2 - Mensageira da morte!

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Como ninguém, até hoje, conseguiu encontrar a droga da cura do câncer? Sério, como? Vivemos em meio a tantos avanços nas pesquisas e tecnologia e mesmo assim nem um ser humano sabe ainda a cura para essa mensageira da morte.

Me encontro sozinha em frente ao túmulo da mamãe, chorando calada, ora de dor, ora de alívio. Sim, alívio. Só quem teve ou tem algum familiar com essa doença sabe o quanto ela é dolorosa para a pessoa, ela desgasta até levar a morte.

Marisa tinha câncer de mama em estágio avançado. Foi descoberto tarde demais num exame de rotina há cinco meses atrás. Fizemos tudo que poderia ser feito e muito mais e ainda assim aqui estou eu de frente a seu túmulo. Mamãe disse que já havia algum tempo que não fazia o teste da mama, estava ocupada demais com assuntos da empresa. Um maldito exame de rotina. Porra! Que frustante.

Não que eu a esteja culpando, esse tipo de doença simplesmente aparece na maioria das vezes. Mas e se ela tivesse feito o exame antes? Talvez descobrisse a tempo e estivesse aqui agora ou talvez teríamos mais meses juntas. Droga! Droga dupla!

- Eu sinto tanto a sua falta mamãe! Não é a mesma coisa de estar na faculdade, porquê eu sei que você não vai estar aqui quando eu quiser te ver. Porquê você não fez os exames no ano passado mamãe? Porquê?

Deixo que minha frustração saia a cada lágrima que deixo cair.

Só tem 2 meses que me formei na faculdade de Designer de interiores, estava me preparando para atuar na nossa empresa, dar orgulho para ela, meu pai e meus avós. E então ela me contou de sua doença. 6 anos indo e voltando a cada chance que eu tinha e nenhuma dessas vezes foram suficiente para que eu aproveitasse cada minuto que eu tinha com dona Marisa. Ela só decidiu me contar após 2 meses e meio de luta, não queria que eu largasse o final da faculdade.

Óbvio que fiquei irritada. Nada no mundo era mais importante para mim que a saúde da mamãe e mesmo assim ela conseguiu me esconder isso por malditos 2 meses.

Estou perdida em pensamentos quando meu celular toca me tirando do transe. Após alguns segundos atendo, já sabendo de quem se trata.

- Hey Kate, estou bem! Estava aqui visitando o túmulo da mamãe, mas já estou a caminho.

- Ótimo Lis, porquê se você não aparecer nos próximos 10 minutos, Jonas vai surtar e vai me levar junto com ele - ela solta um suspiro longo - apenas venha tá? Até logo!

Sorrio fraco, Kate tende a ser muito exagerada. Hoje é quinta feira, dia da reunião oficial da fusão. Tornei Kate minha mais nova sócia, ela se formou em administração na mesma faculdade que eu, realmente é ótima nisso e agora vai me dar o prazer de ter a única pessoa que me sobrou trabalhando comigo, talvez torne as coisas melhores por lá.

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Enquanto dirijo até a empresa do meu mais novo sócio Charles Miller, me repreendo por não ter buscado eu mesma por mais informações. Tudo que sei sobre ele estava nos papéis que Jonas me passou ontem. Sei que ele é bastante comunicativo, rígido, pouco flexível e que é bom no que faz. Na verdade ele é ótimo, os caras estão em segundo lugar no ranking de melhores empresas de construção de NY. Caramba!

Talvez seja por isso que queira a fusão, buscar o primeiro lugar.

Assim que paro no estacionamento do prédio, vejo os documentos que pedi a Kate essa manhã. Trata-se de alguns assuntos pessoais do Sr. Miller.

O que é? Temos que saber com quem estamos lidando antes de oficializar uma fusão. Se minha mãe confiava e gostava dele tudo bem, mas eu estou chegando de paraquedas nessa zorra toda.

Não há muitas informações ali. Apenas diz que o Sr. Charles Lorenzo de Miller tem 58 anos e apenas 2 filhos homens. Está casado há 30 anos com a mesma mulher e tem mais de 25 anos de sucesso com a empresa. Uma foto de toda família estava anexa, mas não tenho tempo de ver, faltava apenas 10 minutos para a reunião oficial. É agora ou nunca!

Doce TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora