NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.

Capítulo 49

Fomos pra casa guardei o presente no meu closet a Natalie tava no banho.

Nat: Priscilla? – me chamou.

Eu: Oi amor? – fui até a porta do banheiro.

Nat: Onde foi?

Eu: Fui buscar as meninas e de lá fomos ao shopping comprar um presente pra Nicole.

Nat: Ah sim. Mas a Nick não viu?

Eu: Viu que fizemos compra, mas não viu o que é e se era pra ela. Ela foi na livraria comprar um livro que vai precisar pra faculdade então ela não viu. – a Nina entrou feito uma bala no banheiro. Não sei nem de onde aquela criança saiu.

Nina: Mamãe olha a minha boneca nova... – a Nat me olhou com reprovação.

Eu: Desculpa amor eu não resisti – sorri sem graça e tímida.

Nat: É linda filha... A mamãe é um amor né? Faz todas as suas vontades – falava me encarando. – Tira a roupa bebê, vamos tomar banho de uma vez – ela me deu a boneca pra segurar, tirou o uniforme e entrou no chuveiro com a Natalie. Eu coloquei a boneca na cama fui pegar uma roupa pra ela, e deixei o quarto. Desci e fui até a cozinha ver o que a Rose deixou adiantado para o jantar. Coloquei a carne temperada no forno, fiz a salada e coloquei o arroz na panela elétrica para fazer.

Nick: Mama tem absorvente? Sabia que tava esquecendo alguma coisa.

Eu: Tem, no meu banheiro. – ela foi lá pegar, tinha acabado de tomar banho. A Natalie colocava o pijama na Nina.

Nat: Vai colocar fralda já filha?

Nina: Não. Só pra mimi...

Nat: Tá... – pegou a boneca e saiu correndo – Não corre... – ela passou feito um furacão. A Nina vive correndo e a gente gritando. Logo ouvimos um barulho e ela chorar. Fui até a escada e ela tava na metade da escada e a Isabela pegando ela e rindo.

Bela: Tá correndo não sei porquê. Ainda bem que a escada é com carpete senão tava toda esfolada agora.

Eu: Não ri Bela.

Bela: Ela desceu igual uma bola, parei ela com o pé – ria.

Eu: Vem filha, machucou? – a peguei no colo.

Nina: A Bela tá rindo mamãe...

Eu: Bela para – segurava pra não rir. A Natalie não estava mais ali. Quando entrei no quarto ela tava gargalhando dentro do closet. – Pronto filha passou... Não machucou, desce devagar tá? – a coloquei no chão e fui no closet. – Amor deixa de ser maldosa – comecei a rir.

Nat: Eu não aguentei desculpa – ria sem parar.

Eu: Que pecado. – dei um beijo nela e não conseguia parar de rir.

Nat: Essa criança não vai sossegar enquanto não se quebrar toda – ria.

Eu: Tadinha...

Nat: Boneca nova né mamãe? Não esqueci não.

Eu: Ai amor deixa mimar minha filha um pouquinho – dei um selinho nela. – Se troca e desce pra olhar o forno que eu vou tomar banho. – entrei no banheiro tomei meu banho com todo cuidado do mundo por causa do acesso no meu corpo. Coloquei uma camisola e um roupão combinando e desci. No final de semana foi aniversario da Nick, ela tava toda feliz que finalmente ia poder dirigir o carro dela sem ser pelo condomínio pra praticar. Ela também levaria a Bela pra escola o que ia ser maravilhoso pra nós. Logo chegou o novo ciclo da quimioterapia e eu me sentia muito mal, parecia que tinha levado uma surra, além da dor de cabeça e do enjoo constante. Os primeiros dias eu ficava um caco literalmente. Eu estava deprimida, porque eu me sentia muito inútil de mal conseguir tomar um banho sozinha. Me sentia frustrada e muito deprimida. Os dias que se passaram eu não tinha a menor paciência com ninguém, nem com as minhas filhas e nem com a minha mulher. Era noite, eu não comia a quase 2 dias. A Natalie veio me chamar pra jantar.

Nat: Priscilla, vai descer pra comer?

Eu: Não.

Nat: Vou trazer seu jantar então.

Eu: Eu não quero comer.

Nat: Priscilla, você não come a quase 48 horas precisa se alimentar.

Eu: Eu não quero, eu estou enjoada, não vou comer pra vomitar em dois minutos.

Nat: Não pode ficar sem se alimentar Priscilla. Toma pelo menos a água de coco.

Eu: Que parte do não quero nada que você não entendeu? – falei grosseira.

Nat: Eu sei que isso tudo é uma merda, que você está com dor, está indisposta, mas precisa se alimentar, senão não vai adiantar nada Priscilla. – praticamente gritou comigo.

Eu: Olha só, não precisa se sujeitar a nada disso por mim ok?

Nat: Do que você está falando? Você é minha mulher.

Eu: Mas não tem obrigação de cuidar de mim.

Nat: Tenho sim. Eu vou trazer seu jantar e você vai comer sim.

Eu: Eu vou jogar tudo pela janela se vier com comida perto de mim. – eu estava insuportável. Ela saiu e voltou com a bandeja. Peguei o prato com comida e tudo e joguei no chão – EU DISSE QUE NÃO QUERO. – ela me olhou assustada.

Nat: Eu estou de saco cheio das suas grosserias. – falou entredentes e deixando cair uma lágrima. Ela saiu do quarto eu levantei mesmo com muita dor no corpo peguei meus remédios coloquei na minha bolsa peguei a chave do meu carro e desci. – Onde você vai Priscilla? Está passando mal.

Eu:Pro inferno quer ir junto? –sai de casa entrei no meu carro e dirigi até meu apartamento. Subi e assim queentrei vomitei muito. Escovei os dentes tomei água e os remédios e me deitei.Nada daquilo era justo. Dormi rapidamente e quando acordei fiz um café, tinhaalgumas capsulas lá em casa. Tomei e logo a campainha tocou. O porteiro nãoavisou quem era então era a Letícia ou a Natalie. Quando abri a porta era a Diorio.

Diorio: Sua mulher está te ligando desde ontem e você simplesmente não atende o telefone. Você jogou o prato de comida no chão e foi embora sem olhar pra trás. Só podia estar aqui.

Eu: Quer um café?

Diorio: Quero – fiz um café pra ela e dei a ela. – Não pode fugir da sua família Priscilla.

Eu: Ela fica me obrigando a comer sendo que eu não estou disposta, ela não entende que merda que é estar assim?

Diorio: Ela não entende e está fazendo tudo pra facilitar sua vida pra te ajudar, te deixar confortável e você só a trata mal Priscilla. Trata mal suas filhas. Não é fácil pra você, e nem pra elas também. É uma droga tudo isso Pri, eu te entendo de verdade. Eu imagino o quanto você se frustra com tudo isso, por não fazer coisas simples ou sequer trabalhar um pouco, e você tem todo o direito de ficar puta com tudo isso que ta te acontecendo. Mas você não pode descontar na sua mulher e nas suas filhas. Você sabia que a Nick e o Felipe brigaram? – eu a encarei. – Pela sua cara não. E porque você não sabia? Porque quando sua filha foi te contar, foi desabafar com você e você começou a vomitar pelo quarto afora, você ficou com raiva por ela estar vendo você passar mal e a expulsou do quarto. Como eu sei disso? A Nicole foi pra minha casa as 10 da noite chorando pra me contar, porque ela não queria falar com a Natalie e deixa-la preocupada e não podia falar com você.

Eu: Meu Deus eu não ouvi minha menina. – falei triste.

Diorio: Não. Você não ouviu. Embora tenha ficado triste, ela te entendeu. Ela precisava se abrir e me procurou. Mas você não pode tratar todo mundo mal, porque sua vida agora deu um giro de 360 graus. Você não pode fugir de casa e se isolar nesse apartamento toda vez que você achar que sua vida tá uma merda ou brigar na sua casa. – ela tava brava.

Eu: Eu sei que eu errei tá bom. Mas isso tudo aqui é horrível. Eu não quero que ninguém tenha pena de mim. Eu só quero que isso tudo acabe logo porque parece que eu estou no inferno e isso é insuportável. Eu quero viver – comecei a chorar.

Diorio: Eu sei e todo mundo está fazendo o impossível pra você ficar bem, para amenizar tudo isso, e você não está ajudando.