11- Ressaca

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No domingo eu estava sofrendo pra caramba com a ressaca. Para mim, bastam 2 doses de qualquer coisa e no outro dia estou morta de ressaca.

As lembranças do que ocorreu na noite passada começam a vir a tona e me deixam abismada. Como fui capaz de dar minha calcinha a Dominic, mandando-o entregar a seu irmão ainda. Oh santo God! Estou ficando louca sem sexo. Preciso transar!

Kate chegou pouco tempo depois de mim, também não estava no seus melhores dia. Acho que ela bebeu  mais que eu. Vejo ela sair do banheiro depois de vomitar pela terceira vez desde que levantou e vir de encontro a mim na sala.

- Nunca mais eu bebo tanto!

- Kay, você diz isso toda vez que está colocando as tripas para fora após uma noitada.

- Dessa vez é sério Lis, não vou. Ontem tive quase certeza que se eu bebesse mais um pouco aceitaria a carona do Tyler e teria caído na tentação de transar.

Mas o que?!

- Do que você está falando Kay? Você é afim do cara? Você sabe que não podemos.

- Eu sei Lis, não estou a fim dele, eu só queria transar. Eu e ele sozinhos num carro daria nisso, porque aquele cara é gostoso pra caramba. Ainda bem que é galinha, facilita e muito a distância. Seria ele ou qualquer outro, estou com problemas aqui em baixo, ela está carente.

- Ai Kate, como você é dramática. Para falar a verdade, acho que você tem razão, se fosse qualquer outro eu transaria ontem a noite. Eu dei minha calcinha ao Dominic ontem, tivemos uma conversa meio...quente?!- franzi a testa.

- Ah sua safada, ainda quer me julgar? Como assim sua calcinha? Me conte tudo, até os mínimos detalhes perversos.

Conto tudo a Kate e a vejo sorrir diabolicamente.

- Lis, você sabe que tornou isso entre vocês o jogo mais torturante de suas vidas né? Eu sempre desconfiei que essas farpas que vocês jogavam um ao outro era tesão recuído, mas isso? Isso foi a prova final. Você está fodida, porque criou essa maldita regra?

Os olhos de Kate brilhavam mais que as estrelas nesse momento, ela era apegada a clichês.

- Nem me fale. Não me arrependo do que fiz, mas de como deixei a dúvida no ar. Eu precisei criar Kay, ou eu mesma agarraria ele sem pensar duas vezes. Eu o odeio com todas as minhas forças e me irrita o jeito que ele acha que manda em tudo, mas não posso negar que ele é gostoso pra caralho. Droga!

- Vou amar assistir tudo isso.

- Cale a boca sua cadela, isso é falta de rola.

Rimos.

- Ai ai, esses irmãos. Você viu a forma como o Tyler flertava com todo mundo ontem?

- Lis, Tyler acha que me engana com essa de docinho, mas sério, ele é muito cafajeste. Eu tenho quase certeza que ele pegou a recepcionista principal ontem, eles estavam praticamente fazendo sexo enquanto dançavam. Eu não ficaria com alguém como ele mais de uma noite.

- Sério? Mas pensando bem, homens só servem para uma noite mesmo.

- Você sabe né? Essa regra não vai funcionar. O importante é que nenhuma dessas relações interfiram no andamento da empresa e se depender de mim, não irá. Estarei de olho!

- Não irá, tiro por nós duas. Somos duas safadas Kay- rimos alto- Enfim, eu tenho o controle de mim mesma e ficaremos de olho. Temos que ser duras com algumas coisas. Agora senhorita, tenho dois designers para entregar na quarta, Dominic me enviou o projeto hoje cedo, vou para o escritório começar, até mais tarde pervertida.

- Até mais tarde vadia!

#######

As semanas estavam passando muito rápido, hoje já é sexta feira, pela terceira vez desde a fusão. Semana que vem já faria um mês que a MLCD estava aberta. Já havíamos realizado mais de 100 projetos.

Sou grata pelo sucesso da empresa, mas sinto como se os dias estivessem passando rápido demais para eu poder acompanhar. Dona Marisa sempre dizia que a vida era curta, que eu devia aproveitar cada momento que tivesse.

Pensar sobre ela ainda doía bastante, mas já me sentia melhor só de saber que ela não sofria mais, não dependia de vários medicamentos e quimioterapia.

Mamãe só lutou até onde pôde por mim, ela já sabia que estava feia a situação e mesmo assim aguentou até seu último segundo para garantir que eu vivesse como guerreira. E era isso que eu iria fazer, iria tentar viver sabendo que tive a melhor mãe do mundo.

Sei que fiquei mais quebrada, não dá pra ser grata por tudo. Desde todos os acontecimentos me sinto mais fria, eu já não acumulava muitos sentimentos, agora então, o máximo que consigo sentir é irmandade pela Kay. Isso não me preocupava de fato, desde o David eu não fazia questão de muito sentimento e não seria agora que eu iria fazer.

Em meio a esses pensamentos desço o elevador até o térreo. Kate havia ficado com o carro, foi mais cedo para casa, então eu chamaria um táxi. Assim que pego meu celular na bolsa para realizar a chamada meu telefone toca. O nome na tela não poderia ser mais gratificante, Deus ouviu as minhas preces.

- Eai delícia, pronta para mais uma noite inesquecível com seu preto preferido?

Doce TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora