Cap 77

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Dulce

Fomos para o restaurante. Estava um pouco lotado e por isso ficamos conversando até que nosso pedido chegasse. Comecei a ficar um pouco irritada pela fome, mas mesmo assim estava curtindo a noite com ele.

(...)

— Você parece séria agora... — ele conclui enquanto bebê água.

— Eu? — dou de ombros — é só fome, acredite. — sorrio de leve.

— Que bom. Eu pensei que depois que foi ao banheiro você voltou mais preocupada. De repente estivesse se sentindo mal ou algo do tipo.

— Na verdade, se quer eu digo a verdade. — me ajeito na cadeira.

— Claro que eu quero. — sua expressão muda.

— Na real é que quando você disse que voltaria pro Rio eu não tive boas lembranças, sabe.

— Ah... — ele ri aliviado — eu não vou voltar a morar lá e nem nada do tipo. — ele lê mentes? — Eu, só vou a trabalho mas volto em menos de uma semana. É que eu preciso conferir meu negócio, sabe como são as coisas.

— Claro.. — sorrio mais leve — desculpe falar assim, nós não somos namorados, eu não to impondo nada a você, só que é inevitável não lembrar. Eu passei anos tentando te esquecer. — olho fundo em seus olhos e ele segura o olhar.

— Eu entendo. — ele pega na minha mão — eu senti tanto quanto você, e se hoje to aqui é porque quero muito reverter tudo isso que causei a nós dois.. — ele sorri e aperta de leve minha mão. Aquilo me aqueceu o coração de uma forma tão gostosa, ele parecia mesmo querer mudar tudo, e eu não podia negar que mais do que nunca eu o queria.

— Christopher... Eu quero te dizer uma coisa... — olho sorrindo pra ele. E somos interrompidos

— Com licença, posso servi-los? — o garçom chega com a comida cortando o clima.

— Claro, por favor. — ele se desliga do transe que estava ao me encarar e soltamos as mãos.

O garçom termina de nos servir e começamos a comer. Por conta do meu apetite acabamos ficando em silêncio, acho que ele também estava faminto pois prosseguiu comendo em silêncio.

Minutos depois já estávamos satisfeitos, aguardamos um pouco até trazer a sobremesa e depois saímos do restaurante. No carro ele pergunta onde seria nossa próxima parada.

(...)

— Quer ir pra minha casa? — eu pergunto de forma meiga.

— É.. sério? — ele gagueja entendendo a referência, já que na nossa primeira noite foi exatamente assim. E era assim que eu me sentia, como na primeira noite com ele.

— Sim, se não quiser eu entendo. — coloco o cinto. E o encaro rindo de lado.

— Eu quero. — ele me olha e alisa meu rosto — vou ligar para Sueli e ver se precisa de algo, e então vamos.

— Ok. — eu me animo no banco.

Enquanto ele falava ao telefone eu contava rapidamente a Christian da evolução das coisas, ele estava querendo saber mais e eu acabei o cortando pois logo Christopher desligou.

Ele dirigiu até minha casa, o tempo todo segurando minha mão. Eu alisava as costas da mão dele e vez ou outra encostava minha cabeça em seu ombro. A música que tocava era romântica e calma, o que me deixava relaxada e feliz por estar ali com ele.

Ele estacionou o carro e então entramos. Meg veio toda saltitante pra cima de nós e tivemos de dar atenção a ela antes de qualquer coisa.

— Olha, fique a vontade, eu só vou me trocar, já volto. — digo caminhando até o corredor.

Tirei aquela roupa justa e optei por um baby doll mais sensual e confortável. O tecido era fino e macio. Dei mais uma penteada nos cabelos e logo corri pra sala.

Christopher estava em pé, encarando alguns porta retratos que eu tinha sobre o aparador da sala, ele parecia encarar algumas fotos onde eu tirei no Café Berlim, a mais ou menos quatro anos atrás. Na foto éramos eu, Josy, Angel e Seu Marcos. Eu sorri vendo ele viajar naquele momento.

(...)

— Gostou da foto? — eu me aproximo e vejo ele olhar e rolar os olhos pelo meu corpo, acaba passando a língua de leve nos lábios, eu confesso que gostei de vê-lo satisfeito.

— É... não te da saudades? — ele corou depois de encarar minha intimidade.

— Sim... eu sinto falta. — o abraço de lado — eu era muito feliz, tinha tudo na medida certa. Depois que me formei, eu me senti sim realizada, emprego melhor e tudo mais. Só que ainda faltava algo. Enfim, não quero falar dessas coisas. — eu desvio o olhar.

— Eu te magoei tanto assim?! Que fez você não querer nem relembrar essa época? — ele me encara

— Não foi só você. Eu tive muito problemas, se lembra?

— É... eu me lembro.

— Então. Mas acredite, mesmo com tudo que vivi de ruim, essa ainda foi a minha melhor fase. — fico encarando o porta retrato com olhar melancólico por alguns segundos.

— Dulce...

— Sim? — eu o encaro

— O que ia me dizer no restaurante?

— Não era nada... — eu puxo ele pelo braço — vem, deita aqui comigo. — eu deito no sofá e estico as pernas. O shorts que já não eram compridos subiram mais e ele voltou a olhar discretamente.

— Você quer? — eu pergunto quando vejo ele me desejar

— Quer o que? — ele disfarça bem

— Me tocar... sei que você estava pensando nisso. — eu sorrio e dou de ombros.

— Na verdade eu seria louco se não quisesse. — ele aproxima mais seu corpo do meu — só queria ir com calma, gosto de curtir cada segundo com você. — ele aproxima o rosto do meu.

— ah.. você sempre tão maduro... — eu sorrio — Pois você não é o único. Eu passei o dia todo esperando por isso, quero você, Christopher. — eu seguro seu rosto.

— E eu você, Senhorita. — ele me alfineta

— você não esquece esse apelido né! Mas eu gosto. — sorrio invadindo seus lábios com desejo.

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora