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P.O.V Lucas

Sábado, 7:30 AM

Eu estava falando sério quando disse que bateria na porta da Max bem cedinho no sábado. Vai ser hoje ou nunca, eu vou contar pra Max que gosto dela, e só tenho o dia inteiro para contar isso.

Foi a decisão mais sabia que já tomei, assim posso contar para ela com calma e sem pressão de uma plateia, de uma forma simples que possa ser clara e que ela goste e varias chances de amarelar no percursos. A Max não gosta de coisas que chamam muito a atenção, não quando envolve essas coisas melosas e cheias de drama, já perdi as contas de quantas vezes ouvi seu discurso de ódio a casais que vivem fazendo coisas que segundo ela "dão enjoo até nos My littel pony".

Respiro fundo e começo a escalar sua parede até a janela do seu quarto, eu duvido que tenha alguém acordado a essa hora nesta casa, fora que estou correndo um grande perigo de ser enterrado vivo, a Max vira bicho quando acordada, fazer isso em um sábado de manhã é assinar seu atestado de óbito.

Bato em sua janela umas três vezes, eu não sei porque ela insiste em trancar isso daqui, até parece que alguém vai invadir o quarto por aqui. Bato com mais força, fazendo um barulho estridente, acho que com essa ela acordou.

Não demora para aparecer na minha frente uma ruiva com o cabelo todo embaraçado, coçando o olho e com a cara toda amaçada. Ela abre a janela e me olha irritada, do jeitinho que eu gosto.

- É bom alguém estar morrendo - avisa ela - se não esse alguém vai ser você!

- Eu disse que passava cedo para te pegar.

- Estava falando sério? - diz andando, me dando espaço para entrar. Ela vai até sua cama, se deitando e se cobrindo até a cabeça.

- Muito sério - digo puxando seu edredom, que ela segura firme - anda, Max, levanta!

- Me deixa dormir!!! - choraminga arrastado.

Com um pouco mais de força consigo finalmente jogar o edredom no chão, fazendo uma serie de palavras saírem da boca de Max, não pude entender nada que ela estava dizendo pois sua cara estava enterrada no travesseiro.

- Eu te odeio, sabia? - fala levantado um pouco o corpo e tirando o cabelo do rosto.

- Odeia nada! Vamos, levanta, que o nosso dia está cheio - falo empolgado e em troca eu recebo uma carranca.

- Eu não estou falando com você - fala se jogando de novo na cama.

- Você não precisa falar - digo convencido - só vem comigo!

- Tá - diz se dando por vencida e levantando - mas você vai esperar eu tomar um banho e ficar apresentável.

- Espero o tempo que for, mon amour - me sento em sua cama com um sorriso de orelha a orelha.

Max começa a mexer nas suas coisas, pegando toalha e uma troca de roupas, ela faz tudo isso enquanto reclamava um monte, dizendo o quanto me odeia por eu estar torturando ela desse jeito e o quanto era irresponsável da minha parte, ela nem tinha argumentos para sustentar as acusações, acho que nem fazia ideia do que saia da sua boca. Também não estava ouvindo, considerando o tanto de barbaridades que falei e ela não retrucou.

Max entra no banheiro que tinha em seu quarto, deixando a porta uma brechinha aberta, provavelmente para continuarmos conversando, ou melhor, falando sem ser ouvidos, porque tenho certeza que ela não está me escutando, eu podia dizer agora mesmo que a amo que ela não ia nem perceber.

- Você sabe que odeio acordar cedo - reclama - por que está fazendo isso comigo?

- Porque está um dia lindo e temos que aproveitar - respondo.

All Of Me - Mileven Onde histórias criam vida. Descubra agora