CAPÍTULO - SEIS

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— Jake

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— Jake... — Ouço alguém me chamando. Abro os olhos, sonolento e com a visão embaçada por conta do sono. Olho para a janela do carro, vendo Eric já fora do veículo, me chamando.

Bocejo, saindo do carro e o seguindo até um restaurante ao ar livre. Não tinha muitas pessoas, a não ser um casal gay aos beijos e abraços em uma das mesas, o que me fez sorri com a cena. Quem me dera...

Nos acomodamos em uma das mesas vagas, ao lado daquele casal, que parecia não se importar com as demais pessoas à sua volta. E eu realmente acho isso a coisa mais corajosa e linda do mundo.

— O que desejam, senhores? — A garçonete nos atendeu, com um bloco de notas em mãos e nos entregando os cardápios.

— Uma salada de frutas, um sanduíche vegetariano e um suco de abacaxi. — Eric pediu, e a moça logo me olhou, aguardando eu me decidir.

Calma, minha querida. A lista é complicada...

— Hm... eu vou querer dois X-tudo e mais um para a viagem, café duplo e batata-frita. Ah! E uma salada de frutas também. — Peço, e ela se retira, anotando tudo.

— A salada de frutas é para se sentir mais saudável? — Eric provocou, o que me fez encará-lo.

— Como adivinhou? — Ele sorriu, balançando a cabeça e desviando o olhar.

Amor, eu vou te alimentar! — O casal ao nosso lado chamou nossa atenção, onde um pegava um morango, dando na boca do outro, rindo e trocando palavras melosas com uma voz forjada de bebê.

— Acho que eu vou vomitar... — Eric murmurou, mas eu fui obrigado a concordar. Romance é algo que não veio junto na hora que nasci. Talvez Deus abençoou pessoas com muitas doses de amor para dá, e resolveu me fazer diferente, para equilibrar o mundo.

— Eu também. — Resmungo, mexendo tediosamente na garrafinha de molhos em cima da mesa. — Enfim, como vamos fazer para as armas não serem pegas? — mudo o assunto, e Eric suspira, se apoiando na mesa e se aproximando de mim, olhando em volta para ver se não tinha ninguém nos ouvindo.

— Sinceramente? Vamos ter que nos arriscarmos. Vir junto com o carregamento. — Nego de imediato.

— Nem pensar. Você é suicida ou o quê?! — Exclamo, vendo ele me encarar irritado.

— Qual é o problema, gênio?!

— Eric, eu sou acostumado com carregamentos. Eu exporto armas ao Brasil, e agora para cá. Tentativas de roubos sempre existiram. Saber lidar com isso de forma inteligente garante as armas e as nossas vidas. — Falo seriamente.

— E qual é o seu plano?

— Deixar que eles pensem que está no papo. Em roubos de carregamento a primeira coisa que eles fazem é rodear o veículo e fuzilar o carro e quem estiver dentro dele. Morreríamos se fôssemos junto com as armas. Ouça, eu tenho um plano mais eficaz... — Falo, abrindo um mapa local em meu iPad e o instruindo em como poderíamos sair ganhando disso.

. . . . .

Após devidamente alimentados, seguimos para o aeroporto, onde chegamos faltando só 10 minutos para o nosso voo.

Depois de todo o procedimento necessário, entramos no avião, procurando nossos assentos, até que encontramos.

— Ei! Pode parar aí! — Ordeno, puxando Eric antes que ele se sentasse.

— O que foi agora?!

— Eu fico com a poltrona da janela, sempre. Não importa o que diga. — Falo, passando por ele me sentando na poltrona, vendo ele revirar os olhos e se sentar ao meu lado.

Notei um rapaz baixinho sofrendo, tentando empurrar sua bolsa para cima, no bagageiro, pulava, empurrava e não conseguia. Olho para Eric, que se mantinha imóvel e nitidamente entediado em seu lugar.

— Não vai ajudá-lo? — Questiono, chamando a atenção de Eric, que me olhou e depois olhou para o rapaz.

— Não é problema meu. — Ditou, o que me fez suspirar.

— Claro, você é um babaca. Eu esqueci disso. — Falo, me levantando, empurrando as pernas dele e passando, indo até o garoto e o ajudando com a bolsa. Ele sorriu, ofegante e agradecido.

— Nossa, muito obrigado. Eu nunca sei lidar com esses lugares altos. — Falou, o que me fez sorri.

— De nada. Precisando, é só chamar. — Falo, prestativo. Ele sorriu ainda mais, me olhando fixamente.

— Eu vou cobrar, hein? — Brincou, o que me fez ri.

— Jake! — Eric exclamou, chamando minha atenção. — Volta para o seu lugar. Está empatando a passagem das pessoas. — Resmungou, o que me fez revirar os olhos, o ignorando.

— Bom, boa viagem. — Desejo, vendo ele sorri, me agradecendo mais uma vez, e então retorno ao meu lugar, encarando Eric. — Desde quando resolveu agir como meu pai?! — Resmungo, me ajeitando na poltrona.

— Desde quando você resolveu agir como criança. — Rebateu, irritado.

— Eu estava ajudando o garoto! — Me defendo, já me irritando também.

— Ah, claro! Muito conveniente para você, não? — Insinuou, o que me fez olhá-lo bravamente.

— O que está insinuando?! — Ele me encarou, indiferente.

— É tão criança para entender o que eu quis dizer? — Rebateu, o que me fez suspirar, me segurando para não causar um assassinato dentro daquele avião.

— Vai se foder, Eric! — Praguejo, virando a cara e pegando meus fones de ouvido, decidindo ignorá-lo a viagem inteira.

Esse idiota não merece minha atenção!

SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora