PRISCILLA NARRANDO...
A reação da Nick foi bem inesperada pra mim. Eu esperava isso da Nina que é pequena, mas da Nicole não. A Natalie foi falar com ela, e pouco depois voltou. A reação da Nina foi muito divertida e já tenho que providenciar a girafa de pelúcia pra ser o presente que o novo irmãozinho ou irmãzinha vai trazer pra ela, porque ela vai cobrar com certeza uma girafa. Onde já se viu, sair uma girafa de dentro de mim... Só podia ter saído de dentro da Natalie mesmo essa criança.
Eu: Sua irmã não quer nem um menino nem uma menina, ela quer uma girafa. – ri e ela riu também.
Nick: Acho que você tem um problema então.
Eu: Vou ter que ir ao shopping desde já procurar por uma girafa de pelúcia. – ela se sentou de frente pra mim.
Nick: Desculpa.
Eu: O que aconteceu?
Nick: Eu tenho medo – deixou cair uma lágrima.
Eu: Medo de que?
Nick: De perder você. – eu a encarei.
Eu: Mas você não vai me perder filha. Jamais.
Nick: Mama... – soluçou – Você é o meu primeiro amor – eu segurei o ar. Eu percebi que ela prendia o ar quando se assustava ou ficava nervosa, porque aprendeu isso comigo. Eu era a mãe dela. Naquela frase, eu senti que ela é mais minha filha do que eu já sentia e o que eu sentia não era pouco. – Você me amou primeiro, quando eu nem sabia o que era isso. Eu quase te perdi uma vez, e eu não quero passar por isso de novo. Desculpa se eu estou sendo egoísta com você. Eu sei que sempre quis ter um bebê seu, saindo da sua barriga e que eu não sou sua, não sou do seu sangue, mas você é meu amor é a minha vida. – soluçou colocando as mãos no rosto e eu a abracei.
Eu: Você é minha... Você é meu amor... Você é a minha filha, minha primeira filha. Filha do meu coração. Você é meu ar. Não diga isso. Você não vai me perder e eu entendo que se sinta um pouco egoísta comigo por conta da gravidez, porque você me ama demais pra me perder, mas saiba que você não vai me perder filha. Olha pra mim – ela me olhou – Se em algum momento essa gravidez me oferecer risco de vida, tudo será feito para que eu fique bem entendeu? Eu quero sim ter esse bebê, é sim o meu sonho, mas eu tenho 3 filhas e uma esposa. Filha, antes de fazer o tratamento eu passei por todo um processo psicológico com relação a isso. Eu assinei documentos, onde eu optei pela minha vida. Por mais que eu ame muito esse bebezinho dentro de mim – coloquei a mão na barriga – Eu tenho 3 filhas e uma esposa que precisam de mim. Está me entendendo? – ela fez sinal de positivo com a cabeça ainda chorando e me abraçou.
Nick: Eu te amo mama.
Eu: Eu também te amo demais minha filha. Demais... – eu deixei cair uma lágrima. Ela tava com tanto medo que era palpável o medo que ela sentia e doeu sentir aquilo. Ela não renegava o irmãozinho, ela tinha medo de me perder. Ficamos ali abraçadas por um tempo sem dizer nada, só trocando carinho. Logo nos levantamos... – Vamos tomar café? Eu to morrendo de fome.
Nick: Vamos – me deu um beijo. Eu fiz minha higiene e desci. Nós tomamos café e fomos para árvore abrir presente. Pouco antes do almoço os pais da Natalie chegaram, eles iriam almoçar lá em casa, levaram comida já pronta, e ainda tinha comida da ceia também. A Diorio foi pra lá também, o Rod com o namorado, minha mãe e meu irmão. Passamos um dia de muita comemoração. Vi a Nick sozinha perto da piscina no fim do dia e me sentei ao lado dela.
Eu: Tá tudo bem?
Nick: Sim – sorriu de leve – O Felipe ligou.
Eu: Nossa... Ele tava sumido. E o que ele queria?
Nick: Ele queria me desejar feliz natal, disse que sente minha falta. O de sempre. – suspirou.
Eu: Ainda gosta dele?
Nick: Sim.
Eu: Mas não o suficiente para perdoar. - a olhei e ela me olhou de volta.
Nick: Exatamente mãe. A gente viveu muita coisa junto, muita mesmo. Eu o amei demais, mas se tem uma coisa que eu prezo muito é o respeito pelas escolhas, respeito do espaço, e a cumplicidade e ele me desrespeitou em todos os sentidos. Uma pessoa que me ataca por me ver, talvez numa posição um pouco melhor que a dele, não quer estar ao meu lado. Não quero ser zona de conforto pra ninguém e nem viver uma relação onde eu sou diminuída o tempo todo. Eu posso gostar dele mama. Mas eu gosto mais de mim – eu sorri. Minha filha é maravilhosa demais.
Eu: Está certa filha. Se valorize primeiro. Você vem sempre em primeiro lugar - dei um beijo na testa dela. O réveillon passamos no meu apartamento para ver os fogos. Eu tava pensando em dar aquele apartamento a Nicole quando ela formar. Ela vai querer ter o espaço dela, embora eu não queira que minha filha saia de casa, mas ela vai querer ter o espaço dela e ela tem se mostrado tão adulta e responsável que eu estou tão cheia de orgulho dela. Mas isso ainda era um caso a se pensar. No meu aniversário fizemos um jantar lá em casa. Queríamos fazer o chá revelação, mas o bebê não queria mostrar ainda o que era. Decidimos fazer em março. O tempo estava passando tão rápido... A Nina estava demonstrando ciúmes do bebê. Ela queria que eu a pegasse no colo, porque ela sabia que eu não podia pegá-la, ela não podia me ver fez fazendo um carinho nas meninas que ela vinha também mas sempre com tom de competição e ciúmes, as vezes até um pouco agressiva. As vezes que eu ia brincar com ela, dar um carinho, ela ia pra Natalie, para que eu sentisse ciúmes dela. Estávamos preocupadas em como seria a chegada do bebê com ela desse jeito.
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NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.
FanficA maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que...