Capítulo 27

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Eu fui pra casa, e logo ela chegou, tinha passado no apartamento dela pra pegar algumas coisas. – Vou para o quarto de hóspedes.

Eu: Não. Fica comigo, por favor. – a abracei forte e ela me abraçou.

Pri: Tudo bem. – me deu um beijo no pescoço. Ela foi tomar outro banho e logo eu fui também. Quando sai, ela não tava no quarto. Fui ver onde ela tava e ela tava no quarto da Nina.

Eu: O que tá fazendo?

Pri: Tirando a roupa de cama, tá toda vomitada. Vou colocar na máquina. Faz um chá pra gente?

Eu: Faço – ela tava seria.

Pri: Natalie – me chamou.

Eu: Hum? – apareci na porta.

Pri: Não sei usar essa máquina não sabia que tinha trocado.

Eu: Troquei há duas semanas. A nossa era pequena, e as meninas parecem dois suricates, vivem sujas parecem que andam rolando na terra. Então comprei essa maior e dei a nossa pra Rose que tava precisando de uma máquina. – apertei os botões mostrando a ela como era e voltei pra cozinha. Logo ela veio. Dei o chá pra ela peguei o meu e fomos pra sala. Me sentei ao lado dela e deitei em seu ombro. Alguns minutos em silêncio e ela começou a chorar. Larguei a xícara na mesa e sentei de frente pra ela.

Pri: Parece que eu to num pesadelo e não consigo acordar. – soluçava. - Ontem minha filha tava perfeita e agora ela tá no meio de um monte de máquinas, fios e agulhas. – eu a abracei.

Eu: Eu sei... Dói e muito. Mas a gente precisa ser forte. Não podemos nos entregar. A Nina precisa de nós. – falei segurando o rosto dela e deixando uma lágrima cair. – Nem que a gente busque esse doador no Alasca, a gente vai encontrar e trazê-lo. – ficamos mais um pouco ali falando sobre tudo isso e subimos. Demoramos um pouco a dormir. Quando acordei a Pri tava abraçada comigo, como fazíamos antes. Olhei a hora e eram 6 da manhã. – Priscilla?

Pri: Hum? – acordou um pouco assustada.

Eu: São 6 horas precisa levar a Nick para o colégio, a Bela pra colher sangue e levá-la ao colégio depois.

Pri: Tá... Ela já sabe do exame?

Eu: Sim, mandei mensagem do hospital pra ela não tomar café da manhã. Ela tem prova no segundo horário.

Pri: Ta bom – ela levantou tomou um banho pra acordar, colocou uma roupa confortável e nós descemos pra tomar café. A Nick já tava na mesa tomando café.

Eu: Oi filha bom dia.

Pri: Bom dia filha – deu um beijo nela.

Nick: Bom dia. Como tá a Nina?

Eu: Intubada. – suspirei. – Cade sua irmã?

Bela: Serve eu? To acabada de sono. – sentou a mesa.

Eu: Não pode comer nada agora tá amor.

Bela: Eu sei. Como tá a Nina?

Eu: Ela está intubada. Ela teve um choque tóxico no sangue por causa da transfusão.

Nick: Colocaram sangue errado nela?

Eu: Sim e não filha. Ela convulsionou e logo o coração dela parou. Foi colhido sangue para um novo exame e com dois reagentes, o sangue dela deu B positivo e o outro B negativo. Tudo estava certo, mas o tipo não.

Bela: Mas isso é possível?

Nick: Não... – me cortou antes que eu pudesse responder – Ela é sangue dourado – nos encarou assustada.

Bela: Que é isso, sangue dourado?

Nick: É quando você não é positivo, nem negativo. É RH Nulo. Um exame mostrou que a Nina é B positivo, o outro também mostrou isso, mas um terceiro ela deu B negativo, contudo, é inconclusivo, mas como ela tava recebendo transfusão e teve um choque tóxico do sangue, ela só pode ser RH nulo.

Bela: E o que isso quer dizer?

Nick: Ela precisa do mesmo sangue dela pra fazer a cirurgia, enquanto ela perde sangue na cirurgia, tem que ter o sangue dela para repor, senão ela morre.

Bela: Mas a mamãe é doadora universal.

Nick: Não serve. Tem que ser igual. Ela não tem antígeno RhD nenhum, e um sangue positivo ou negativo pode ser fatal, por isso ela teve o choque. Se não tivesse ninguém por perto ela teria morrido. A mamãe é O - doa para todos, mas não recebe sangue de qualquer um, somente do mesmo tipo dela, e a Nina é a mesma coisa, e isso é muito raro por isso chamam de sangue dourado.

Pri: Obrigada colégio americano, está ensinando bem seus alunos – riu.

Nick: Isso é genética mãe, eu faço cursinho pra prestar vestibular pra medicina, é básico. – riu sem graça.

Bela: Por isso eu vou fazer exame de sangue? Pra saber se eu tenho o mesmo sangue da Nina?

Eu: É filha. Tem 50 pessoas no mundo que é RH nulo. 51 agora com a Nina. Precisamos saber se você também é, e se for e não conseguirmos um doador para ela, será pedido uma autorização no conselho médico e no FDA para que você doe sangue para a cirurgia da Nina.

Bela: Entendi. Quer dizer então que o nosso doador pode ser também?

Eu: Sim, tem chances. Isso também será investigado. – logo saíram. Eu tomei um banho me troquei e fui para o hospital. A Nina continuava do mesmo jeito. A vi por 5 minutos. Vão estubá-la em 24 horas e ver ser ela não tem nenhuma alteração até poder fazer a cirurgia. Voltei pra casa, liguei para os meus pais e meus irmãos contando tudo. A Pri fez o mesmo.

Pri: Eu tenho que assinar alguns papéis, deixar tudo em ordem para o Rodrigo e a Rafa toquem a empresa pra mim por algum tempo. Não demoro.

Eu: Fica tranquila faz o que precisa fazer. E se não quiser desmarcar nada tudo bem Pri, eu fico com ela 24 horas.

Pri: Ela é minha filha também e eu não vou deixa-la sozinha e nem você – saiu de casa. Arrumei todo o quartinho da minha pequena resolvi desmontar o berço e transformá-la na caminha dela que virava casinha também. Arrumei tudo pra quando ela for pra casa. Fui buscar as meninas no colégio, almoçamos juntas. No dia seguinte eu e a Priscilla estávamos no hospital, a doutora Nadia a estubava e pouco depois ela respirava sozinha acordou pedindo mama. Eu pude dar o peito a ela. Ela voltou para a pediatria. Lá tinha duas poltronas e um sofá cama, era onde seria nossa casa por algum tempo. A noite ela chorou muito pra dormir, coisa que ela nunca fazia. Ela tava incomodada com a tala na mãozinha onde ficava o soro dela. Depois de mamar por quase uma hora no peita adormeceu. Na manhã seguinte a PRi foi pra casa pegar as meninas para levar ao colégio e logo voltou.

Liz: Oi Priscilla que bom que chegou. O resultado da Isabela saiu, e ela é O - ela não tem o mesmo sangue que a Nina infelizmente. - As buscas pelos hospitais do estado continuavam. No fim da tarde soubemos que não foram encontrados. A doutora Nádia então entraria em contato com o banco de sangue dos EUA, Europa e até mesmo do Iraque além do outros países. A Pri foi a clínica onde inseminamos pra saber algo sobre o doador e na ficha dele ele era B positivo também. A Clínica entraria em contato com ele para um exame de sangue para ajudar uma criança sem mencionar de quem se trata. Nossa vida agora é se dividir nos cuidados a Nina e as meninas. Eu coloquei algumas pessoas para cuidar de tudo pra mim na empresa, e a Pri deixou a produtora por conta do Rodrigo e da Rafa. No fim da tarde a Luiza foi lá, ela tinha ido fazer um parto e estava indo embora. A noite a Diorio chegou lá, ficou um pouco e foi embora também. 

NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.Onde histórias criam vida. Descubra agora