Capítulo 52

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NICOLE NARRANDO...

A alguns dias eu não me sinto bem. Ando bem calada, bem na minha, fiquei chateada com a minha mãe por causa do que houve, não estava bem com meu namorado, estava tudo uma grande merda pra mim. Eu sai da faculdade e parei para abastecer.

Eu: Oi Paulinho.

XX: Oi Nicole como você tá? – ele veio sorrindo. Ele que sempre abastecia meu carro, era um rapaz muito bacana tinha 25 anos.

Eu: Eu to bem e você? Como tá o filhinho e a Mariana?

XX: Eu to bem, estão bem também graças a Deus. Tá precisando calibrar hein?

Eu: Nossa, é mesmo. Faz isso pra mim? Sabe que eu não levo jeito né?

XX: Eu sei, você quase explodiu o posto da ultima vez – gargalhou. Eu desci do carro enquanto ele abastecia logo passei o cartão e ele entrou no carro para calibrar pouco a frente.

Eu: Eu vou comprar uma água ali dentro – entrei na conveniência do posto comprei duas garrafas de água, tomei uma inteira e quando saia fui abordada por um homem.

XX: Fica quieta que nada vai te acontecer.

Eu: O que é isso... Leva minha carteira meu celular, mas não me machuca, por favor. – pedi nervosa.

XX: Você – falou com a moça do caixa – Tranca a porta – ela saiu rapidamente e trancou a porta e voltou para trás do balcão. – Senta no chão e não sai – eu me sentei e a moça do balcão também. Ele deu uma volta dentro da loja não tinha mais ninguém. Os frentistas do posto viram que tinha algo aconteceram e pegaram o telefone. Logo ele voltou pegou um banco e sentou de frente pra mim. – Nicole né? – sorriu um pouco nervoso.

Eu: Como sabe?

XX: Eu sei tudo sobre você. Está com 18 anos agora. Foi adotada por 2 mulheres. Elas são donas de empresas. Uma é empresa de artista e outra de roupa não é? O carro que você chegou é seu? Aquele azul escuro?

Eu: Sim, pode levar. Toma meu celular, minha carteira tem 300 reais, pode levar também, mas me deixa sair daqui, deixa nós duas sairmos daqui. – tentava ficar calma, estava com medo dele me machucar.

XX: Eu não quero seu dinheiro.

Eu: Então porque tá fazendo tudo isso? O que você quer de mim? Porque sabe tudo isso de mim?

XX: Não me reconhece?

Eu: Não, eu não faço a mínima ideia de quem seja o senhor.

XX: Eu sou seu pai. – aquilo foi um choque pra mim.

Eu: Moço eu não tenho pai. Eu tenho duas mães.

XX: Sim você tem pai e tem mãe também. Meu nome é Leandro Silva Monteiro e a sua mãe se chama Sabrina Alves Monteiro. A assistência social tirou você de nós, porque a gente não tinha condição de cuidar de você de te dar coisa boa pra comer e pra vestir.

Eu: Não. A minha historia não é bem essa. Eu era constantemente agredida e humilhada pelos meus pais biológicos e por isso eu fui tirada deles. Eu agora tenho duas mães, então você não é meu pai e nem essa senhora é minha mãe.

XX: NÃO FALA ASSIM – me deu um tapa na cara. – Ela é sua mãe sim. Ela não deixou de pensar um minuto em você. Ela foi pra reabilitação por você e eu também. Ela ficou lá 3 anos e quando saiu você já tinha sido adotada e não quiseram falar quem adotou você. Eu demorei mais a ir pra reabilitação. – ele vagava o olhar – A Sabrina mudou de vida, voltou a estudar, fez curso técnico de enfermagem começou a trabalhar com idosos. Todo mundo gosta dela. Comprou uma casinha, a gente acabou de pagar a casa tem 3 anos. Modesta, mas arrumadinha. Você tem dois irmãos sabia? Davi tem 7 anos e a Gabriela tem 4 anos. Inteligentes. O Davi é um pouco levado – ele riu – Mas ele é muito inteligente. Aprendeu a ler com 3 anos acredita? A Gabriela já sabe ler também. Sua mãe tem 40 anos, tem o sorriso bonito, mas tem um brilho que ainda falta no olhar dela que é você.

Eu: Como me encontrou?

XX: Eu trabalho como motoboy numa empresa e eu fiz uns serviços de entrega. Uma dessas foi na Colcci e quando a moça assinava os papéis você tava lá. Tinha ido buscar alguma coisa pra sua mãe. E ela falou seu nome. Você se parece muito com a Sabrina e a Gabriela. Empresa de moda, a filha da dona chama Nicole que é o nome da minha filha pela aparência tem 18 anos e os traços da sua mãe, só podia ser você. Então eu segui você e vi você entrando na faculdade, guardei o nome e a placa do seu carro e voltei a trabalhar. Quase todas as manhãs via você chegar.

Eu: E porque você tá fazendo tudo isso? Olha lá fora, já tem policiais lá fora, a Inteligência já tá lá fora e a essa hora já sabem quem você é. Se queria falar comigo, porque não pediu pra falar com a minha mãe quando soube onde era a empresa dela ou me parou na porta da faculdade? Embora eu não quisesse contato, seria melhor que causar tudo isso. – apontei pra fora.

Ele parecia pensar. Ele não tava bem, tinha alguma coisa errada. – Acha que seus filhos pequenos vão se orgulhar de ver o pai em todos os canais de televisão, na internet e o pior, preso acusado de sequestro? – ele deixou cair uma lágrima. – Eu vou levantar abrir aquela porta e vou deixar essa moça sair, ela não tem absolutamente nada com isso – me levantei e pedi que ela abrisse a porta e saísse e ela saiu com calma. Ela já tinha entendido o que estava acontecendo ali. Ele não era um sequestrador e com certeza aquela arma dele nem de verdade era. Ele parecia ter saído do ar aquela hora. Olhei no meu relógio e já estávamos ali a cerca de 1 hora. – Eu vou embora daqui, tenho que pegar minha irmã no colégio. – ele me segurou.

XX: Não você não vai – apontou a arma pra mim.

NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.Onde histórias criam vida. Descubra agora