Cap 59

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Dulce

Enquanto avistei aquela cópia de um Christopher mais velho, logo saquei que estava exagerando na bebida. Como ele poderia estar ali, do nada? Ou eu estou ficando doida, ou realmente é ele.

Percebi que me encarava, e aquilo me intimidou de uma forma tão grande, que eu me virei de lado, não conseguia mais corresponder. Simplesmente queria fingir demência, mas por dentro eu tremia, e temia também.

Eu adiei esse reencontro por tanto tempo, eu nunca fui forte quando se tratava dele, e logo quando notei sua aproximação, eu me abalei mais. Senti sua presença, e foi ela que me confirmou de quem se tratava aquele homem.

O perfume era marcante e tão bom. Só consegui me virar em câmera lenta quando ele chamou pelo meu nome.

— Dulce?? — ele me olhava, aí consegui observar que ele não havia mudado tanto, talvez eu não queria ter o enxergado tão bem. — você é não é a Senhorita do Café Berlim?

— Olha... vejo que não me esqueceu. — eu ironizei, mesmo sabendo que não tínhamos acabado bem.

— Pois é. — ele confirma — você parece bem... —
Me encara

— Acho que foram os anos... ou eu mesma que decidi não me importar com eles...

— Bom.. fico feliz que esteja bem. — eu conheço bem aquele olhar. Eu não digo nada, e ele acaba perguntando.

— Te atrapalho? — acho que ele percebeu meu nervosismo de estar cara a cara depois de anos.

— Não.. é.. quer dizer... se quiser ficar fique. Ou ir..

— Ta.. — ele sorri fraco — nos vemos por ai, Vou ver o Poncho, com licença.

Engoli seco. Nem sei o que eu estava dizendo. Ele me deixou tão esquisita que eu só precisava me recompor.

Fui até o banheiro e lá fiquei quase 10 minutos, sentei-me na privada e precisei respirar sozinha. Eu fiquei de frente com meu ex, que ainda me abala e que eu mal consegui esquecer.

Só sai do banheiro pois tinha uma moça querendo entrar, batendo na porta feito doida. Eu sai e fui direito pra fora da casa, nessa área externa eu consegui respirar e beber um pouco mais.

— Dul, porque está aqui sozinha? — Anahi chega por tras.

— Eu... só estou tomando um ar, lá dentro está bem cheio. — dei um último gole e encarei o céu.

— Você o viu, né?

— quem?? Ahn, sim eu o vi. Devia ter me dito que ele tinha ressurgido ou que veio a passeio. — dei de ombros.

— Ele mesmo te conta, se quiser saber, claro.. mas... acho que seria o momento ideal pra acertar o passado, pois ele veio pra ficar... — ela disse segurando em meus ombros e logo se afasta.

Eu realmente fiquei curiosa, mas não poderia demonstrar. Christopher deve ter uma certa mágoa por eu ter colocado um ponto final.

Fiquei um tempo lá e decidi procurá-lo, eu sabia que precisávamos conversar, isso era óbvio. E quando finalmente me encorajei, o vi sentado mexendo no celular.

Sua expressão era séria e preocupada. Eu não tinha certeza se tinha aparecido num momento bom, mas eu precisava saber....

— Christopher, podemos conversar? — ele se levantou, ficou de frente pra mim.

— Sim...

Ele me seguiu, e fomos novamente para fora da casa,
ficamos sozinhos e eu aproveitei para dizer tudo o que sentia por esses anos.

— Christopher, eu sinto muito por não ter dito antes. Mas eu fui muito feliz, apenas não soube expor o que sentia no momento certo. Eu estava passando por problemas pessoais e aquilo me fez agir de forma insensível com você.

— Isso já passou, não acha? — ele me alfinetou, e com certeza era pela magoa que lhe causei.

— Não é que... — ele me interrompe —

— Não pense nisso mais. Já passou. — ele da de
Ombros e aquilo me magoou. — Era só isso?? — Eu o encaro

— Ah.. era. Eu não sei onde estava com a cabeça achando que poderíamos falar sobre... — me afasto e ele me segura pelo antebraço.

— Espere. Eu.. não estou nada bem. Desculpe. — eu o encaro e o chamo pra sentar de volta nos bancos onde eu estava.

— O que houve? — eu queira mesmo ajudar, não sei porque.

— Eu, precisei voltar. Se lembra do Luiz?

— Seu assessor?

— Sim. Ele mesmo. Hoje somos sócios e muito amigos, ele sofreu um acidente grave e não está andando. Sua situação não é nada boa. Estou tendo que resolver tudo sozinho, e fora que ele esta sobre meus cuidados. Ainda no hospital, mas está... — ele encara o chão.

— Sinto muito. Desejo melhoras a ele.

— Obrigado. Eu... estou tão perdido com essa
Gravadora daqui nem sei por onde começar e todo está fora do lugar... eu... estou ficando a ponto de explodir.

— Chris... — o chamei pelo apelido e ele me encarou. — não pense no amanhã, viva o hoje. Tudo vai dar certo. — sorrio fraco e ele me olha nos olhos. Eu temi um dia o ver, então que diabos eu estava fazendo?

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora