Cap 68

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Dulce

— E então, o que você quer beber? — ele pergunta assim que eu me encosto no balcão da cozinha.

— Só uma cerveja.

— Vou pegar... — vejo ele colocar algumas coisas no forno e logo noto como ele pensou em me agradar. Aqueles enroladinhos eram os meus favoritos a alguns anos atrás.

— Eu... adoro esses enroladinhos — digo assim que ele fecha o forno e se vira pra mim.

— É eu encomendei especialmente pra você... — ele me encara com um sorriso leve.

— Obrigada... — eu olho pra baixo e ele se aproxima devagar, tentando algo que eu já imaginava ser um beijo...

— Sr Christopher, onde estão os remédios que o Sr comprou? — Sueli aparece na cozinha e ele se afasta correndo — desculpe, eu interrompi?!

— Não.. só estávamos conversando. — ele coça a cabeça — os remédios estão aqui, eu esqueci de te entregar, que cabeça minha... — ele pega uma sacolinha ao lado da televisão e lhe entrega.

— Obrigada e com licença. — Sueli sai.

— O.. que você está querendo, realmente, com tudo isso? — eu o encaro assim que ela sai.

— Eu? Como assim? Não sei do que você está falando... — ele da de ombros.

— Ah, você sabe.. faz tanta questão de me ver, sempre me manda mensagem, agora uma aproximação tão rápida... o que está havendo?

— Eu... não estou querendo nada. Você é e sempre foi uma grande amiga, erramos muito no passado e eu não quis perder o contato outra vez. Só isso... — ele se afasta.

— Tudo bem...

Alfonso apareceu lá com Anahi, ficamos conversando por muito tempo, comemos, rimos. Luiz estava muito feliz em ver a casa cheia e pra mim aquilo já valia o esforço de ter que encarar o Christopher tão gato de novo.

— O que tá rolando amiga? — Anahi me perguntou assim que os dois foram a outro cômodo.

— Ele tá querendo me beijar, desde a hora que cheguei. Eu não entendo como tudo está evoluindo tão rápido, sério.

— Ele claramente quer você de novo. Já parou pra pensar nisso?! Que vocês podem estar perdendo tempo e poder recomeçar algo?

— Não... tá doida?! Eu mal "rompi" com Bruno e já vou me envolver com outro!

— Não é qualquer um e nós sabemos disso. Mas... se te consola você pode aproveitar uma noite pelo menos... — ela pisca com malícia.

— Anahi.. o que é isso! — eu a repreendo e começo a  rir

— É sério amiga, ele tá delícia daquele jeito,
Poncho que me perdoe, mas ele é um pedaço!! Como diria Hebe Camargo "entendedores entenderão"

não posso simplesmente dormir com ele, não rola amiga...

— Rola sim... o seu temor é porque você que não ficará só nisso ne.. enfim, eu preciso chamar o Poncho pra irmos pra casa, assim você fica mais à vontade com ele.

(...)

Anahi e Poncho foram embora, eu acabei ficando alegrinha demais. Luiz acabou adormecendo por conta dos remédios e Sueli ficou ao lado vendo tv. Eu sai do quarto de Luiz e decidi que iria embora, eu não podia beber mais e nem ficar um segundo se quer com Christopher.

— Eu já vou, ele já dormiu e eu estou cansada... —disse coçando os olhos.

— Está cedo... — ele caminha até chegar perto de mim. — Se quiser ficar, a casa é sua... — aquilo soou tão erótico que eu fiquei desconcertada, será que eu estava tao alterada assim?

— Não eu realmente tenho que ir, você também não ajuda... — eu reclamo baixinho.

— Eu? — ele aproxima mais — o que eu fiz? — ele segura no meu rosto vendo que eu desvio o olhar a todo instante.

— Fica me olhando assim flertando o tempo todo... colocou uma roupa colada... olha.. isso não vale.

Christopher começou a rir disparadamente que eu fiquei até sem graça, eu devia ser uma palhaça, com certeza.

— Do que está rindo? — eu arregalo os olhos.

— Você... — ele aproxima novamente — consegue ser doce até quando está sendo sincera e provocante. — Sabe que eu quero muito mais do que flertar contigo. Você é que não parece querer...

— Eu... não posso essa que é a verdade. — serro os olhos

— Não pode ou não quer? — seu rosto fica colado ao meu, aquilo me deixava ainda mais vulnerável e excitada. Credo, como um homem pode me deixar assim depois de tantos anos? Eu não posso beber mesmo!

— Eu não posso. — o olhei e ele entendeu —

— quem não deixa você seguir seu coração e seus sentimentos? Me diz? Acho que é você mesma... — ele suspira rente aos meus lábios e eu acabo cedendo.

Eu queria aquele beijo mais do que qualquer coisa no mundo. Ele me encosta na parede da cozinha, e acaba puxando a porta para que Sueli não nos visse. Ficamos longos 20 minutos beijando sem parar. Sua mão deslizava pela lateral do meu corpo enquanto sua boca descia vez ou outra pelo meu pescoço, eu estava tão carente dele que permiti que assim fluísse.

Sua boca quente, úmida e macia era o paraíso. Nossas línguas estavam de encontro na mais perfeita sintonia. Eu alisava seu rosto sem acreditar no que eu vivia. Sonhei com ele por tanto tempo que eu não queria mais voltar a minha realidade.

A situação começou a esquentar mais e eu finalmente cai em mim, eu não podia me entregar a quem me fez sofrer tanto. Amizade já era demais, eu apenas me soltei.

— Desculpe isso foi um erro! — pego minha bolsa e saio correndo.

— Erro? Dulce, o que foi? — ele tenta me seguir e eu não sou nem capaz de olhar para trás. Meu coração estava em chamas, e não era só ele.

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SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora