Cap 90

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Christopher

Meu mundo caiu ou o que? Sabe quando uma voz entra na sua cabeça e começa a ecoar várias vezes? Eu estava parado no tempo ouvindo as palavras de Dulce que me encarava seriamente.

— Christopher você ouviu o que eu disse? — ela me encara.

— Sisim, eu ouvi. — me desligo no transe — como aconteceu? Eu... é meu né? — não quis ser chato mas já tinha muitos dias que não nos víamos, eu precisava ter certeza.

— Claro que é seu! — seu olhar me fuzila

— Desculpa, eu não quis te ofender. É que já faz um tempo desde nos vimos. Mas... espera, eu estou feliz com isso. — sorrio emocionado.

— Bom... já tem 3 meses. — ela encara o chão.

— 3 meses? E.. e  porque não me disse antes, só agora?

— Não sei, eu demorei a entender tudo isso. Imagina o choque que foi pra mim. Eu desabei no começo, ainda mais por ver como tudo andava, nós não estamos juntos e um bebê naquele momento só me deixou pior... — vejo seus olhos marejarem e me aproximo dela no sofá, segurando em suas mãos.

— Dulce eu sei, sei como se sente. Agora eu que estou em choque. Mas estou feliz. Acho que tudo está conspirando a favor do destino, porque eu mesmo não pretendia voltar esse mês. Você sabe, minha vida esta bem corrida...

— É eu sei... foi por isso que nos afastamos outra vez. — ela encara o chão.

— Dulce... — seguro em seu queixo erguendo seu rosto para mim — me perdoa por não ter sido homem suficiente. Eu estou aqui agora... tá? — a abraço forte e ela permanece em silêncio no meu abraço por alguns segundos.

— E o que você vai fazer? — ela me encara depois de soltar-se do abraço.

— Eu... vou ficar. Acho que já deu.

— Voltar? Mas você não tem um contrato a cumprir?

— Eu tenho... mas mais do que isso eu tenho uma decisão a tomar. E precisava de um grande motivo para tomá-la. Ainda não sei como vamos fazer, mas eu sei que vou ficar aqui, com você, e... nosso filho... — aliso sua barriga e ela sorri emocionada.

— Christopher eu... não sei o que dizer... — ela sorri

— Diga que me perdoa, e que está feliz em me ver... — aproximo meu rosto.

— Eu estou feliz, mas sabe, eu ainda estou magoada com tudo...

— Eu imaginei, mas será que pode um dia me prometer que vai esquecer tudo isso? Eu sei que não será fácil, eu também me machuquei ao longo desses anos, mas diga que sim? — aliso seu rosto me aproximando mais do dela.

— Claro Chris. Eu não vou negar que será difícil sim, mas você é pai desse bebê, e é quem eu sempre amei. Como não dar uma chance e apagar tanto rancor? — ela me olha nos olhos.

— Eu te amo Dulce. Sempre te amei. Acho que tanto amor me deixou com medo, você sempre foi demais pra mim. Muita beleza, carisma, companheirismo... você é o sonho de qualquer um. E por isso, talvez eu tenha me perdido de você... mas agora, eu só quero me encontrar de novo. — encaro seus lábios e sinto seu hálito fresco.

— Eu prometo apagar isso tudo, desde que você não se afaste mais. Promete? — ela fica séria.

— Eu prometo, claro! Agora me dá um beijo... — ela concorda com a cabeça e sorri logo sendo invadida pelos meus lábios. Ficamos em um beijo lento e intenso ali por alguns minutos. — Eu não sabia que sentia tanta falta desse beijo, desse cheiro... — digo depois de nos soltarmos.

— Então somos dois. — ela ri.

(...)

Não demorou muito Luiz apareceu na sala em sua muleta, ficando junto conosco ali em uma conversa agradável. Dulce me contou tudo sobre a gravidez e o chá, eu me animei todo, foi tudo tão rápido mas ao mesmo tempo eu já me sentia pai.

Meu celular toca, e era Alfonso. Ele queria saber onde eu estava e com quem. Depois que contei brevemente ele acabou confessando que era tudo uma armação. Dulce ouviu e ficou indignada, mas entendeu que eles estavam certos em nos ajudar.

Se não fosse por isso seríamos bobos e imaturos, e talvez Dulce nem me contasse do bebê por orgulho. E eu sempre teria medo de me reaproximar dela. Devo agradecer a nossos amigos por dar um jeito de trabalhar nossa imaturidade.

Dulce e eu fomos até sua casa, onde ela me mostrou a primeira roupinha branca que comprou. Os sapatinhos amarelos combinando com a touquinha. Eu fiquei emocionado só de imaginar um filho meu ali.

Ela tomou um banho e eu fiquei aguardando na sala. Pedimos comida e ficamos conversando.

(...)

— Foi bom voltar ao Café hoje.. — digo comendo batatas fritas.

— Não posso dizer o mesmo.

— Ta brincando né? — ela estava fazendo menção a mim?

— Não tô falando de você. — ela solta uma risada fraca. — Angel me disse que está muito preocupada.

— Preocupada por quê?

— Ela disse que Seu Marcos está querendo vender o Café para um empresário que quer fazer de lá uma das redes de farmácias dele. E por estar pensando no dinheiro ele quer aceitar, e por conta disso ela provavelmente perderá o emprego. E fora que aquilo lá representa muito pra nós. Eu sinceramente estou muito chateada, não quero que isso aconteça.

— Poxa, nem eu. Mas ele está com dívidas?

— Eu não sei ao certo. Acho que se trata dele querer voltar pra sua cidade natal. A mãe dele já está de idade e me parece que ela precisa de um tratamento e segundo Sueli, é um tratamento bem caro.

— Nossa que coisa chata. Eu entendo o que ele deve estar passando. Se não fosse por isso eu estaria agora com os cabelos em pé. Com o cachê dos eventos eu já me recuperei das dívidas.

— Pois eu fico muito feliz, agora você será papai e precisamos dar uma vida boa a esse bebê... — ela alisa a barriga.

— Eu darei tudo... — dou um selinho demorado.

Terminamos o jantar e depois ficamos no quarto matando a saudade.

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Capítulo maior como prometido ❤️

SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora