TEREZA CRISTINA -Crodoaldo Valério, quer parar de me rodear e me olhar com essa cara. Sem rodeios e diga logo o que quer biba? – perguntou sem paciência, ante a ansiedade do mordomo.
CRÔ – Minha Nefertiti sei que odeia que invada sua privacidade, mas eu preciso lhe perguntar.
TEREZA CRISTINA -Já imagino o que queira perguntar e a resposta e NÃO! Não dou essa intimidade para que invada a minha privacidade.
CRÔ -Pitonisa de Tebas vejo o quanto fica desgastada a cada conversa com essa malévola da titia Iris e não queira me enganar, sei que ela está lhe chantageando. Por que não conta para mim, desabafa com esse seu escravo? Se quiser lhe permito que corte minha língua na guilhotina, mas não carrega esse segredo sozinha.
TEREZA CRISTINA -Chega! Não quero ouvir uma única palavra, porque se eu te contar, terei que matá-lo depois e você ainda me será útil.
CRÔ -Deveria confiar mais em mim, nesse seu tão humilde servo.
TEREZA CRISTINA – Crodoaldo nesse momento só preciso do meu martini e me deixe aqui pensando no que fazer...
Tia Iris recebeu uma mensagem de Ferdinand e tudo parecia confluir com seu intento tão odioso. Viu Crodoaldo preparando uma bebida para Tereza Cristina e rapidamente aproveitou-se de uma oportunidade para colocar uma droga na bebida.
Movida pela raiva, a senhora Velmont bebeu num gole só a taça de martini e não demorou para que a droga começasse a fazer efeito. De repente uma sensação estranha tomou conta de seu corpo, ondas de frio e calor, a voz começara a ficar embargada e a visão turva sem conseguir coordenar o movimento das pernas.
Crô, foi em seu socorro, mas fora afastado abruptamente por Ferdinand que a tomou em seus braços e ela segurou em seu pescoço temendo cair.
Renê chegou no instante em que viu Ferdinand com ela em seu colo a levando para a suíte master. Ele a colocou com cuidado na cama e Tereza Cristina tocando em seu rosto, bastante confusa, acreditando ser o marido e de repente apagou.
RENÉ -Alguém quer me explicar o que está acontecendo aqui? O que está fazendo no meu quarto com a minha mulher? – indagou num misto de raiva e preocupação.
IRIS -A minha sobrinha estimada deve ter bebido demais René e sentiu-se mal e por isso eu chamei o Ferdinand que ao contrário daquele frangote do Crodoaldo, é mais forte, robusto para carregá-la até aqui.
RENÉ -Pode ir agora Ferdinand, que da minha mulher cuido eu. – Ordenou com fúria no olhar - Tereza Cristina, acorda meu amor. Estou aqui.
IRIS -Meu querido, ela não irá acordar tão cedo. Certamente exagerou demais na dose e apagou.
RENÉ -O que ela bebeu? Uma garrada inteira de Tequila? Tereza Cristina não é fraca para bebidas.
IRIS -Ora René, isso só saberemos depois que ela acordar. Bom, vou deixar os dois pombinhos a sós. Se precisar de mim é só me chamar.
René tentou por diversas vezes acordar sua esposa e o máximo que ela fazia era resmungar coisas desconexas e ficou enlouquecido ao ouvi-la dizer Ferdinand. Tentou de todas as formas manter a racionalidade diante de uma situação tão confusa. Seria possível sua esposa se interessar por outra pessoa? O que de fato havia acontecido?
Antes de tomar qualquer atitude impensada, deu um banho frio em Tereza Cristina e pediu ao mordomo que lhe preparasse um café bem forte e sem açúcar.
Debaixo da ducha fria ela esperneou, tentou fugir sem ter forças o suficiente para coordenar seus movimentos. Ficaram juntos debaixo da água fria tempo necessário para que desse sinais de melhora.
Com cuidado ele a vestiu e ajudou que se deitasse. Tereza Cristina franzia a testa, com indícios claros de dor de cabeça e ao invés de café, lhe hidratou com bastante água de coco e um comprimido, que após se encolheu toda debaixo do edredom tremendo de frio.
René apenas a observava e ela segurava sua mão, sentindo-se aliviada em ter o marido ao seu lado.
RENÉ -Tereza Cristina, você consegue me dizer o que aconteceu? Por que bebeu tanto assim?
TEREZA CRISTINA -Não sei explicar meu amor. – Dizia baixinho – só me lembro de ter tomado um martini e depois não me lembro de mais nada.
RENÉ -Você sabe quem a trouxe aqui para nosso quarto?
TEREZA CRISTINA -Que pergunta amor. Foi você! – disse com sinceridade, sem se lembrar que quem a carregara foi Ferdinand.
RENÉ -Foi o Ferdinand quem lhe trouxe.
O que ouviu lhe trouxe um desconforto tão grande. Sabia o quanto seu marido tinha ficado bravo quando fizera uma brincadeira e com certeza devia estar muito mais.
TEREZA CRISTINA -Meu amor, por favor, eu juro, não sabia. Não me lembro de nada. Por favor acredita em mim. Você sabe o quanto te amo não sabe.
RENE -Sua tia me contou que ele lhe trouxe porque de repente começou a se sentir mal, mas não vou mentir que não fiquei irritado em vê-la nos braços de outro homem Tereza Cristina.
TEREZA CRISTINA -René, eu jamais trairia você, muito menos com aquele brucutu do Ferdinand.
RENÉ -Você precisa descansar. Fica quietinha e descansa.
TEREZA CRISTINA -Você não acredita em mim, não é? – indagou entre lágrimas.
RENÉ -Eu acredito meu você meu amor, só quero que descanse. Está fraca e com dor. – disse a aconchegando em seus braços.
Não demorou muito para que ela dormisse.
René chamou Crodoaldo e perguntou o que havia acontecido de fato. O mordomo narrou exatamente a mesma história, que Tereza Cristina passou mal minutos antes de ele chegar, omitindo que desconfiava de tia Iris.
Ele se lembrou que viu seu vulto passar pela sala de jantar no momento em que preparava a bebida e ela jamais passaria mal com apenas uma dose.
Naquele momento teve a certeza de que tia Iris não estava para brincadeira e que tinha em Ferdinand um grande aliado.
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AS APARÊNCIAS ENGANAM
Fiksi PenggemarNem sempre o que parece ser um amor verdadeiro, pode durar para sempre. Há uma linha tênue que separa o amor e o ódio; A sanidade da loucura. Por trás de um lindo cordeiro pode se esconder um lobo sedento e a vilã poderá ser a mais inocente das moci...