Cap 47

320 32 5
                                        

Christopher

Acordei um pouco tarde, afinal de contas eu demorei a pegar no sono por conta do que aconteceu ontem. Eu estou muito desapontado com Patrícia e Luiz. É difícil entender quando uma pessoa não quer alguma coisa?

Eles não entendem que eu namoro e não importa o que aconteça, eu estou com ela. Não estamos perto um do outro nesse momento. Mas ela é o que importa pra mim. Esse mundo da fama é difícil, as pessoas pensam que simplesmente do nada você vai abandonar tudo que tinha antes de ficar famoso.

Levantei, troquei de roupa e desci para tomar o café da manhã de hotel. Já era quase 10 horas, por pouco eu perco o café que era servido até essa hora.

No meu celular tinha inúmeras mensagens de Luiz, e nenhuma de Patrícia. Ela deve estar se fazendo de triste por eu ter a rejeitado. Eu não ia sequer ver Luiz naquele dia, se não não fosse por trabalho.

Fui para o parte traseira do hotel onde tem algumas cadeiras e um jardim, onde os hóspedes ficam pra tomar sol ou conversar. Eu fiquei lá sozinho pensando um pouco até que Luiz surgiu.

— Bom dia, cara. — ele fica de frente pra mim.

— Pode por favor não tapar meu sol? — eu tinha que alfinetar ele, que me deixou furioso no dia anterior.

— Christopher, eu entendo sua raiva. — ele senta ao meu lado — mas não leve tão a sério essas brincadeiras. Eu não sabia que você era do tipo fiel e tudo mais...

— Brincadeiras? — eu ironizo — você praticamente jogou a Patrícia pra cima de mim e sumiu com uma garota. Aquele restaurante todo privado, eu sozinho com outra... entenda que eu jamais misturaria as coisas com ela.

— Eu pensei que você fosse gostar. Ela é louca por você desde que viu seus vídeos.

— Nem se eu estivesse solteiro, meu caro. Eu não to tão desesperado assim por mulher mais. — digo revirando os olhos.

— Tá bom, desculpa aí. — ele diz com as mãos rendidas — Mas... o que você vai fazer a respeito dela?

— O que quer que eu faça? Se ela continuar misturando as coisas eu vou ter que abrir mão de tudo. Estou aqui a trabalho.

— Você faria isso? Não pode, agora que estamos indo bem....

— Eu sei... mas ela precisa entender isso.

— E por falar nela, deve tá uma fera depois do fora que levou... ninguém a rejeita assim. — eu balanço a cabeça em negação e não digo mais nada.

— Bom, então eu vou indo nessa. So queria saber como você estava. — ele se levanta — agora eu preciso tomar algo pra essa dor de cabeça terrível...

— Quem mandou beber... — eu digo e ele se afasta. Ainda bem que só veria Patrícia mais tarde. Eu ainda tinha no que pensar pra dizer a ela.

Dulce

Na hora do almoço eu decidi ir pra casa cochilar um pouco. Meu sono estava absurdo nos últimos dias. Não estava sentindo fome e ainda sentia um mal estar estranho.

Estou com medo de estar grávida, mesmo sabendo que nos cuidamos bastante, não acho que esse seria o momento ideal.

Antes de voltar para o trabalho, eu decidi fazer um teste de gravidez. Usei o banheiro da farmácia mesmo, eu não queria fazer isso no Café. Aguardei alguns segundos e o resultado saiu. negativo. Eu não sei se gostei ou não do resultado. Mas pelo menos já estava mais certa de que não estou com um bebê no ventre.

Comprei um remédio pra azia, tomei e segui para o trabalho. Respondi algumas mensagens do Chris e voltei ao trabalho.

Cheguei no Café e um cliente havia derramado suco em uma das mesas, Josy estava limpando e eu já cheguei ajudando pra não tumultuar os atendimentos.

— Obrigada... — ela diz passando um pano no chão e eu ajudo com outro pano limpo. Eu só sorrio e ela continua — você está melhor? Vi que você estava bem pálida pela manhã.

— Estou sim. Graças a Deus. Aproveitei pra dormir um pouco agora...

— Você? Dormir assim? — ela ri — só um milagre.

— Qual o problema? — fico curiosa.

— Você não dorme de dia, exceto quando não está bem. Me diga, tá acontecendo algo?

— Não Josy.. se tivesse você já saberia. Eu só estava cansada...

— Sei... e esse cansaço, esse mal estar não podem ser um bebezinho?? — ela ironiza quando retornamos para cozinha com o balde.

— Não amiga. Eu já fiz o teste. Negativo, tá?! — dou um tapinha no ombro dela e pego meu avental.

Eu passei o restante do dia somente no balcão. Angelique e Josy estavam atendendo as mesas e ajudando Seu Marcos com as fornadas de pão. Eu estava ainda muito pensativa quando uma moça entra no café e se aproxima de mim.

— Boa tarde.

— Boa tarde. — eu me  recomponho e meu sorriso estava forçado demais, ela logo notou.

— Não está em um bom dia né?

— Na verdade eu até estava... bem disposta, mas agora já não tanto.. — olho pra baixo.

— Seja lá o que for, eu desejo boa sorte e melhoras. — seus olhos azuis eram cativantes e não pude deixar de reparar a beleza da jovem que conversava comigo.

— Obrigada.. o que você deseja?

— Bom, eu queria saber se vocês trabalham com encomenda de bolos para festas.

— Sim.. claro. — sorrio —Fazemos os pedidos com pelo menos 3 dias de antecedência. Pra quando será?

— Pra sábado.

— Sábado que horas?

— As 20h. Mas que horas posso pegar?

— Vou checar aqui.. só um minuto. — vou até a cozinha, confiro as encomendas da semana e volto. — Pode vir as 17?

— Perfeito. Sábado as 17h.

— E qual será o sabor, recheio e tamanho?

— bolo médio, Massa branca, recheio de nozes com doce de leite e abacaxi com chantilly por cima.

— Hmmm.. ótima escolha. — digo anotando — qual seu nome? Pra eu deixar registrado...

— Anahi. Anahi, Portilla. — ela diz.

— Certo, Anahi. Esse bolo fica em 85,00. 50% do valor é pago hoje e o restante no dia da entrega. — digo anotando no sistema — É você mesma que vem buscá-lo?

— Isso.. — ela sorri. — aqui está. — ela me entrega o dinheiro.

— Ok.. esse é o telefone do Café, caso tenha alguma dúvida. — Entrego junto com seu troco

— Muito obrigada?!.. — ela pede continuidade para saber meu nome..

— Dulce.. — eu sorrio — e obrigada...

— por nada. Até mais.. — e a moça sai.

<•>

Anahi entrando na história ❤️👏🏼

SENHORITA | Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora