SENHORITA | Vondy

Cap 39

Dulce

Alguns dias depois...

Já faz mais de duas semanas que o Christopher estava no Rio. Tudo esta acontecendo bem rápido pra ele. Já deu entrada em um ótimo contrato e começaram a trabalhar em cima de algumas composições dele. Eu estou com muito orgulho dele, que já passou bons bocados até ser reconhecido.

Meu contato com ele não era direto. Ele vivia no estúdio ou em reuniões longas com os produtores do seu até então disco. Pelo jeito ele seria lançado no mercado em pouco tempo. Eu ainda não estava acreditando na evolução das coisas. Até ontem ele era apenas um cantor que me cantou no Café, e agora somos namorados, ele está longe rumo a realização de um sonho.

Não vou negar que em minha cabeça está uma loucura todos esses pensamentos. Meu medo era que de certa forma nós não nos adaptássemos a essa nova fase. Dizem que é mais fácil se adaptar com coisas boas. Mas comigo não era assim.

Eu nasci em um berço de "ouro" digamos. E nunca me senti 100% feliz e acostumada com aquilo. Era a minha realidade, mas queria fugir dela. Talvez para Christopher fosse mais fácil. Afinal ele amadurece essa ideia da fama e dinheiro a anos. Esse é o destino de um bom cantor como ele.

Enquanto eu ficava pensando mil coisas, eu acabei cochilando na cozinha do Café, sentada no pequeno banco. Josy me acordou e eu saltei asustada sem entender o que estava acontecendo. Ela claro, ria de mim sem parar.

(...)

— Quer me matar do coração? — eu arregalei meus olhos com medo.

— Claro que não. Mas tem um último cliente na mesa, você precisa atender para ser liberada...

— É sério? — eu murmuro — porque você mesma não faz isso? Eu to morta...

— Eu preciso começar a fechar tudo. Vai preguiçosa... — ela começa a me guiar.

Eu vejo que a pessoa estava com o cardápio no rosto e só abaixou quando eu me aproximei perguntando o pedido.

— Boa tarde. O que deseja?

— Um café e a moça moça bonita que me atende... — Ao retirar o cardápio eu vejo que era meu namorado. Era Chris. Que saudades!! Eu apenas saltei e fui correndo lhe abraçar.

— Amor... que saudade! Que supresa boa... — eu o abracei forte e dou um beijo rápido. De longe meu chefe e Josy viam e davam risada. Pelo jeito foi tudo combinado.

— Nem me fale amor. Eu precisava te ver e não poderia esperar até a noite. — ele sorri e eu continuo o acariciando.

— Como você está? Vejo que andou fazendo compras. — na euforia eu acabei não notando antes ele estava diferente. Tinha cortado um pouco os cabelos na lateral e as roupas que vestia eram muito bonitas e diferentes do estilo que ele costumava vestir.

— Eu estou bem... pois é, eu precisei mudar um pouco minha imagem... e você como tá? Gostou do meu visual? — ele sorria

— Como não gostar. Você fica perfeito de qualquer jeito. Mas sim, estou bem e muito melhor agora com essa surpresa maravilhosa! — eu sorrio

— Vamos então? Quero matar a saudade da minha princesa..

— Vamos.. vou pegar minhas coisas, já volto. — me afasto e corro até o interior do Café. Logo eu volto depois me despedir de todos.

— Pronta?

— Sim! — eu vibrei de estar ao lado dele. Desde que começamos a namorar nos víamos sempre. Sem falar que no início ele ia me ver todos os dias, eu meio que me acostumei com sua presença o tempo todo. Fim de semana grudadinhos.. era difícil estar longe de Christopher.

Chegamos em minha casa. Eu estava tão contente com sua volta que abri até um vinho pra comemorar. Pedi uma pizza e ficamos conversando. Eu até matei  a aula de sexta-feira que era um saco e ficamos curtindo a companhia um do outro.

(...)

— Tudo aconteceu tão depressa... como você está lidando com essas novidades todas? — eu pergunto colocando um bombom na boca dele.

— Bem até. Você sabe como eu sou fácil de aceitar mudanças. E isso é o que eu queria... — ele sorri com a boca cheia.

— Então agora você volta quando?

— Então, é sobre isso que tenho que te falar. — sua feição ficou mais fechada, e assim eu percebi que ele estava meio aéreo por conta de algo que precisava me contar.

— O que foi? — fiquei apreensiva com aquela frase.

— É que.. na segunda eu vou ter que voltar... E dessa vez eu vou demorar um pouco mais pra vir. — ele fica sério e eu engulo seco.

— Entendi... o que seria um pouco mais?

—1 mês... você vai ficar bem? — seu medo era que eu dissesse que não, que seria difícil ficar longe e tudo mais. Mas eu não podia mostrar a ele o quanto a sua ausência me perturbou. Eu o apoiarei acima de tudo.

— Claro.. porque não ficaria? — tento não demonstrar minha insatisfação com aquilo.

— Não sei.. eu preciso que esteja bem aqui, e só assim eu ficarei tranquilo.

— Eu vou ficar amor. Depois nos veremos, tá bem? Mas agora, vamos falar de coisa boa. Me conte tudo que viveu no Rio! — eu mudo de assunto para que ele não notasse que eu estava mentindo. Depois de tanto tempo eu estava ocultando algo dele.

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