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Dominic

Algumas horas antes...

Com toda essa minha neura em transar com a Lisa, perdi a noção do tempo. Depois do almoço, peguei meu celular e vi várias mensagens e ligações perdidas de Tyler e da minha mãe. Tinha algumas outras pessoa também,mas nada importante.

Uma em especial me chamou atenção. Veio da pessoa que eu menos esperava naquele momento e foi exatamente ela que me lembrou que dia era hoje. Heather.

"Sabe que dia é hoje? Você se lembra Dom? Queria que estivesse aqui, sinto tanto por tudo que aconteceu naquele dia."

Olho na barra de notificações do meu celular, 18 de outubro. Foi o dia que descobrimos que Heather estava grávida.

"Pare de fingir que se importa Heather. Aliás, não mandei que deletasse esse número da sua vida?"

"Precisamos conversar Dom. E eu falo sério! Tem muita coisa que você não sabe sobre aquela época e preciso que saiba de tudo para entender porque fiz  aquilo."

"Não há justificativa para o que você fez. Isso é passado, vá atormentar a mente de outra pessoa"

A próxima mensagem veio em forma de imagem. Heather estava desmaiada, tinha vários e vários comprimidos ao seu redor, a boca espumando. Ela tinha tido uma overdose? A imagem seguinte era de um laudo médico "Paciente com transtorno de depressão e automutilação, representando perigo para si mesma."

"Que porra é essa Heather?"

"Eu sou doente Dom, durante a gravidez tive vários surtos. Nunca te contei porque não queria que me deixasse. Se quiser saber mais, precisa se encontrar comigo, posso provar a você".

Não me dei ao luxo de responder. Me desvencilhei de Lisa e fui fazer algumas ligações, descobriria se aquela manipuladora estava falando a verdade.

Nessa busca desnecessária sobre o passado, me perdi nos pensamentos e acabei cochilando. Acordei suado e gritando, tive um maldito pesadelo com meu menino. Estava me sentindo um bosta. A culpa pesou novamente e fui tomar uma dose de whisky.

Levou muito tempo para que eu aceitasse e convivesse com a culpa pelo acidente com o Nicolas, exatamente devido a esses pesadelos que me faziam reviver aquele momento repetidas vezes.

Tinha pouco mais de um ano que eu não sonhava com aquele dia e toda essa história da Heather hoje trouxe tudo à tona. Mal consigo me lembrar do rostinho dele, do sorrisinho banguela, os olhos fechadinhos e a bochecha corada.

Quando pensava sobre ele, tudo que vinha na mente era o acidente. O minúsculo corpo no chão poucos metros depois do carro. Porra fodida do caralho! Maldito.

Jogo o copo com o líquido marrom na parede e o vejo despedaçar. Eu vou encontrá-lo, cedo ou tarde eu encontro aquele maldito bêbado. Passo as mãos pelo cabelo irritado e caminho saindo do pequeno escritório.

Preciso tomar um banho, preciso lavar toda essa raiva de dentro de mim. Odiava isso, odiava a vulnerabilidade que eu sentia quando pensava sobre esse assunto.

Passando pelo corredor que me levaria do escritório até a escada principal, avisto um piano preto. Não me lembrava de vê-lo na descrição quando aluguei a casa.

Sempre fui um amante desse instrumento. Gostava do desafio. Não era algo que qualquer pessoa poderia tocar. Tinha sua complexidade, sua beleza e elegância. Nele, você poderia colocar todos os seus sentimentos, seja ele bom ou ruim.

Parei de tocar quando o Nick morreu e a Heather foi embora. Depois de despejar nele toda minha dor por algumas horas, quebrei todo. Por frustração, raiva, ódio. Desde então, nunca mais cheguei perto de um. Não tinha sentimento para sair naquelas notas.

Involuntariamente estou encostado no piano. Passo a mão sentindo uma vontade descontrolada de tocar algo. Olho para o pequeno banco que acompanhava aquela belezura e hesito ao perceber o que estava fazendo.

Eu queria tocar. Eu precisava! A frustração dentro da minha cabeça queria sair. A mágoa, a culpa, o ódio. Eu vim aqui para fazer algo, Lisa era meu desafio. Provavelmente ela estava dormindo agora e se eu quisesse fazer o que vim aqui para fazer teria que botar pra fora todo esse rancor que aquela mulher trouxe.

Sento no pequeno banco e meu celular começa tocar. Minha família sabe que se recusei ou não atendi as outras é porque não quero falar com ninguém, mas mesmo assim insistem em me irritar.

Ativo o modo vibratório e coloco-o em cima do banco, ao meu lado. Ponho as mãos levemente sobre as teclas, fecho os olhos e respiro fundo, deixando que meus dedos dissessem tudo que meu peito precisava.

Quando saem as primeiras notas, meu peito começa a bater forte. A escuridão na minha mente já se parece com a vida que levo. Não que eu esteja reclamando, eu quis essa vida e fiz muita coisa errada para chegar até aqui.

Abro os olhos e consigo ver o balançar das árvores através do vidro que servia de parede para a casa. Minha mente viaja para todas as decisões erradas que tomei até me tornar quem sou.

Frio, egoísta, controlador.
Eu era fodido e nada mudaria isso.

Nem consigo me lembrar de como Lisa chegou até mim. Fui um babaca com ela e tudo que eu menos precisava era que ela se afastasse ainda mais.

Depois de vê-la sair irritada batendo a porta voltei ao controle da situação. Fui tomar um banho e deixei que ela ficasse um pouco sozinha. Isso daria tempo para me odiar menos.

Quando desço novamente já escureceu. Encontro Lisa parada admirando a lua, era uma cena linda para quem visse de outro ângulo. Tudo que eu conseguia ver era como seu corpo moreno brilhava deliciosamente na luz da noite.

- Vamos lá Dom, assuma o controle da porra da situação.

Momento atual...

Eu planejei tudo. Trazê-la aqui, o jantar, o discurso. Criei mil e um planos para o caso do primeiro não dar certo. A única coisa que eu não planejei foi a possibilidade de Lisa ceder do nada. Sem explicação. Sem desculpas. Ela só queria e pronto! Essa mulher me deixa louco.

Não sei o que se passava na cabeça dela naquele momento, mas eu iria agradecer eternamente a esses pensamentos. Ela tinha tudo pra dificultar minha vida. Eu agi feito um babaca com ela minutos atrás e mesmo assim aqui estava ela na minha frente dizendo tudo que eu esperava ouvir daquela boca gostosa.

- Já nos torturamos demais Dominic. Esse jogo é bom, é gostoso, mas eu eu quero você e quero agora.

Meu pau pulsou quase rasgando a cueca e a calça. Me senti como na adolescência novamente, vendo uma mulher nua pela primeira vez. Os hormônios a flor da pele.

- Dane-se!

Pego-a pela nuca juntando seus lábios carnudos aos meus. Lisa passa os braços em torno do meu pescoço me dando liberdade para arrastar suas pernas até minha cintura.

Caminho por entre a água saindo do lago com ela no colo. Não parei de beijá-la nem por um segundo. Não conseguia parar e também não poderia. Parar significava dar espaço para que ela desistisse e de forma alguma eu pararia.

Lisa seria minha hoje!

✨✨✨✨✨

Antes tarde do que nunca em meninas? Boa nooiteeeee!!! Votem e interajam comigo, quero ver a opinião de vcs🥰
Parece que as coisas estão bem loucas por aqui hein?!. Fogo no parquinho, hahaha🔥😏

Doce TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora