Capítulo 60

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Não ia voltar mais hoje, afinal postei muito já, mas devido aos últimos acontecimentos, resolvi voltar para dizer algumas coisas

Todos vocês viram a pequena live da Natalie e da Priscilla hoje e estava bem claro, que elas estavam tristes com esse ciclo que foi encerrado hoje. Gostaria de pedir, aos que ainda não entenderam o que houve ali, que tenham empatia e respeito por elas, pelo trabalho delas, não só como um casal em websérie, mas individualmente também. Não as enxerguem apenas como um shipper. Elas têm vidas distintas, e ciclos uma hora se fecham e não pensem que é fácil para os principais envolvidos, porque não é. Não sabemos o que houve para que essa decisão fosse tomada, mas peço que as amem, que enviem energia positiva, enviem amor, e estejam com elas, independente do caminho que cada uma siga. Elas pregaram amor, e ainda pregam, elas não merecem menos que isso, elas não merecem menos que amor. Chegou a hora de retribuir tudo que elas construíram dentro de cada um de nós. A libertação emocional, a libertação da sexualidade, a aceitação de muitos, que aconteceu através delas. Sabemos que elas pretendem continuar os trabalhos da Ponto Ação juntas, mas não sabemos como vai ser de fato e independente disso, as amem, sigam os trabalhos delas, as apoiem. Sejam amor... Deem amor..

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NICOLE NARRANDO...

O final de semana foi tranquilo e bem caseiro. Minhas mães me deram muita força com o término, foram muito compreensivas, conversamos muito sobre tudo isso, sobre sentimentos e eu a cada dia me sentia ainda mais grata por tê-las comigo, por elas serem minhas mães. Minha mãe vai operar para se livrar de vez do câncer e estava feliz com a quimioterapia estar dando resultados. Na segunda antes de ir pra aula fui dar um abraço nela, ela ia fazer os exames pré operatórios e se tudo tivesse certo na quinta ela internaria para fazer a cirurgia. Quando cheguei na faculdade o Felipe estava parado quase na entrada do estacionamento. Eu entrei com o carro sem dar moral pra ele e ele entrou a pé já que quem tinha acesso ao estacionamento interno da faculdade eram só os alunos.

Lipe: Nicole, a gente precisa conversar.

Eu: Não. A gente não tem nada pra conversar Felipe. Acabou e pronto. Você segue feliz com aquele amontoado de imbecis que você tem como amigos e eu vivo minha vida, minha faculdade, meu sonho como eu quero viver. Se você não é capaz de ser feliz por mim, por eu estar fazendo o que eu quero e onde eu quero, não podemos ficar juntos.

Lipe: Eu gosto de você, e você está levando tudo pra um lado errado.

Eu: Você pode gostar de mim, mas você não me respeita. Você não respeita meus sonhos, minhas escolhas e eu sou obrigada a aceitar tudo que você quer e faz. Isso não condiz comigo. Não somos mais crianças Felipe e não dá para vivermos assim. Eu tentei, eu juro que tentei. Eu amo você de verdade, mas eu me amo mais. Agora por favor, não me procura mais. Não torne isso mais difícil que já é. – entrei no prédio antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. A aula se passou como sempre, sem problemas e tranquila. Cheguei em casa a noite, tive aula o dia todo, a minha mãe tava dormindo, tava cansada por causa dos exames que duraram quase 3 horas. Na quarta pela manhã soubemos que tudo estava certo para a cirurgia dela então na quinta feira ela internou as 6 da manhã. A cirurgia seria as 13:30. Fui pra aula, só tinha aula de manhã, fui pra casa me troquei almocei, levei a Nina pra escola, peguei a Bela no colégio e fomos para o hospital. Minha mãe estava lá, minha avó Patricia, a tia Nathy e a Leticia também. – E ai mãe?

Mãe: Acabou de entrar filha. Deixou um beijo pra vocês... – sorriu de leve. Depois de duas horas a Marisa veio dizendo que estava tudo bem com ela, que foi retirado e retirado todas as margens que pudessem ramificar um novo tumor. Fomos pra casa, ela tava no pós operatório e ninguém poderia ficar com ela lá. Ela só iria para o quarto a noite. Peguei a Nina na escola, dei banho nela, dei janta. A mamãe foi para o hospital de novo, logo jantei com a Bela, em seguida botei a Nina pra dormir e fui fazer umas coisas da faculdade. Na manhã seguinte falei com a minha mãe por telefone, fiz uma prova e de lá fui para o hospital. A mamãe ia em casa tomar um banho, levar a Nina na escola e pegar a Bela então eu fiquei com minha mãe. Ela tava sonolenta por causa da medicação, as enfermeiras iam dar um banho nela, então eu me retirei e fui até a cantina. Pedi um misto e um suco e logo que terminei de comer ouvi alguém me chamar. Quando tirei os olhos do celular era a Sabrina, a minha mãe biológica.

XX: Nicole? – a olhei. – O que faz aqui? Está tudo bem?

Eu: Sim. Minha mãe fez uma cirurgia.

XX: Qual delas?

Eu: Priscilla.

XX: Ah... Posso? – apontou para a cadeira – Não vou tomar muito seu tempo.

Eu: Sim. – ela se sentou e eu suspirei.

XX: Eu não tive a oportunidade ainda, de te pedir desculpas direito por tudo aquilo.

Eu: Não precisa, já passou.

XX: Sim eu sei que já passou, mas eu queria me desculpar direito com você. Seu pai não é mau...

Eu: Ele não é meu pai.

XX: Ele não é má pessoa. Ele estava transtornado pela falta de remédio.

Eu: Ok, eu entendi isso, não se preocupe.

XX: Olha só, esses são meus filhos, seus irmãos, Davi e Gabriela – me mostrou no celular dela. Eles eram lindos e a menina realmente se parece comigo.

Eu: São lindos, parabéns, tem uma linda família. – sorri de leve e sem humor.

XX: Você faz faculdade né?

Eu: Sim.

XX: De que? – ela parecia mesmo interessada e empolgada e estar falando comigo.

Eu: Medicina.

XX: Nossa... – os olhos dela brilharam – Sempre quis estudar medicina?

Eu: Sim, desde sempre.

XX: Legal. É bem fascinante. Eu amo cuidar das pessoas doentes, é um trabalho muito gratificante. Sabe, eu passava perto de um colégio e sempre via uma menina saindo da aula, e eu pensava que poderia ser você. O colégio estadual que tem em Santa Tereza. Era muito parecida com você.

Eu: Impossível. Estudava no colégio americano na Gávea perto do meu condomínio.

XX: Suas mães são muito ricas né?

Eu: Sim, são. Olha só, preciso ir, minha mãe deve ter terminado o banho dela, não quero deixa-la sozinha.

XX: Não pode ficar mais cinco minutos? Queria te conhecer um pouco.

Eu: Já me conhece. Tenho 18 anos, estudo medicina, tenho duas mães e duas irmãs. Estudei num colégio americano, moro num condomínio num bairro de luxo, tenho meu carro. Quer saber mais o que? Quantas línguas eu falo além do português? Duas... Inglês fluentemente e o espanhol bem básico pronto. Me desculpe, não quero ser grossa com você, minhas mães me deram uma educação impar, mas não somos uma família, essas crianças da foto não são meus irmãos. Eu tenho duas irmãs como eu disse, Isabela e a Nina ok? Está tudo bem, eu sou muito feliz, mais do que consegue imaginar, tenho uma vida sensacional, uma família sensacional. Obrigada por me vender a troco de drogas pra um traficante. Tenho uma boa vida graças a vocês. – sai andando. Aquilo me angustiava eu não conseguia ter empatia por ela nem por ele. E aquelas crianças não eram nada pra mim, eu não conseguia sentir nada e parecia que ela queria impor a presença dela e dos filhos dela a mim. Eu não conseguia ter empatia, mas ao mesmo tempo me sentia mal por isso. Voltei para o quarto e a mamãe tava sentada na cama já tomando café da tarde.

Mãe: Onde foi?

Eu: Fui fazer um lanche na cantina.

Mãe: Tá tudo bem? Tá esquisita.

Eu: Sim, tudo ótimo. Animada pra ir pra casa amanhã?

Mãe: Eu não vejo a hora de deitar na minha cama viu.

Eu:Imagino –dei um beijo nela e sentei na cama ao lado dela e ficamos vendo desenhos. Nodia seguinte a mamãe foi pra casa, e já estava irritada, porque não podialevantar o braço. Dona Priscilla nunca vai saber ser paciente. 

NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.Onde histórias criam vida. Descubra agora