Depois de vinte minutos no escuro e no silencio eu a chamei.
Eu: Pri?
Pri: Hum?
Eu: Eu... – suspirei – Eu não quero separar.
Pri: Mas Natalie...
Eu: Eu não quero isso. Eu te amo, e eu não quero ficar sem você. – solucei. Esse choro tava entalado. Ela acendeu o abajur e virou para mim.
Pri: Eu não entendo você. Eu não sei o que você quer. Eu também não quero isso eu nunca quis. – tocou meu rosto.
Eu: Eu te amo demais e dói demais essa distancia de corpos, de toque. Eu sinto sua falta todos os dias. Eu te amo demais. – solucei e ela me deu um selinho que logo virou um beijo. Ela me puxou para cima dela e nos abraçamos. Ficamos assim alguns minutos sem dizer nada.
Pri: Então a gente não separa – fazia carinho nas minhas costas – Eu volto pra casa, e a gente volta a ser uma família. É isso mesmo que você quer?
Eu: Sim. E você? Você quer isso?
Pri: Mais que tudo amor. Minha vida é você, é as meninas. Eu fiquei cega com o trabalho, eu nunca quis magoar você, ou as meninas. Se você tivesse dito desde o começo, talvez tivesse sido diferente.
Eu: Eu sei que eu errei em não falar nada desde o começo e eu fui dura pedindo o divórcio fazendo os papéis. Eu não os entreguei, porque eu te amo demais pra isso – a beijei – Me perdoa ser tão cabeça dura. Eu preciso de você, eu quero você... Eu te amo muito... – solucei de novo. Eu tava numa sensibilidade que doía.
Pri: Eu te amo... – me beijou e me abraçou. Eu chorava copiosamente.
Eu: Eu to com tanto medo Pri...
Pri: Eu sei. Eu também estou. Mas nossa garotinha é forte amor. Ela vai ficar bem, logo ela tá com a gente em casa andando e mexendo em tudo e a gente chamando a atenção dela a cada 5 segundos – rimos em meio as lágrimas. – Meu Deus, a última vez que ela veio pra cá, acho que eu a gritei umas 60 vezes em meia hora. – riu.
Eu: Eu a peguei tentando subir na estante e ela riu tao sapeca pra mim.
Pri: Vai dar trabalho sim ou claro?
Eu: Com certeza – rimos. Ficamos abraçadas, falando das nossas filhas, como eu sentia falta disso. Acabamos dormindo. No dia seguinte a vimos novamente, ela tava bem, tava responsiva, não teve nenhuma alteração durante a madrugada. Aproveitamos muito essas 72 horas pra descansar. Passadas as 72 horas, voltamos para o quarto do hospital, nossa morada nas ultimas semanas. Ela tava acordada, mas ainda tava sonolenta. Pediu mama no peito quis brincar, mas tava muito cansada pra isso. No fim da tarde ela foi para exames e na manhã seguinte minha tia ficou com ela e fomos falar com a Nádia e a Liz.
Nádia: Sentem-se. – nos sentamos. – Pegamos os resultados dos exames de ontem.
Eu: E ai? – perguntei apreensiva.
Nádia: Ela tá muito bem. A válvula que trocamos está funcionando perfeitamente bem, a anemia dela tá bem fraquinha, mas não vai ser necessário transfusão, só a medicação mesmo.
Pri: Graças a Deus. E como vai ser daqui pra frente?
Liz: Ela vai se sentir sonolenta e um pouco cansadinha na primeira semana, é perfeitamente normal. O coraçãozinho dela está reaprendendo a bater da maneira correta.
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NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.
FanficA maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que...