Cap 74

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Christopher

O sol invadiu a fresta da cortina na janela, eu acordei e senti uma mão macia invadir meu abdômen. Me virei devagar e logo me dei conta que não era nenhum delírio, era ela mesma ali na minha cama. Dulce María, a mulher que eu sempre amei. É duro admitir isso as vezes, mas eu nunca a esqueci, e constatei isso na noite de ontem.

Saber que dormimos juntos uma outra vez, depois de um doloroso término, e que termino. O destino foi cruel me fazendo acreditar que não fosse dar certo. Eu compreendi que lhe causei muito sofrimento no passado, mas com toda certeza algo já havia mudado, certamente ela não estaria aqui se eu estivesse errado com isso.

Eu sorri me virando pra ela que ainda dormia. Fiquei lhe admirando até que ela acabou abrindo os olhos depois sentiu o meu toque em seu corpo. Me encarou um pouco confusa mas logo sorriu de leve.

— Bom dia, Senhorita. — eu abro o pequeno sorriso e ela parece tímida, talvez porque ela tenha sido uma onça na noite anterior, ainda mais fogosa, essa era aquela mulher que eu encarava.

— Bom.. dia... — ela da uma leve espreguiçada e eu me aproximo mais dela, fazendo com que deite em meu peito.

Eu senti que ela queria dizer algo, mas apenas se mandei calada. Eu a abracei e ficamos assim em silêncio. Permiti que ela se banhasse sozinha, e logo depois eu fui também. Sai do quarto e ela já estava terminando de pentear os cabelos. Pegou uma escova que eu tinha de reserva e fez uma rotina de cuidados rápida lá.

Ela sentou na cama e ficou no celular me esperando, eu me aproximei dando um selinho demorado.

— Vamos tomar café? — eu pego em sua mão.

— Vamos... — ela me seguiu e chegando na cozinha, Luiz estava já na cadeira de rodas vendo tv na sala, a enfermeira havia ido embora e com ele estava o outro cuidador, Filipe, que geralmente o ajudava nos banhos.

— Bom dia... — eu digo entrando com Dulce na cozinha.

— Bom dia... — eles respondem e Luiz só da uma risada de lado quando passamos por eles. Dulce parecia tímida, mas apenas me seguiu.

Depois de tomar café, Dulce alegou que precisava ir pra casa, ver sua cachorrinha e cuidar dela, eu concordei e ela logo se despediu. Na hora do almoço, eu dispensei o enfermeiro e fiquei a sós com meu amigo na área externa tomando sol.

(...)

— que baita noite em meu amigo. — ele provavelmente ouviu um pouco dos gemidos dela.

— Você ouviu né? — eu lhe encaro de lado com uma leve vergonha.

— Sim, eu ouvi. A casa pode ser grande, mas as paredes não são a prova de som. — ele me alfineta rindo.

— Eu que devia saber disso, afinal eu que mandei construír isso... — digo coçando a cabeça.

— Pois é amigo. Vejo que deu certo seu plano.

— Plano? Se ela ouve você falar assim vai melar tudo.. — lhe corrijo.

— Bom, foi um tipo de plano atraí-la pra cá. Mas é claro que ela veio porque quis também, enfim, to feliz por você...

— Eu agradeço. Mas de qualquer forma ainda não conseguimos conversar sobre, tudo fluiu rápido demais, eu entendo o que ela sente. Enfim, acho que ainda não significa muita coisa... — fico olhando o céu.

— E precisa de mais? Ela está completamente rendida por você, só está com medo de se machucar.

— Você acha mesmo? — lhe encaro.

— Com toda certeza. Ela é uma boa moça, e no fim só se preocupa em estar fazendo o certo. — ele sorri de lado.

— Espero que seja isso mesmo. Não vou pressiona-la com nada, ela sabe onde me achar e sabe o que eu penso sobre nós.

— É... — Luiz suspira — conseguiu resolver o contrato do novo cantor?

— Sim, tudo está dar certo agora. Vai entrar uma boa grana para a finalização dos detalhes do novo o estúdio. Estou esperançoso que aqui irá me dar um bom retorno...

— Vai sim. Em breve eu estarei te ajudando com tudo lá amigo. Sinto muito por estar te pregando essa peça.

— Não pense assim, você precisava de um descanso, mesmo que forçado. Não tenha pressa em se preocupar com nada. — Bato de leve em seu ombro.

— Vamos pra dentro, o sol está passando do limite aceitável agora.

— Ok.. — sorrio de leve e volto pra dentro.

Na minha cabeça só me vinha a imagem de Dulce nua ao meu lado. Toda a noite que tivemos, foi de forma inusitada e natural, eu só queria voltar no tempo para curtir ainda mais sua presença ali.

Meu maior medo era que ela não estivesse com o mesmo pensamento, e no final tudo aconteceu. E de uma forma mais madura ela me abordou com beijos e carinhos. Eu devolvi a altura todo o carinho e saudade que eu estava sentindo.

E eu não vou parar, não vou desistir de repetir quantas vezes fossem necessárias aquela última noite, nem que eu tenha que esperar o tempo dela.

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora