Cap 69

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Dulce

Eu sai de lá trêmula e com a sensação de medo, angústia. Não vou negar eu adorei e sonhei tanto com aquele beijo. Mas reviver algo assim com ele me doía e não era pouco.

Christopher tinha o melhor beijo que eu já provei em toda minha vida, e ao longo dos anos ele me fez falta. Deve ser por isso que ficamos tanto tempo pendurados. Acho que o desejo acumulado, e o que sentimos não sumiu por completo.

E mesmo que eu sinta que todos tem razão em relação ao sentimento, eu não queria sofrer outra vez. Ele poderia simplesmente me deixar e voltar para o Rio, já que a vida dele foi praticamente lá nos últimos anos. Eu nem sei porque estou pensando nisso. Eu não posso alimentar nada. Foi só um beijo.

Cheguei em casa completamente sem estruturas. Como ele mexe comigo, eu não sou capaz nem de conseguir fechar os olhos para dormir. Eu queria muito descansar, mas era impossível. Ele não saia da minha mente.

No dia seguinte... 7:00

Acordei com uma mensagem dele, que eu senti um pouco de mágoa nas palavras. Esfreguei os olhos para enxergar melhor.

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" Me desculpe se eu fiz algo que você não queria, eu pensei que tinha gostado depois dos longos minutos. Eu sei que você ainda carrega magoa, mas não diga que foi um erro algo que os dois queriam. "

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"Você não é um erro, aquilo foi um erro. Agimos conforme o corpo mandou. Afinal já tivemos algo. Mas isso não pode acontecer outra vez. "

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"Como quiser! Só queria entender porque você enfatiza tanto isso..."

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"Um dia você vai entender."

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"Desculpas, outra vez. Mas Luiz acordou e perguntou por você.

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"Diga que outro dia eu vou visíta-lo."

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"Ok." Bom dia pra você..

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"Bom dia."

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Aproveitei que ainda estava cedo e foi para a academia. Precisava eliminar um pouco de energia e descontar nos hormônios.

Nick me viu correndo na esteira, coisa que eu nunca fazia, eu odiava correr, e ele se aproximou preocupado com meu estado.

— Dulce, você correndo? Não acha que está forçando demais? — ele franziu a testa ao me ver vermelha.

— Eu preciso descontar em alguma coisa. — digo colocando os fones de volta no ouvido.

— Seu corpo não é um saco de pancadas. Não faça isso. Vai passar mal... — ele me encara.

— Eu preciso... — comecei a aumentar a velocidade e ele acaba apertando o botão de emergência. Eu não esperava por aquilo e quase caí. — O que tá fazendo? Eu quase me machuquei! — fico irritada.

— O que VOCÊ está fazendo, não é? O que aconteceu? Você não é assim... — eu limpo o suor da testa e acabo me sentando no chão. — O que foi? Quer conversar?

— Eu... eu beijei ele ontem. — Nick franzi a testa — ele quem?

— O Christopher. — eu abaixo a cabeça.

— Vocês dois estão juntos agora? — ele não entende

— Não.. eu estava o ajudando com um amigo, e não sei se foi pelo que já vivemos, eu não resisti e acabei o beijando. — Nick agacha e me encara.

— Você precisa conversar. Vamos pra sala de dança.

Eu concordei e subimos juntos. A esposa dele estava lá e eu a cumprimentei. O salão é enorme e nos sentamos no chão.

(...)

— Por isso você está tão agressiva? Era pra estar feliz. Eu sei que ainda sente algo por ele.

— É exatamente por isso que não estou. — encaro o chão — se não houvesse sentimento, como já aconteceu com outros, eu não ficaria assim. Eu ainda amo aquele cantor fujão! — Nick riu e me encarou —

— Isso é evidente. Mas para de pensar com o coração. Você está deixando os sentimentos te dominarem. Talvez ele não queria nada sério, e assim vocês possam curtir a vida, sem pressão, sem dor. — ele alisa meu braço amigavelmente.

— Olhando pra ele é difícil. Esquece que eu sou puro sentimento?! — falo indignada.

— você mesma precisa tirar esse trauma. Viva mais leve, se ele quiser beijar, ou curtir, não pense no passado. No fundo você queria estar leve, mas não consegue se conter!

— Argh... é difícil.. eu... não sei como vou encara-lo. — coço a cabeça.

— Deixa que tudo vai fluir... agora levanta, vai se hidratar e direto pra casa. Chega de exercícios por hoje..

— Eu preciso trabalhar. — me levanto — vou me arrumar. — suspiro — obrigada por ouvir minhas bobagens, você sempre me surpreendendo! — bato no ombro dele orgulhosa do amigo que ganhei.

— Estarei sempre aqui! — ele sorri

— Então até amanhã, fui...

— Ate amanhã.

Eu fui tomar um banho no vestiário, me arrumei pro trabalho e no caminho fui repensando as palavras dele. Que como homem tinha outra perspectiva. Ele tinha razão, eu estava me cobrando tanto com medo de algo que nem aconteceu. Se for pra ser, será.

Só não posso esperar nada sério, assim eu não sofro. Mas de qualquer modo eu não vou tocar nesse assunto com Christopher mais, e vou dar um tempo da casa dele, Luiz que me perdoe, mas se eu voltar lá outra vez vou acabar me arrependendo outra vez...

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora