Cap 64

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No dia seguinte - 9:00 AM - escritório da Dulce

Dulce

(...)

— É sério amiga? Não acredito que ele te procurou querendo aproximação? — Anahi estava em minha sala em choque depois do que contei.

— Sério. Eu não entendi sabe. Sem falar que ele realmente parecia perdido e querendo ajuda... — eu disse me levantando e caminhando.

— Mas você acha que tem mais coisa nisso? Porque eu achei que ele ainda parecia bem balançado por você naquele dia da festa...

— Eu não sei, juro que não sei... mas ele está diferente.

— Ele não tentou nada? Nem demonstrou interesse em outras coisas?.. — ela faz gestos

— Tá querendo saber se ele tentou me beijar ou algo assim? — ri de leve — não... eu não dei muito espaço para conversas pessoais. Apesar que eu também queira saber um pouco da vida dele, mas se eu deixasse iríamos só falar de mim a noite toda, quase que ele esquece o assunto que queria comigo. — dou risada.

— Ai tadinho amiga... fazia anos que ele não te via, sempre foi gamadão, aí na oportunidade que ele tem fica até sem fala — ela ri — aposto que você deve ter ido vestida pra matar também, eu bem conheço você!

— Ah... não é bem assim as coisas. Mas eu fui elegante, o local pedia algo mais elaborado. — disse.

— Sei... eu posso imaginar! — ela ri

— Mas ele também estava bem elegante, muito bonito...

— Ele é primo do Poncho, como quer que seja feio?? — ela cruza os braços

— Ah... lá vem a melaçao... — reviro os olhos e me sento novamente.

— Você sabe que é verdade, agora quero que me mantenha por dentro desses assuntos...

— Que assuntos? Sobre o que ele me pediu??

— Claro! Agora quero saber o desfecho dessa história toda..

— Vou pensar no seu caso.

— Mas, me diga uma coisa amiga, com sinceridade e sem mentiras... — ela me encara.

— Ah... lá vem...

— Você sentiu vontade de beijá-lo?

— Honestamente? — ela acena que sim — não. Eu não consegui pensar nisso...

— Ah... conta outra, está mentindo na minha cara!

— Porque eu mentiria?? — fico indignada.

— Porque você  sempre o amou, e ele é gato. Solteiros, a noite, me poupe né Dul...

— Amiga, você sabe o quanto eu sofri?? — me irrito

— Sei...

— Pois então entende o que um beijo nele causaria em mim... agora você precisa ir, tenho um cliente em  20 minutos e ele sempre se adianta...

— Agora você está me expulsando? — ela me olha.

— Não, eu realmente preciso atende-lo jaja...

— Argh.. — ela suspira — então tá, Dul. Depois eu falo mais com você sobre... beijinho.. — ela se levanta.

— Beijooo.... — eu aceno e ela bate a porta.

Anahi estava certa. Eu queria muito um beijo. Ele ainda me atrai e me deixa completamente confusa e sem chão. Mas eu sofri o suficiente para entender que não podemos dar espaço a outras coisas.

Terminei de atender alguns clientes e fui almoçar. Na parte da tarde eu fiquei mais tranquila no escritório e até fui pra casa mais cedo. A moça da faxina iria no dia seguinte limpar tudo, então não precisava organizar nada.

Fiquei no sofá brincando com minha cadelinha Meg, e assistindo tv, enquanto repensava os últimos acontecimentos na minha vida. E não é que Christopher Uckermann estava mesmo roubando meus pensamentos outra vez?

Eu não acredito que sou tão vulnerável a ele. Mesmo depois de todos esses anos. Bruno passou uma mensagem dizendo que estava chegando, queria me ver. Se ele já não estivesse a caminho eu já o tinha dispensado, eu realmente não estava no clima depois de tanta coisa.

(...)

Ele chegou com algumas comidas e eu aproveitei pra arrumar a mesa e comermos.

— Você sumiu nos últimos dias, tá tudo bem? — ele pergunta em meio a garfadas.

— Claro. Porque não estaria? — eu disse.

— Não sei, só me preocupei. Enfim, senti saudades.. — ele alisa meu rosto e eu só sorrio de leve.

— Eu... vou pegar o sorvete, já volto. — digo levantando. Ele ainda estava comendo e eu já havia acabado. Meu celular apita e na tela aparece o nome de Christopher, nós trocamos os números depois na noite de ontem, e Bruno acabou espiando e vendo na tela.

— Chegou mensagem pra v... ei, esse Christopher não é seu ex não? — ele me encara.

— Desde quando você espia meu celular? — eu recolho o aparelho e o encaro.

— Eu não espiei. Apenas acendeu a tela quase na minha cara. — eu engulo seco, ele estava certo — e então, é ele? — Bruno continuou sério.

— Argh... sim, é ele. — Bruno já sabia que eu tinha um ex com esse nome, eu já havia contado. E mesmo que não tenhamos um relacionamento de fato, eu sempre comentei com ele o quão frustrante era minha vida amorosa pós Christopher... Respondi a mensagem dele, que era a respeito de uma enfermeira que ele iria entrevistar.

— Desde quando vocês estão conversando, eu devo me preocupar? — ele me encara sério, nós não tínhamos um relacionamento de fato porque eu não queria, se fosse por ele já estaríamos até casados.

— Não, eu só o reencontrei a poucos dias. Somos amigos, apenas... — foi o que eu disse a ele.

— Ah... e porque não contou nada? Você sempre me diz tudo?

— Aí Bruno, não me pressiona, por favor... eu tive dias tão cheios, e aliás, ele só queria ajuda com um amigo, então não tinha necessidade de contar... — eu o encaro.

— Tá... claro. — ele pega o sorvete e fica mudo.

As horas passaram, Bruno foi embora um pouco mudado depois que o nome do Christopher surgiu. Eu não o culpo, pois até a mim aquele nome estremecia. Eu fui dormir e junto comigo veio Meg.

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora