Dulce
Acordei toda encolhida ao lado deles. Meu corpo todo doía e meus olhos sequer abriam. Fui ao banheiro e dei de cara com o espelho. Eu estava horrível. Olhos inchados, olheiras fundas, cabelo todo bagunçado.
Peguei meu celular, com a intenção de passar uma mensagem ao meu chefe, pedindo para me ausentar nos próximos dias, mas logo notei a tela quebrada. Ontem eu o joguei longe e por sorte não estragou de vez.
Passei uma mensagem para meu chefe dizendo que estava me sentindo mal, e que não iria trabalhar. E não era mentira. Em pleno domingo de expediente eu estou sofrendo por amor e com a pior feição possível.
Ele concordou e eu consegui tirar pelo menos 3 dias, alegando uma virose. Sem condições nenhuma de fazer nada eu só fui tomar um banho. Deixei a água correr pelo meu corpo enquanto chorava outra vez. A lembrança de ouvir seu choro foi dolorosa do início ao fim.
Saber que eu só tive coragem para dizer o que eu sinto no fim da história foi frustrante. Eu tinha certeza que não amaria ninguém como o amo. Só queria pular a parte do sofrimento, ou esquecer que um dia fui feliz, porque até isso me doía.
Anahi foi até o banheiro, queria saber se eu estava bem. Eu não disse nada, apenas a encarei.
— Eu vou até minha casa, Alfonso precisa de mim. Mas o Christian está aqui, e mais tarde eu prometo que volto, tá bem?
— Tudo bem, eu vou superar. — disse me levantando do chão do banheiro.
— Dulce... — ela me disse com a cabeça entre a porta — Nao se torture, deixe tudo irá de encaixar. — eu só concordei e sai do banho rapidamente.
Penteei meus cabelos enquanto respondia alguns áudios da minha mãe. Não é possível que ela tinha um sexto sentido tão aflorado ao ponto de supor o momento exato que eu estou chorando.
Não comentei nada, e nem pretendo. Estou em choque com o que eu mesma fiz na noite anterior. Troquei de roupa e fui até a cozinha. Christian preparou um café pra mim e praticamente me fez engoli-lo.
(...)
— Me desculpa Maria, mas você precisa comer.
— Os sorvetes e os doces de ontem não contam? — eu disse para corta-lo.
— Nao, sua espertinha, só coma.
Fiquei na mesa com ele. Levei quase quarenta minutos pra comer um pedaço pequeno de pão com café. Tava difícil até de descer pela garganta.
Enquanto isso...
Christopher
Eu acordei assustado, suando e tremendo. Tive um pesadelo com Dulce. E ao acordar me dei conta que não era apenas um pesadelo. Ela me deixou, e não me quer por perto mais.
Tá certo que eu não estou por perto, mas tudo foi como um balde de água fria. Meus planos com ela estavam dentro do que eu planejo pro meu futuro. Me ver sozinho de repente era tão turbulento e assustador.
De repente eu sabia que isso era sofrer por amor, coisa que eu ainda desconhecia, afinal, com Maite foi apenas uma paixonite, algo de atração.
Levantei fui ao banheiro e voltei pra cama. Não demorou muito Luiz foi me ver, queria saber como eu estava, sua última imagem minha era eu chorando feito criança encolhido na cama.
(...)
— Bom dia guerreiro. Como se sente? — ele abre devagar a porta e entra.
— Ainda mal. Parece que eu levei um tiro no peito, só isso que consigo dizer. — eu olhava para o teto, e sentia um vazio tremendo.
— você realmente é o tipo de cara que elas sonham. Fiel, amigo, sentimental... — ele senta no pé da cama — o dia que ela ver que você foi único pra ela, isso será seu maior arrependimento... — ele me diz com seriedade.
— Parece até que você entende de relacionamentos.. — seu caráter com as mulheres era duvidoso, e aquilo me chocou.
— É.. eu sei. Sou seu oposto. Mas acredite, já passei por uns mais bocados.. Chris, levanta a cabeça irmão. Vida que segue. — me deu um tapa de leve e se afastou. Típico dele. Direto e ao mesmo tempo compreensivo.
Suspirei e levantei. Precisava encarar minha fossa da melhor maneira possível.
Fui andar sozinho pelas ruas do Rio. Eu corri grandes riscos, eu sei, afinal eu ainda nem conheço a cidade direito. Na minha testa parecia estar escrito "turista" todos sabiam de onde eu sou.
Comprei uma água de coco e sentei em um dos bancos no calçadão de frente para o mar. Aquela brisa era acolhedora e fresca. Fechei os olhos e tentei me desligar de tudo. Mas ela não saia dos meus pensamentos.
E foi assim durante anos.
~~~~~~~~~~~~4 anos depois
Esse sou eu de novo. Christopher Uckermann, hoje com 29 anos, uma carreira pausada por bloqueio criativo e problemas pessoais. Consegui fazer meu nome no meio artístico e graças a isso eu consegui
mudar pelo menos uma parte da minha vida.Ao longo dos anos eu fui juntando grana e investi na abertura de gravadoras. De início consegui 3 sedes. Uma no Rio, outra em Minas, a última em São Paulo.
A de SP é a mais recente, a qual precisa de mais atenção. Eu estava morando no Rio e em São Paulo nos últimos anos, mais devido um problema de saúde do meu sócio Luiz, eu precisei ficar de vez em São Paulo.
Ele que iria cuidar do meu negócio por lá, mas depois de um acidente de carro seria impossível. Meu amigo de longas datas que se ofereceu para me ajudar em diversos momentos precisava de mim e eu não podía o abandonar.
Parece que era a hora de voltar. Só espero que seja bom desta vez.
<•>
Chris voltando para São Paulo depois de 4 anos. Desta vez é pra ficar. Com vocês acham que está a vida dela?
Comentem que jaja eu libero o outro capítulo contanto ❤️👏🏼

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SENHORITA | Vondy
RomansaCONCLUÍDA || Ela uma garçonete com um padrão de vida comum. Ele um cantor da cidade. O que pode acontecer entre pessoas tão diferentes? "O destino e suas reviravoltas" VOCÊ VAI SE APAIXONAR POR ESSA HISTÓRIA DE AMOR. ------------- Apesar da referên...