Capítulo 29 - Xeque-Mate

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Havia passado uma semana que a família Velmont voltara da França e Tereza Cristina achou estranho sua tia não ter ido lhe procurar. Por uma fração de segundos pensou na possibilidade daquela maldita tê-la deixado em paz, mas a tia era gananciosa demais para desistir assim tão fácil de chantageá-la.

Desde a conversa com Griselda na praia, Crodoaldo estava mais vigilante, olhando meticulosamente para cada passo de Ferdinand, sem contar que ouviu com ouvidos de morcego o que o segurança tinha deixado escapar em relação a Tereza Cristina e só de lembrar um frio lhe percorria pela espinha e sempre que isso acontecia era sinal de mal agouro.

No meio da tarde a dona da casa foi se exercitar depois de ordenar que seu mordomo limpasse dos os pares de sapatos de sua coleção, em sua academia particular, ouvindo música no último volume. Ela sempre foi dada a práticas de atividades físicas e naquela semana intensificou os treinamentos depois de ganhar uns quilinhos a mais nessa viagem.

Seu corpo todo suado, os cabelos presos num coque alto e a roupa de ginástica toda colada em seu corpo, atraiu a atenção de Ferdinand que a observava pelas paredes vidradas.

Mesmo sem olhar para o lado e ao som da música alta, a sensação de estar sendo observada voltou com força e num rompante, desligou o som e interrompeu os exercícios. Não tinha o menor clima para continuar alí.

Apressada, foi correndo chamar Crodoaldo para que ele lhe preparasse um banho relaxante e acabou trombando com seu segurança que a segurou fortemente em seus braços, olhando profundamente para ela como se a desnudasse com o olhar.

Tereza Cristina ficou absolutamente constrangida e com raiva.

TEREZA CRISTINA -Nunca mais ouse encostar um dedo em mim, se não conto tudo para o meu marido e você será escorraçado feito um cão sarnento.

FERDINAND -A madame deveria ser um pouco mais educada e me agradecer. Eu te segurei apenas para que não machucasse esse lindo rostinho.

TEREZA CRISTINA -Escuta aqui, nunca dei liberdade para falar comigo dessa forma. Considere-se demitido. Junte suas coisas e vai embora daqui.

FERDINAND -Vai me demitir sob qual justificativa? De que a segurei para que não caísse? E não acha que o banana do seu maridinho iria pensar que de repente a mulher dele, fogosa do jeito que é, está dando confiança demais para um simples segurança? Não vai achar estranho a madame dar importancia demais para algo tão banal?

Ela ficou sem resposta. O medo de que René pudesse imaginar a possibilidade de adultério a deixava apavorada. Então correu para seu quarto, para bem longe dele e poder pensar de forma fria e racional como conversar com René e convencê-lo a demitir Ferdinand.

Durante o banho esfregou a pele inúmeras vezes a ponto de quase feri-la. Sentia-se enojada com tamanha audácia daquele homem tão repugnante, e de uma coisa ela tinha certeza, não ficaria sozinha perto dele por nem um segundo sequer.

Para piorar seu dia que já estava bem ruim, ao descer para o piso inferior deu de cara com sua tia Iris e suas malas, sorrindo, maléfica.

ÍRIS -Voltei my Darling!

Ela precisou se amparar no corrimão para não rolar escada abaixo tamanho susto.

ÍRIS -Ora, mas vejam só. Realmente minha presença é impactante não é mesmo minha sobrinha.

TEREZA CRISTINA -O que você está fazendo aqui?

IRIS -Meu amor, achou mesmo que eu iria ficar naquele hotel, enquanto você tenta bancar a espertinha e fugir de mim de novo, como fez nesses dez dias? A titia está muito magoada contigo. Menina levada, merecia umas boas palmadas no bumbum.

TEREZA CRISTINA -Para de me tratar como se eu fosse criança!

IRIS -Acontece que você é a minha criança e que me deve obediência e antes que fuja de mim novamente vamos ser bem práticas, pois já estou cansada desses seus joguinhos, dessa mania ridícula de querer bancar a rata esperta.

TEREZA CRISTINA -O que você quer dizer com isso?

IRIS -Que eu quero cinco milhões de dólares no prazo de um mês e enquanto você providencia essa merreca, perto da fortuna incalculável que herdou de seus pais, principalmente da parte de minha tão adorável irmã que não me deixou nenhum centavo após sua morte ou então todos ficarão sabendo quem é Tereza Cristina de Siqueira Buarque Velmont, através de todas as páginas policiais desse país inteirinho.

IRIS -Que eu quero cinco milhões de dólares no prazo de um mês e enquanto você providencia essa merreca, perto da fortuna incalculável que herdou de seus pais, principalmente da parte de minha tão adorável irmã que não me deixou nenhum centavo apó...

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