SENHORITA | Vondy

Cap 43

Dulce

Eu entrei secando minhas lágrimas. Eu já estava com saudades dele. As meninas perguntaram o motivo e eu contei. A reação delas foi bem parecida com a da minha mãe. Elas sabem que eu nunca fui pegajosa com ninguém, exceto quando se tratava de Christopher.

E sim, eu não sabia como eu ia ficar durante esse período. Desde que ele entrou na minha vida eu esqueci completamente quem eu era antes dele.

Passei o dia todo mais pensativa e distante. Isso iria durar uns bons dias. Christopher me avisou quando chegou no Rio e eu agradeci a Deus por ele estar em segurança.

No fim do dia eu voltei pra casa. Decidi que não iria nem entrar na aula, eu só queria dormir. Fiz um sanduíche de frango com salada e comi.
Tomei um banho rápido, conversei com Christopher e capotei. Eu não tava com saco pra ouvir professor chato.

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Christopher

Passei o dia todo no escritório de Roberto. Alguns contratos já estavam prontos e eu precisava assinar. Conheci mais algumas pessoas importantes e começamos a trabalhar em cima de uma das minhas composições.

Era oficial, meu sonho estava começando. Eu precisava me preparar melhor pra isso. Pablo seria a próxima aposta de Roberto, e assim eu poderia agradecê-lo de alguma forma, já que foi graças a ele que eu consegui ser reconhecido.

Eu voltei para o hotel no fim do dia bem cansado. Liguei para Dulce que também parecia cansada. Ela estava mais quieta e eu mais falante do que o normal, acho que eu estava tão empolgado que qualquer um notaria de longe.

Depois de jantar, eu adormeci rápido também e acabei sonhando com ela. Nem um dia longe e já estava com saudades.

1 semana depois...

Dulce

Eu preciso confessar que esses primeiros dias foram muito sem graça. Mesmo sabendo que antes eu não via Christopher todos os dias, eu me sentia mais carente. Sabia que eu não o veria a hora que eu bem quisesse.

Levantei arrastada, chovia bastante lá fora, e eu precisava me arrumar logo para mais um dia de trabalho. Tomei um banho bem quente e me agasalhei muito. Eu e Josy fomos tremendo até o café debaixo de um só guarda chuva.

Cheguei já pegando um café bem quente pra mim. Eu precisava me aquecer rápido.

— Dul, como tá o Christopher? — Angel pergunta

— Está bem.. bom, esses primeiros dias ele estava bem ocupado, e eu também com os atendimentos. Mas estamos mantendo contato.

— Entendi. Você deve tá contando os dias pra ele voltar não né?

— Sim... eu to — sorrio com lembrando dele. — E você com aquele cara da balada? Está dando certo?

— O Júlio? — eu aceno positivamente— Sim, estamos nos dando bem..

— Fico feliz, e com todo respeito, ele é muito bonito.

— É eu sei... — ela sorri.

— Meninas, me ajudem com as bandejas. — Seu Marcos nos interrompe e cortamos o assunto.

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Passava das 15h. Eu tinha que ir embora. Estava se aproximando da semana de provas e eu tinha muito o que estudar. Mas a chuva caia muito forte, e nenhuma de nós tinha carro. Eu teria que chamar um Uber, mesmo morando tão perto.

Meu guarda chuva não aguentaria essa ventania nem em 2 minutos. As meninas decidiram esperar o temporal, mas eu não podia.

Tentei por diversas vezes chamar um carro, mas não encontrava nenhum. Comecei a ficar estressada, e quando me aproximei da porta um carro parou e e Sinal pra mim. Eu até pensei que fosse um dos motoristas que eu chamei, mas quando atravessei a chuva e entrei correndo no carro vi que era Nick.

(...)

— Eu te levo, a chuva está aumentando.

— O que você faz aqui? Não tinha que me levar em lugar algum. — fiquei brava com ele.

— Eu entendo sua raiva, mas agora que  já está aqui dentro, me deixe te levar pra casa, é o mínimo que posso fazer por você depois de ter te aborrecido aquele dia...

— Não acho isso uma boa ideia. — Digo.

— Eu não vou tentar nada, eu juro. Só quero me desculpar.. você sempre será importante pra mim... — fico calada sem saber o que dizer.

— Podemos ir?

— Tá.. obrigada. — eu suspiro

Nick realmente não forçou nada, me levou em casa e eu até poderia lhe convidar para entrar e oferecer um chá aguardando o fim da tempestade. Mas sabendo do que ele era capaz eu não poderia tentar a sorte.

— Obrigada. — disse seria.

— Imagina... então .. você me desculpou? —
Ele me encara.

— É... pode ser.

— Obrigado Dulce. Eu reconheço que sempre fui um idiota com você, e é por isso que não estamos mais juntos. — Mais uma vez eu não consegui responder. Meu silêncio era a concordância de suas palavras, e que bom que ele entendia que acabou.

— Até mais... — desço correndo e ele parte com o carro.

Mesmo eu sendo bem rápida, não pude evitar o quanto me molhei. Tomei um banho enquanto pensava porque ele apareceu por lá e de repente mostrou-se tão amigo? Ele sabia que Christopher estava longe? Só sei que foi bem estranho....

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