Evan pegou o cestinho com a Lins dormindo dentro dele e minha mãe levou minhas bolsas e eu sai segurando a mão do Bless que sorria empolgado fitando seu pai levar sua irmã, molhei meus lábios e saímos juntos do hospital e logo vi alguns jornalistas ali , com certeza para tirarem fotos para o jornal de amanhã comentando sobre a saída da filha do prefeito da maternidade. Evan me esperou e segurou minha mão me guiando até seu carro onde colocou o cesto da bebê ao lado da minha mãe e Bless entrou em seguida , e enquanto seu pai colocava o cinto nele , eu entrei no banco da frente fechando a porta.
— Raul está ansiosa para ve-la.
— Ele também está lá em casa ? — pergunto e ela sorri concordando fazendo sinal olhando para o Evan que acabava de entrar no carro.
Desde o dia da apresentação do Evan como prefeito , ele e Raul tinham meio que se reaproximado e eu fiquei feliz por isso , não era justo continuarem afastados , todos nós já nos perdoamos , precisamos de paz e principalmente da nossa família.
— Você está bem ? — ele pergunta antes de ligar o carro e eu concordo sorrindo.
— Estou.
A caminho da nossa casa dei uma olhada para o Bless que jogava em seu minigame e sorri de canto , agora sou mãe de dois , e eu li tanto sobre isso nos últimos meses que estou com medo de não conseguir dar atenção aos dois e prejudicar um deles.
[...]
Bless foi o primeiro a abrir a porta pra mim e o Evan riu disso e eu segurei a mão do meu filho que tentava me ajudar em tudo , e eu fiquei feliz com isso , deixei ele acreditar que eu não conseguia andar sem segurar sua mão.
— Está indo bem garoto — seu pai pisca pra ele e ele sorri orgulhoso.
Entramos em casa e sorri ao ver todos ali , e a faixa "Seja bem vinda Lins" no alto da sala. Ramona estava junto ao Donovan que segurava o bebê e Maria Flor sorrindo sentada em uma das poltronas e Megan junto ao Raul.
— Eu quero ver ela logo — Megan murmurra deixando a garrafa de cerveja na mesinha e eu olho para o Evan que trazia nossa filha.
— Filha — Raul se aproxima — como está ?
— Oi pai — sorrio sentindo seu abraço acochegante — estou bem.
Ele beija minha testa e olha para o Evan que comprimenta e coloca o cesto da Lins sobre o sofá enorme fazendo todos se aproximarem para ve-la.
— Oi — Ramona se aproxima — quer fugir lá pra cima ?
— Seria falta de educação — sussurro e ela nega segurando minha mão e sorri me guiando pra escada e respiro fundo ao me sentar em minha cama.
— Lins é linda — mona diz se sentando me fazendo sorrir também.
— Ela é — digo convencida.
— Eu queria te tirar de lá pra te entregar uma coisa — ela diz mexendo em sua bolsa.
— Que coisa ?
Ramona tira um envelope meio amassado da bolsa e me olha séria e isso meio que estava me assustando.
— Donovan encontrou e me entregou — ela diz e eu pego — estava em um dos cofres antigos do seu pai , quase que Donovan jogou fora com os outros papéis.
Abri rápido e parei de rasgar o envelope ao ver a frase escrita nele " Para minha querida filha , Emma ."
— É a letra do meu pai — digo surpresa e Ramona assente.
— Vou te deixar sozinha — ela diz e eu ignoro puxando o papel de dentro.
Querida Emma , se esse papel chegou em sua mãos é por que chegou minha vez de ir para uma dessas covas malditas. Eu sei que não tivemos tanto tempo juntos , não aproveitamos tudo que um pai e uma filha tem para aproveitar. Mas de uma coisa eu posso te dizer com toda a minha certeza , todos esses anos depois que você chegou na minha vida , fizeram ela valer a pena. Eu nunca me importei tanto com a morte como me importo agora , pois agora eu tenho um motivo de não querer ir tão cedo. Você , meu neto... Como eu desejaria ve-lo crescer , ensinar coisas pra ele , pois sei que o Tarlley não aprendeu nem metade de tudo que eu sei. Brincadeira! Eu sei que ele vai ser um bom homem para você e o meu neto. Pois se ele não for , darei um jeito de voltar na terra só para dar um tiro em sua cabeça. Outra brincadeira ! Talvez não.
Eu só quero te dizer querida , que você fez de mim , um homem novo , me fez ser pai , me fez feliz mesmo achando que nunca seria. Me deu uma família quando eu pensei que nunca iria ter algo como isso. Então saiba filha , que onde estiver , com quem estiver , seu pai estará sempre com você , orgulhoso de cada passo seu.De seu velho pai
Não notei antes , mas eu estava chorando como uma criança , passei a mão no rosto sentindo as lágrimas e encarei o papel novamente e engoli seco sentindo o meu peito doer , eu sentia falta dele. Muita falta.
— Emma — a voz do Evan me faz encarar ele e ele logo se assusta ao me ver nessa situação.
— Onde está a Lins ? — pergunto secando o rosto.
— Com sua mãe — ele responde se aproximando e quando ele senta eu me aproximo abraçando ele , e não consigo não chorar.
Ele não diz nada , mas sei que quando pegou o papel da minha mão ele leu do que se tratava e apenas me deixou chorar em seu peito enquanto fazia carinho em meu cabelo.
— Sinto falta dele — digo baixo e o Evan beija o topo da minha cabeça.
— Pra falar a verdade , até eu sinto — ele diz e eu levanto o rosto olhando em seus olhos.
— Ao menos sei que ele ficaria feliz em me ver hoje — sorrio fraco — casada com você e cuidando dos nossos filhos.
— É — ele sorri de canto pensativo e se aproxima acariciando meu rosto — só não chora , fico mal quando chora , sabe disso.
— É melhor descermos — digo e ele concorda se levantando e eu molho meus lábios pegando a carta colocando entre meus livros na primeira gaveta e entrelaço meus dedos na mão do Evan saindo do quarto.
Eu sentia falta do meu pai , os poucos anos que passei com ele , me fizeram perceber que éramos mais que parecidos , tinhamos uma boa ligação , e eu queria ter tido mais tempo com ele.
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Condenados pelo amor || PARTE 3
FanfictionDuas pessoas ligadas a um passado doloroso , com uma história de amor fracassado , e com cicatrizes curadas , talvez não tão curadas. Emma agora é Gemma Sinkler , uma mulher que é totalmente o oposto do que ela foi um dia , a garota doce de Buffords...