Quando encontrei teu olhar

Alivie sua alma.

Lúcifer:

Acordei ansioso no dia seguinte. Arrumei-me e tomei café da manhã.

Charlotte: - Está pronto para ir, filho?

Lúcifer: - Acho que sim...

Entramos no carro e seguimos para o subúrbio. A igreja se encontrava num local bem simples.

Padre: - Pois não meus filhos?

Lúcifer: - Olá, eu sou uma das crianças que foi abandonada aqui nessa igreja...

Padre: - E qual é seu nome?

Lúcifer: - Lúcifer, me chamo Lúcifer.

Padre: - E o que procuras?

Lúcifer: - Vim atrás de minha mãe, que me deixou aqui. Ela até deixou essa carta. – Mostro a ele.

Padre: - Por incrível que pareça eu me lembro de você, apesar de eu ter recebido inúmeras crianças ao longo de minha vida.

Lúcifer: - E você sabe algo de minha mãe?

Padre: - Bom, a história que vou te contar, não é das melhores nem das mais felizes, mas creio que se está aqui, é porque procura algo...

Lúcifer: - Diga... Eu só quero saber a verdade.

Padre: - Sua mãe era uma moça doce, ela vinha sempre aqui na igreja. Ela engravidou de um homem não tão bom. Ele era alcoólatra e fazia o uso de drogas. Por causa disso, ele era muito agressivo e batia em sua mãe, até quando estava grávida, mas por sorte a criança nasceu sem nenhum problema.

Lúcifer: - E o que aconteceu com ela? – Digo contendo minhas lágrimas.

Padre: - Infelizmente ela faleceu... O homem estava muito irritado um dia, e ainda por cima, armando, ele atirou nela e ela morreu no dia seguinte, no hospital da região.

Caio aos prantos, sentado no banco da igreja. Coloquei minhas mãos no rosto para escondê-lo e permaneci chorando por alguns minutos.

Padre: - Pode chorar meu filho... Alivie sua alma.

Lúcifer: - Por que esse mundo faz isso? Justamente com as pessoas boas? – Digo com voz de choro, com as lágrimas ainda caindo.

Padre: - Não sei te explicar ao certo, mas pelo meu entendimento as pessoas boas já completaram sua missão aqui na Terra, e já podem voltar para sua verdadeira casa.

Lúcifer: - É faz sentido...

Padre: - Eu preciso me retirar agora para preparar a missa, mas pode ficar, se quiser.

Lúcifer: - Já vou também senhor padre. Obrigado...

Padre: - Disponho... – Ele diz e sai.

Volto para o carro, onde minhas mães aguardavam pacientemente.

Charlotte: - Está tudo bem, filho?

Lúcifer: - Ela morreu mãe... Minha mãe morreu. – Digo chorando.

Christine: - Vem cá... – Elas me aconchegam em seus doces braços. – Está tudo bem...

Charlotte: - Nós estávamos preocupadas...

Lúcifer: - Por quê? – Digo ainda choroso.

Christine: - De você nos abandonar... Se encontrasse sua família verdadeira, ir morar com eles e nos deixar...

Lúcifer: - Mas que ideia de vocês... – Digo até rindo. – Vocês duas são tudo para mim, eu nunca as abandonaria.

Charlotte: - Ah... Obrigada meu filho... Nós te amamos. – Elas me abraçam de novo.