Três semanas se passaram, e Eric e eu vivíamos essa relação incerta às escondidas. Ele já havia deixado algumas roupas dele em meu apartamento, e eu na casa dele, o que era até engraçado por termos chegado nesse ponto. De ter que deixar roupas e escova de dente na casa um do outro. As coisas simplesmente iam acontecendo.
— Finalmente nós três juntos de novo! — Mia exclamou, animada. Era um final de semana e resolvi sair com Amora e Mia. É difícil reunir nós três ultimamente. Ando tendo muito trabalho na máfia, incluindo a busca por esse traidor, e Amora está casada, também ativa na máfia, então... as saídas se tornaram raras.
— Verdade. E aí, Jake? Eric já decidiu? — Amora questionou e eu a encaro sem entender.
— Decidiu o quê?
— Como o quê?! A barriga de aluguel. — Ditou, mas eu neguei. Eric nem tocava no assunto de tão ocupado que estava.
— Não. Pelo menos, não comigo.
— Vocês estão bem próximos ultimamente, não? — Mia falou, sorrindo descontraída.
— Claro. Trabalhamos juntos. — Falo, dando de ombros.
— Olha, se você não fosse um Agente da Máfia, se sairia muito bem como ator. — Amora provocou, rindo junto com Mia, o que me fez revirar os olhos, nem conseguindo negar de novo. Então fiquei na minha.
Logo a garçonete chegou, nos servindo o café e sanduíche. Estávamos em uma lanchonete, apenas jogando conversa fora. Ainda era cedo, e como não trabalhei noite passada, pois Eric resolveu me visitar em meu apartamento, pude dormir um pouco à noite e acordar com energia.
Olho para o sanduíche à minha frente, não o achando mais tão saboroso quanto antes. Empurro o prato para frente, vendo as duas me olharem estranhamento.
— O que foi? — Amora questionou, me olhando sem entender.
— Nada. Só não estou com fome. — Falo, e Amora me encara como se eu fosse um louco.
— Espera aí, você... justo você está me dizendo que está sem fome? Está recusando um sanduíche? Quem é você e o que fez com meu amigo?! — Ditou, e eu reviro os olhos, sorrindo.
— Você é tão exagerada.
— O que você comeu ontem? Isso é no mínimo, estranho, já que você comia três ou quatro sanduíches de uma única vez. — Mia falou, mas eu apenas ignoro os comentários das duas.
— Ok, vocês estão exagerando. Eu também tenho dias que não quero comer nada, beleza? Deu minha hora. Vou rever alguns assuntos pendentes. — Falo, beijando o rosto das duas e seguindo para a mansão de Eric. Ele disse que me queria lá antes das 10 horas da manhã.
Bem, aqui estou.
Entro em sua casa, indo diretamente ao escritório, pois sei que era lá que ele estaria.
Me encosto no batente da porta já aberta, dando duas batidas na mesma, vendo Eric erguer o olhar rapidamente, sorrindo ao me ver.
Ele se levantou, vindo em minha direção, fechando a porta e me encostando na mesma, me beijando demoradamente. Um beijo lento e que me dizia “oi, senti saudades”. Eric anda fazendo isso constantemente, sempre que me encontra.
— Andei pesquisando sobre o amante de Débora. — Eric falou, ao cessar o beijo, o que me deixou até tonto, tentando entender o que ele havia falado.
— Ah, e aí? Algo interessante? — Questiono, recobrando minha consciência.
— Talvez. Venha aqui. — Eric me chamou, voltando a se sentar em sua poltrona atrás da mesa. Paro ao seu lado, me apoiando na mesa e olhando para a tela do computador. — Eu já o conhecia antes. E esse sujeito não é nada agradável.
— Roman Alencar? O que ele faz? — Questiono, lendo seu nome na tela do computador, abaixo da sua foto.
— Ele é um iniciante na máfia. Procura gente importante no meio e tenta uma amizade para ser mais fácil conseguir poder e crescimento na máfia. Atualmente, ele trabalha com uma pequena fração de homens que nem sequer sabem o significado de fazer parte de uma máfia de verdade. Trafica drogas e contratam pessoas para vender suas merdas e ganhar ainda mais dinheiro. Mas nada que dê para comprar nem uma arma de qualidade. — Eric explicou e eu assenti, pensativo.
— Então ele tem uma quadrilha de otários e quer chegar no nosso patamar? Interessante... — Murmuro, risonho.
— O que tem em mente?
— Posso entrar em contato com ele. Me apresento com nome falso e digo querer fazer parte do negócio. Se eu ganhar a confiança dele, eu posso descobrir facilmente com quem ele anda entrando em contato. E se for alguém daqui, acabamos com os dois e o resto da gangue vergonhosa dele. — Falo e Eric suspira, sorrindo.
— Adoro quando fala assim, todo sério e vingativo. — Provocou, o que me fez ri.
— Você já está virando um ninfomaníaco. — Brinco e ele gargalha, me puxando para seu colo e me beijando.
— A culpa é toda sua. — Ditou, desferindo um tapa em minha bunda.
— Ok, vamos parar com isso, porque qualquer um pode entrar no seu escritório. — Falo, me levantando rapidamente, mas na mesma hora me apoio na mesa ao sentir uma forte tontura me atingir.
— O que você tem? — Eric questionou, se levantando rapidamente.
— Nada... Deve ser porque eu não comi nada hoje... — Murmuro, respirando fundo e esperando essa tontura passar.
— Quer tomar café comigo? Você não pode ficar sem comer, Jake! Ainda mais na posição em que você atua na máfia! — Ditou, em um tom sério.
— Eu sei...
— Vamos. Você vai comer alguma coisa, nem que seja na marra! — Ditou, me puxando pelo braço, indo devagar até a sua cozinha, onde ele preparou uma vitamina e torradas para mim. Eu não estava com fome, mas comi mesmo assim.
E dois minutos depois, corri para o banheiro mais próximo, vomitando tudo.
Era só o que me faltava! Adoecer à essa altura do campeonato...
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SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay)
RomancePor um acaso do destino, tivemos que nos unirmos. Mas isso não significa te amar.