E novamente eu me encontrava em solo americano. Eric saiu do carro, mas eu continuei dentro, com as crianças nos braços e o coração disparado. Era inevitável não sentir medo, especialmente agora que todos sabiam da verdade.
— Amor, vamos. — Eric chamou, mas hesitei, vendo todos os soldados de Eric fazendo a guarda da mansão, e alguns apenas para nos receber. — Jake, está tudo bem. — Eric garantiu. Respiro fundo, ajeitando meus bebês nos braços e saindo do carro, e não demorou para se iniciar uma chuva de aplausos, que me deixou surpreso e mais aliviado.
Um dos soldados tomou a frente. Era jovem e sorria amigavelmente.
— Seja muito bem-vindo, senhor. Ambos nos fizeram falta. — Falou, e eu encaro Eric, um tanto quanto surpreso.
— Jake, este aqui é o Jonathan. Ele que me soltou do Galpão, quando eu estava preso. — Eric explicou, e eu volto a olhar para o tal Jonathan, que apenas sorria.
— Pode segurá-los? — Peço para Eric, que não demorou nem um segundo para pegar as crianças dos meus braços. Me aproximo de Jonathan, o observando. E então o abraço, sentindo ele ficar surpreso. — Obrigado por ajudá-lo enquanto eu não estava aqui. — Falo, sorrindo e me afastando. Jonathan novamente sorriu, assentindo.
— Não fiz nada mais que minha obrigação, senhor. — Sorri, agradecido.
— E... onde está o tal Gabriel? — Questiono, e Jonathan rapidamente olhou para Eric, não sabendo o que dizer, até Eric fazer um aceno com a cabeça, dando permissão.
— Ele... está preso no Galpão.
— Vivo? — Questiono e ele assentiu. — Ótimo. Me leve até ele. Eric, pode colocar as crianças para dormir? — Falo e Eric me encara com espanto.
— Jake, se acalma. Você mal chegou. Descansa um pouco da viagem.
— Não preciso descansar. Bem, você não queria tanto ficar mais tempo com as crianças? Está aí a sua chance. Eu volto logo. — Falo, beijando seu rosto e depois dos meus bebês, não esperando ele falar e pegando as chaves do carro dele no seu bolso, chamando Jonathan para vir comigo, que prontamente obedeceu.
— Jake... espera...! — Eric tentou chamar.
— Beijo, amor. Também te amo! — Falo, dando partida no carro.
. . . .
— Eric ficou preso nesse lugar...? — Questiono, sentindo um frio subir pela minha espinha ao imaginá-lo preso, sofrendo naquele lugar decadente.
— Sim, senhor. Mais o capo canadense, Yan, reuniu uma tropa maior ainda e conseguiu dominar os traidores. Então pudemos tirar o chefe daqui e trazê-lo de volta para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído. — Jonathan falou, o que me fez concordar silenciosamente.
— Esse Gabriel foi quem liderou os traidores? — Questiono e Jonathan assentiu.
— Sim, senhor. E matou boa parte dos nossos parceiros. — Assenti, suspirando.
— Você fica aqui. — Falo, entrando no Galpão, vendo o tal Gabriel ajoelhado na terra molhada, com os pulsos acorrentados, o que fazia os braços ficarem esticados. Paro em sua frente, me abaixando e o observando. Ele ergueu o olhar, me encarando com nojo.
— Você... você é o nojento que se envolveu com aquele traidor, não é?! Eu devia ter caçado você! Matado aqueles bastardos! — Exclamou, totalmente fora de si. Apenas sorri, continuando a observá-lo. Notei sua respiração pesar, me encarando de volta. — O que tanto olha, seu infeliz?!! Quer me pegar também?! Nem em sonho, ouviu?! — Eu sorri mais ainda, achando aquilo no mínimo cômico.
— Pare de me olhar, seu nojento! Eu não tenho medo de um veado como você! Quando eu sair daqui, eu vou acabar com você! Eu vou matar aqueles bastardos na sua frente! — Ralhou, e eu apenas suspiro, com uma estranha tranquilidade.
— Continue. O que fará? — Questiono, sorrindo macabro.
— Eu vou te esquartejar, seu desgraçado! Te jogar para os cachorros de rua comerem! Eu vou torturar aqueles bastardos e logo em seguida vai ser aquele traidor do Eric! — Gritou. Era cômico, e eu só sabia sorri.
Me levanto, subindo as mangas da minha camisa até os cotovelos, chamando sua atenção. Olho em volta, vendo um carrinho com vários objetos de tortura.
— Para a minha felicidade e o seu azar, hoje eu acordei extremamente inspirado. E durante a viagem, do Brasil até aqui, eu fiquei pensando em como matar um inconveniente de inúmeras formas diferentes, desde que ele sinta a maior dor da sua vida... — Comento, me abaixando novamente à sua frente. — E quer saber? Eu sou muito bom nisso.
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SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay)
RomancePor um acaso do destino, tivemos que nos unirmos. Mas isso não significa te amar.