— Então, o que querem me dizer? — Yan questionou, assim que paramos em um restaurante para jantar, ou ao menos usando isso como desculpa. Eu ainda não havia me recuperado da ida de Jake, e não imagino como Yan vai reagir com tudo isso.
— Yan... Jake e eu... nos envolvemos... — Falo, mas pelo modo como me olhou, com a sobrancelha arqueada, eu sabia que precisava me explicar melhor. — Eu estava namorando às escondidas com ele. — Falo e o vejo piscar os olhos, me encarando com certo espanto.
— Como é que é?! — Questionou, surpreso.
— Yan, se acalma e o escute. — Amora interveio, com um olhar sério. Ele suspirou, me olhando com seriedade.
— Começamos meio perdido. Eu... não queria aceitar, pois sabia que era proibido na máfia. Mas... esse sentimento foi crescendo, sem eu me dá conta. Quando vi, eu... não conseguia mais viver sem ele. — Desabafo, sentindo um peso sumir das minhas costas ao dizer isso em voz alta, ao finalmente poder desabafar sobre esse turbilhão de sentimentos que está me matando por dentro.
— Você... Eric, você é gay? — Questionou, mas dou de ombros.
— Eu sou bissexual, Yan. E... é Jake com quem quero ficar. Até porque... ele está grávido. — Yan se engasgou com o vinho que tomava, me olhando com espanto.
— O quê?!
— Não julgo, também fiquei assim. — Amora comentou, sorrindo.
— Ele pode engravidar. Não sabíamos disso, e... após se consultar, descobrimos que ele está esperando gêmeos. — Yan piscou os olhos novamente, assimilando a informação.
— Eric... eu nunca imaginei que você pudesse ser tão irresponsável! — Exclamou, com um tom rígido. — Você sabe o que isso significa?!
— Eu sei! Por isso ele foi embora. Não tínhamos opção... — Yan se levantou, desacreditado, andando de um lado para o outro, nervoso.
— Yan, lembre-se que Jake é meu melhor amigo. E não vou permitir que ninguém o machuque. Ninguém. — Amora ditou, ficando de pé. Yan suspirou, tirando os óculos de grau e passando a mão no rosto nervosamente.
— Você foi um completo irresponsável, Eric! Por Deus! Filhos?! Antes do casamento?! — Exclamou, irritado, mas fiquei confuso.
— Está bravo por causa disso? Jake e eu... — Ele voltou a se sentar, passando a mão em seus cabelos, os empurrando para trás.
— O que Jake e você fizeram entre quatro paredes definitivamente não me interessa. Mas filhos antes do casamento se tornam ilegítimos. Não satisfeito você ainda os manda para outro País?!! O que diabos você tem na cabeça?! — Exclamou, irritado.
— Foi pela segurança dele! Como eu iria me casar com ele? É o que queremos, mas morreríamos antes de chegar ao altar! — Exclamo, em desespero.
— E eu sou o quê?!! Você resolve falar comigo depois dele ir embora para outro País?! Eu sou teu irmão, Eric. Custa falar comigo? Custa me procurar quando precisa de ajuda?!
— Desculpa... eu fiquei com medo de que você machucasse o Jake. — Ele riu sem humor, me olhando incrédulo.
— Por que pensou isso de mim? Eric... eu lutei por minha felicidade, e sei o que está sentindo, mas nada adianta fugir da realidade. Você precisa enfrentar, mais cedo ou mais tarde. — Ditou, em um tom sério.
— E o que eu faço agora? Ninguém vai nos aceitar.
— Você é a porra do capo americano, então faça por onde eles entenderem o significado disso!
— Eu não tenho poder para quebrar uma regra da Máfia...
— Quem disse que não? — Questionou me olhando seriamente. — Você já tem o meu apoio, irmão. A máfia canadense vai proteger vocês.
— Agora eu tenho certeza, casei com o homem certo! — Amora ditou, risonha. — Sem ofensa, Eric. — Brincou, o que me fez sorri.
— Vocês realmente combinam. Agradeço por ter ido embora. Graças a isso, Jake veio trabalhar comigo... — Murmuro, já me sentindo mal de novo ao me lembrar dele. Amora se levantou, suspirando.
— Você tem o apoio da Máfia canadense e também da Máfia brasileira. — Amora falou, chamando minha atenção. — Meu pai e eu sempre tratamos as pessoas com igualdade. Ele sabe que Jake é gay e já falei com ele da gravidez dele, explicando tudo por 3 horas seguidas. Meu pai ama Jake como se fosse um filho e jamais o deixaria na mão. Ele mesmo me disse que também iria protegê-lo com unhas e dentes. Vamos quebrar essa maldita regra nem que seja na marra!
— Eu não sei nem como agradecer... — Murmuro.
— Me dando um abraço, pode ser? — Yan falou, estendendo os braços. Sorri, me levantando rapidamente e o abraçando fortemente, me deixando chorar em seu ombro, não me sentindo mais sozinho nessa. Meu irmão era como um anjo mandado para nos ajudar.
Eu iria ter Jake e meus filhos de volta. Eu necessitava disso.
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SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay)
RomantikPor um acaso do destino, tivemos que nos unirmos. Mas isso não significa te amar.