que descartar pela própria segurança delas. Aliás, quem iria querer namorar um Agente da Máfia? E esse fato não pode ser contado para pessoas de fora desse mundo, então... essa é a minha sentença.

Me passa a garrafa! — Olho para o lado, ficando surpreso ao ver Eric, ex-noivo de Amora. Ele parecia extremamente bêbado e chateado com algo.

Suspiro, resolvendo ir até ele, tocando seu ombro. Ele me encarou, talvez tentando lembrar quem eu era.

— Eric, está tudo bem? — Questiono, prestativo. Consolar pessoas era o que eu mais fazia na minha vida. É incrível esse meu dom de encontrar gente sofrendo.

— Não! Não está nada bem! Perdi uma grande oportunidade e agora tudo está dando errado! — Resmungou, deitando a cabeça no balcão. O barman já ia servir a garrafa de bebida, mas fiz um sinal negando, puxando o braço de Eric. Um capo dando tanta bandeira assim, sem seguranças. Cadê o juízo, Eric?!

— Anda, Eric. Vamos, eu te levo para casa. — Chamo, apoiando seu braço em volta do meu pescoço.

— Todas são mentirosas! Você sabia disso?! — Eric resmungou, com a voz embargada e quase caindo. Abraço sua cintura, usando a força que eu tinha para segurar aquele homem, que devia ter o dobro do meu tamanho.

— Sim, eu sei, Eric... Vamos. — Falo, o ajudando a entrar no meu carro, colocando o cinto de segurança nele e dando a volta, ocupando o banco do motorista e dando partida.

Assim que chegamos em sua casa, desço do carro, tirando Eric do veículo e novamente apoiando seu braço em volta do meu pescoço, o levando para dentro, mas os seguranças me barraram.

— Deixe que o levamos. — Um dos soldados ditou. Eu já ia entregar Eric, mas ele empurrou o soldado, sem muita força, afinal, ele não estava com força nem para ficar de pé.

— Ele é meu amigo! Ele pode entrar, entendeu?! — Ditou, e o soldado me encarou, não gostando muito da repreensão.

— Sim, senhor... — Passo por ele, levando Eric para dentro da casa, o deixando no sofá. Não parecia ter ninguém ali.

— Bom... você vai ficar bem, não é? Eu preciso ir agora... — Falo, mas ele segura meu braço.

— Fica aqui. Vamos beber um pouco? Essa noite eu mereço. — Falou, chateado. Suspiro, me sentando ao seu lado, vendo ele se arrastar até um mini bar que havia ali, pegando uma garrafa de uísque e me entregando um copo. Aceitei, me servindo com uma boa quantidade e vendo ele fazer o mesmo.

— Jake... você já... se decepcionou com alguém? Já quis jogar tudo para o alto e mandar o foda-se para todo mundo? — Sorri com a pergunta, bebendo uma boa quantidade do uísque.

— Eu já fiz isso. Quando se assume gay na máfia, você se torna uma praga que ninguém quer encostar. — Falo, vendo ele me encarar fixamente. — O que foi? Não quer mais beber comigo por causa disso? — brinco, mas eu realmente esperava que fosse isso.

E sem que eu esperasse, Eric me empurrou no sofá, subindo sobre mim.

— Eric! O que está fazendo?! — Exclamo, tentando me livrar do seu aperto, achando que ele queria me matar ou coisa parecida, e para a minha surpresa, Eric me calou com um beijo, me deixando estático, não entendendo o que estava acontecendo.

Ele parou, me olhando por alguns segundos. Talvez nós dois estávamos tentando assimilar o que estava acontecendo. E logo nos atracamos em um beijo voraz, com pegada. Eric rapidamente arrancou minha jaqueta e camisa do meu corpo, passeando suas mãos pelo meu corpo, até apertar minha bunda, o que me fez lembrar de um pequeno detalhe.

— Eric, não vou ser passivo! — Aviso, e ele ri, segurando meu queixo e se ajoelhando sobre mim, apoiando os joelhos no sofá.

— Sua carinha de anjo me diz o contrário. — Ditou, não me deixando responder, me beijando logo em seguida.

Eu não acredito que estava fazendo isso...

. .  . .

Abro os olhos, sentindo uma forte dor de cabeça, e especialmente entre minhas pernas, no momento em que tento me mexer. Olho em volta, não reconhecendo o quarto na qual eu estava. E automaticamente acabo lembrando da noite anterior, o que me deixou entrar em certo pânico.

— Que bom que acordou. Melhor ir embora enquanto está cedo. — Eric ditou, saindo do banheiro, com uma toalha amarrada na cintura e me virando as costas, o que eu pude ver as linhas vermelhas que deixei em suas costas.

— Como é? — Questiono, não entendendo.

— O quê? Não acha que seremos um casal daqui para frente, não é? Deixa de ser ingênuo, garoto. Foi só um passatempo, um erro. — Ditou, me deixando indignado.

— Um passatempo?! Olha, entendo que não queira nada sério, e não estou exigindo isso, muito menos de você. Mas agir como ser humano às vezes não iria lhe custar nada. — Ironizo, irritado. Ele riu, pegando minhas roupas e as jogando em minha direção.

— Não somos nada e isso nunca aconteceu, entendeu, Jake?!! — Me levanto, me vestindo o mais rápido que posso.

— Amora fez muito bem em trocar você. É um desgraçado que não sabe o que quer! — Exclamo, indo em direção à porta, mas ele rapidamente me puxa pelo braço, agarrando meu pescoço com força.

— Se contar isso para alguém, eu juro que te mato, Jake! Essa carinha de bom moço não me engana. Você não é o bom samaritano, não ajuda por ajudar, muito menos no mundo em que vivemos. Não passa de um interesseiro! — Exclamou, e eu o encaro, perplexo. O empurro com força, furioso.

— Eu devia ter deixado você jogado naquela porcaria de bar e com sorte algum inimigo teria te matado! — Exclamo, abrindo a porta e saindo dali com a raiva tomando conta do meu corpo.

Aquele desgraçado... como ele pôde...?!

SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora