Capítulo 28 - Home Sweet Home

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A família Velmont estava em vias de aterrissar em solo brasileiro. A viagem não foi tão turbulenta como René previa, porém muito longe de ser um retorno feliz.

Patty e René Jr. dormiram tranquilamente durante a viagem, já Tereza Cristina rolava de um lado para outro na cama, tão agitada quanto um siri na sala não deixando René dormir.

Ela foi abraçá-lo na tentativa de agradar e o sentiu tão distante, temendo que o pior acontecesse. Ela até a abraçou de volta, mas não era caloroso e acolhedor como costumava ser. Nem os cabelos que gostava tanto, ele afagou. Apenas a abraçou como quem abraça a uma almofada. Deixou que algumas lágrimas, num choro silencioso molhassem a camiseta do marido que não lhe perguntou o motivo do choro. De repente a conversa que ouviu do marido com a filha voltou a rondar sua cabeça.

Além de ter que enfrentar tia Iris, um outro ponto que a deixou tão relutante quanto ao regresso era justamente a incerteza sobre o que René faria. Não tinha a menor ideia de quais seriam as suas atitudes.

E se ele a abandonasse? A trocasse por uma mulher mais interessante e menos mimada do que ela?

Todas aquelas perguntas lhe assombravam mais que fantasmas.

No Brasil, Baltazar já os aguardava no aeroporto com o carro de René que tinha o porta-malas maior. Os meninos sentiram-se eufóricos por finalmente chegar em casa, em contra partida a mãe parecia bem irritada com o trânsito caótico, em decorrência de um acidente na Avenida Governador Carlos Lacerda e o trajeto que costumava demorar em torno de trinta minutos aquela hora da manhã, demorou pouco mais de duas horas.

Na mansão, Crodoaldo os aguardava ansiosamente a ponto de sentir seu coração parar quando ouviu Baltazar estacionar o carro.

CRÔ -Pitonisa de Tebas seja muito bem vinda a tão nobre residência!

TEREZA CRISTINA -Crodoaldo Valério – rugiu segurando a mandíbula do mordomo – Me favoreça com o teu silêncio. Como ser bem vinda a um lugar ao qual nem queria voltar. – Finalizou, indo direto para suíte master.

CRÔ -Posso imaginar o motivo, não é mesmo! – pensou alto, a ponto de chamar atenção de René.

RENÉ -Você sabe de alguma coisa que não sei Crodoaldo Valério? Você com toda certeza sabe porque Tereza Cristina não relutou tanto em voltar para casa.

CRÔ -Eu, óh grande faraó, imagina! Esse humilde servo só serve para executar as tarefas ordenadas pela filha de Rá.

RENÉ -Tá certo Crô. Já entendi. – disse, respirando fundo.

PATTY -Não vai me dar um abraço não Crô? Estava com saudades de você e inclusive lhe trouxe um presente, aliás trouxe para todos vocês por sempre cuidarem tão bem da nossa casa sempre que nos ausentamos.

Patrícia sempre teve muito carinho por todos os funcionários da casa. Os tratava com muito respeito e gratidão.

RENÉ Jr. -Gente eu vou porque essas malas estão pesadas. Pai se não estiver muito cansado, você bem que poderia fazer uma daquelas suas panquecas. A comida grega é ótima, mas estou morrendo de saudade da tua comida.

RENÉ -Nem bem chegamos e já está me explorando moleque? – brincou com o garoto – Desfazer tuas malas, tomar um banho que daqui a pouco preparo umas panquecas para você. Crô, vou tomar um banho e fazer as panquecas do meu filho e depois vou dar um pulinho no Le Velmont e enquanto isso, cuide de Tereza Cristina, se precisar "bota" ela para dormir bem tranquila.

CRÔ -Pode deixar comigo seu René. Sei exatamente o que fazer para acalmar a La Divina.

RENÉ -Obrigado Crô, por sempre poder contar contigo. Só você para ter mais paciência do que eu com a minha mulher. – Agradeceu e foi para seu quarto.

Ao entrar, encontrou Tereza Cristina sentada na cadeira em frente ao espelho pensativa. Notou que ela ainda não havia tomado banho.

TEREZA CRISTINA -René...tá tudo bem entre nós, não está?

RENÉ -Não vou mentir que não estou chateado com seu comportamento antes de embarcarmos.

TEREZA CRISTINA -Por favor meu amor, me desculpa! – e se atirou nos braços do marido, pendurando em seu pescoço – Promete para mim que não vai me abandonar.

RENÉ -Meu amor que ideia! Estou chateado sim, mas nem de longe passou pela minha cabeça abandonar você.

TEREZA CRISTINA -Passou sim! – disse chorando, toda cheia de manhas – passou sim, porque você falou que iria me deixar sozinha lá na Grécia.

RENÉ -Falei sim, porque queria que você acordasse para realidade e parasse de bancar a menina mimada.

TEREZA CRISTINA -Durante a viagem de volta, seu abraço foi tão frio quanto a bunda de um pinguim. Mal conversamos.

RENÉ -Eu estava chateado!

TEREZA CRISTINA -Você está chateado ainda?

RENÉ -Estou sim!

TEREZA CRISTINA -E agora? Já passou? – perguntou, depois de alguns segundos, a cabeça baixa, olhando para ele com os olhinhos para cima.

RENÉ -Ainda não!

TEREZA CRISTINA -Eu contei 2 minutos no relógio. Acredito que já tenha passado sua chateação, não é?

RENÉ -Você não tem jeito mesmo hein! Venha aqui minha criança mimada e me dá um beijo.

Durante o banho, os dois se amaram intensamente e na cama não foi diferente e juntos foram ao apogeu, e então Tereza Cristina pode respirar e dormir tranquila, com o coração em paz.

Durante o banho, os dois se amaram intensamente e na cama não foi diferente e juntos foram ao apogeu, e então Tereza Cristina pode respirar e dormir tranquila, com o coração em paz

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