Só Você

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As costas doíam. Sua espinha parecia gelatina, e os membros estavam mortos no seu maldito corpo. Seus dedos estavam rígidos, cada um deles, e todos os tendões em suas mãos doíam com cada extensão de seus dedos.

Ainda assim, Lauren agarrou o próximo barril e puxou para fora o rifle. Ela clicou a merda, verificou o padrão e empurrou o clipe na parte inferior.

- Foram três minutos e quarenta e oito segundos. - disse Tommás através da mesa de metal. - Você está começando a diminuir a velocidade.

Lauren não tinha percebido que Tommás estava lhe monitorando, mas não ficou surpresa ao saber que ele estava diminuindo a velocidade com cada peça em que trabalhava. Não, dada a forma como se sentia.

- O seu corpo se sente como o meu agora?

- Como se eu fosse morrer?

Lauren assentiu.

- Sim.

- Então sim, sim.

Eles ficaram por horas, sem parar. Podiam fazer pausas, tirar cochilos e qualquer outra coisa que precisassem, mas havia um prazo para que as armas fossem verificadas, contadas e fossem para a estrada. Esse prazo estava acabando rapidamente.

Não ajudou que as armas chegaram duas semanas depois do que Theo havia dito que chegariam.

Aparentemente, às vezes isso acontecia.

Perfeito pra caralho.

Na semana passada, eles estavam trabalhando para desempacotar as armas, juntá-las, verificar todas as peças e depois separá-las. Quase terminaram, e então estariam na estrada e se dirigiriam para fazer a entrega.

Lauren começou a desmontar a arma quando Tommás empacotou o que acabou de separar em caixas de serragem. Ela olhou para o relógio atrás de seu parceiro, aceitando o tempo e soltando uma pequena maldição.

- O quê? - Tommás perguntou.

Lauren sacudiu a cabeça.

- Nada. Então, ei, você pode esperar por um minuto?

- Claro, estamos mesmo quase terminando.

Lauren colocou a arma em baixo, apenas meio desmontada, e se dirigiu para o lado do armazém, onde os outros homens geralmente fumavam.

Tirando o telefone do bolso, discou um número familiar e colocou o aparelho na orelha. Soou e tocou e tocou.

- Vamos, querida.

Finalmente, Camila atendeu.

- Lauren?

- Ei, CamiCat. - ela murmurou, esfregando uma mão pelo rosto. - Você está dormindo?

Camila bocejou na outra extremidade do telefone. 

- Sim, mas está tudo bem.

Lauren não ligava muito, não deveria. Theo fez as regras por um motivo, e na maior parte, ela as seguia porque sabia que era uma grande parte de seu trabalho.

- Olhe para o relógio. - disse Lauren.

Camila resmungou um pouco em voz baixa, e ouviu os cobertores se mexendo enquanto ela se movia.

- São tipo, duas da manhã.

- Sim são. Você sabe o que isso significa, certo?

- Você me ligou muito atrasado para me fazer ver o relógio e te dizer a hora?

Lauren riu.

- Não.

- Me ajude aqui então.

- Feliz aniversário de dezoito anos, baby.

Camila suspirou um som feliz.

- Então, isso faz com que você seja a primeira pessoa a me felicitar este ano.

Lauren gostaria de ser a primeira pessoa a lhe felicitar o resto da vida.

- Acho que sim. - murmurou Lauren. - Desculpe, não acontecerá, Camila.

- Você sempre faz tudo por mim.

- Nunca duvide.

- Lauren, é você, eu nunca duvido. Só você.





Sempre - Camren - LaurenGpOnde histórias criam vida. Descubra agora