CAPÍTULO - TRINTA E TRÊS

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Assim que chego no aeroporto, espero o horário do meu voo, na qual eu comprei as passagens de última hora e nem sei como consegui essa dádiva

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Assim que chego no aeroporto, espero o horário do meu voo, na qual eu comprei as passagens de última hora e nem sei como consegui essa dádiva.

Me sento em uma das cadeiras vagas, olhando meu celular. Eric não me mandou nenhuma mensagem, nem me ligou. Talvez ele não se importasse mais...

Após uma hora de espera, faltava dez minutos para o meu voo. Eu estava com medo, não vou negar. Com medo de ter essas crianças sozinhos. Não tenho vocação para ser pai, como vou saber cuidar de duas crianças?!

Me levanto, ajeitando minhas malas e me preparando para embarcar.

— Jake! — Olho para trás, vendo Eric vir atrás de mim. Por um momento, eu sorri, esperançoso.

— Eric...

— Eu... não queria que você fosse sem me despedir. — Falou, quebrando minhas expectativas.

— Achei que fosse me pedir para ficar... — Murmuro, suspirando.

— Só se eu não me importasse com você eu te pediria isso. Jake, entenda... eu não vou te colocar nas mãos da Máfia dessa forma. Não quero que se machuque... — Suspiro, entristecido.

— Tudo bem. Você conseguiu. Estou indo embora. — Falo, lhe virando às costas. Eric logo puxou meu braço, me surpreendendo com um beijo longo, de despedida, o que só serviu para me machucar mais ainda.

Eric cessou o beijo, chorando baixinho e colando sua testa na minha, pousando suas mãos em minha barriga.

— Eu amo você, Jake. Amos nossos filhos. E mesmo que me odeie, não vou deixar que se machuque. — Declarou, arrancando as palavras da minha boca.

Passageiros para o voo 321, com destino ao Brasil, por favor, sigam para a área de embarque. — A voz no autofalante soou pelo o aeroporto, me deixando mais assustado ainda.

— Estou com medo... — Confesso, baixinho. Eric segurou minhas mãos, me olhado fixamente.

— Eu vou te buscar o mais rápido que eu puder. Você vai se sair bem. Eu sei que vai. Eu não vou deixar vocês sozinhos. Me ouviu? Não vou. — Eric me beijou mais uma vez.

— Eu... preciso ir. — Murmuro, e ele me abraça forte, me beijando novamente.

— Vai... e não me deixe sem notícias, por favor. Mesmo de longe, eu quero acompanhar cada momento da sua gravidez. — Suspiro, assentindo.

— Tudo bem... eu... já vou. — Falo, um tanto quanto abalado. Eric segurou minha mão novamente, sorrindo fracamente.

— Aqui. É remédio para enjoo, caso você passe mal no voo. Também trouxe um cobertor... E um travesseiro de pescoço se quiser descansar na viagem. Tem lanche e vitaminas se precisar... — Disse, me entregando uma bolsa com tudo. Ele estava nitidamente nervoso e entristecido. Mas mesmo assim tentava sorri só para me confortar. — Vai ficar tudo bem... — balbuciou.

Respiro fundo, sentindo um nó se formar em minha garganta.

— Obrigado...

— Vai logo. — Ditou, tentando sorri, mas dessa vez ele falhou, pois ainda chorava. Pego minhas malas, resolvendo ir de uma vez antes que me doesse ainda mais.

Olho para trás, sentindo meu peito doer ao ver Eric sentado em uma das cadeiras, se cabeça abaixada e chorando compulsivamente.

Penso em voltar, mas um dos seguranças do aeroporto me guia para o avião, me ajudando com as malas. Entro no avião, me sentando na poltrona perto da janela, ainda podendo ver Eric sozinho, aos prantos, o que me fez chorar mais ainda, não querendo ir embora.

Uma adolescente se sentou ao meu lado, observando meu estado.

— Você está bem, moço?

— Não... Mas vou ficar. — Balbucio, e logo anunciam que iriam levantar voo, já não dando mais tempo para voltar atrás. Merda, eu me sinto horrível...!

Horrível é a palavra correta para definir como me sinto

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Horrível é a palavra correta para definir como me sinto. Um vazio que se iniciou e não tem mais fim. Por causa de toda essa merda, meus filhos vão nascer longe de mim, o que me quebra só de pensar. Me preocupo com Jake, em como ele vai se sair sem mim, como vai se sentir, se vai passar mal todos os dias. Quem vai ajudá-lo?

Fecho meus olhos, simplesmente não conseguindo mais parar de chorar. Eu não aguentei nem olhar para o avião partindo. Não havia volta, ele havia mesmo ido embora.

— Eric! — Olho para frente, vendo Amora correr em minha direção, junto com Yan. — Ele já foi? — questionou e eu assenti, não conseguindo falar nada.

— O que houve com você, Eric? Por que está chorando? — Yan questionou, me olhando sem entender, o que me levou a crer que Amora ainda não havia dito nada a ele, e para falar a verdade, eu tinha medo de que ele descobrisse e me julgasse também, que tentasse fazer mal a Jake. Eu jamais permitiria isso.

— Amor, podemos conversar daqui a pouco? Eu preciso falar com Eric em particular. — Amora pediu.

— Tudo bem. Eu vou te esperar no carro, ok? — Ela assentiu, e Yan se distanciou, saindo do aeroporto. Amora suspirou, se sentando ao meu lado.

— Como você está? — Amora questionou, com um olhar amigável.

— Péssimo. Meus filhos vão nascer sem mim, sem meus cuidados... Jake está sozinho... sem ninguém para acalmá-lo. Eu me sinto horrível... — Desabafo e Amora suspira, apertando meu ombro, tentando me confortar.

— Não está fácil para mim também. Eu nunca fiquei longe de Jake por tanto tempo. Mas é o necessário até procurarmos uma maneira de deixá-los seguros para vocês poderem se ver novamente.

— E como vou fazer isso? Mesmo sendo Capo da máfia, não tenho o poder de mudar o pensamento de ninguém. Eles caçariam Jake onde fosse. Matariam meus filhos. Eu não suporto nem pensar nisso...

— Jake, vai ficar tudo bem. Vocês não estão sozinhos. Mas... acho que chegou a hora de explicar a situação para seu irmão. Ele já está fazendo perguntas. Principalmente por que Jake foi embora de repente.

— Não vou falar para ele. Eu preciso proteger Jake...

— Eu não vou deixar Yan machucar ninguém, muito menos meu amigo e meus sobrinhos. Não há outra maneira, Eric. Se quiser ver Jake e seus filhos de novo, precisa reunir forças para lutar contra quem quer que queira fazer mal a vocês. — Assenti, vencido.

— Tem razão...

— Vamos falar com o Yan? — Amora questionou, se levantando. Mesmo com medo do que poderia acontecer, eu aceitei, me levantando e criando forças para sair dali.

Nunca me senti tão inútil em toda a minha vida como agora.

SERVINDO AO DIABO - Livro II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora