PRISCILLA NARRANDO...
Eu estava há mais de 8 horas em trabalho de parto. A dor era insana. Eu tremia sem parar, mas eu teria meu bebê sem medicação alguma. Quando deu 10 horas minha bolsa rompeu de vez e eu já estava dilatada o suficiente. Fui para a banheira, fiquei de cócoras e Natalie me segurando. Era a posição que eu me sentia mais confortável. No quarto estavam duas enfermeiras, a Luiza, minhas duas filhas, a Natalie, as duas fotografas e a pediatra. Eu empurrei por cerca de 20 minutos e não aguentava mais, eu estava exausta. O choro foi inevitável. O medo bateu com muita força. A Natalie tava assustada, e tentava não demonstrar, mas eu conhecia minha mulher. A Nick se aproximou e me passou uma força absurda. Segurei a mão dela com uma força absurda e fiz força... Na segunda vez eu tirei uma força da alma e o resto de força que eu tinha saiu num grito que foi seguido do choro do meu filho. Deixei meu corpo cair na banheira e relaxar e a Luíza o colocou no meu colo. Eu recostei na Natalie e chorei. Eu não conseguia olhar pra ele, eu tinha medo de abrir os olhos e não ser real. Eu o abraçava enquanto a enfermeira o limpava e ele parecia não gostar daquelas mãos mexendo nele, o esfregando. Quando eu o olhei, eu senti meu coração explodir.
Eu: Oi meu filho... Oi meu amor... Bem vindo príncipe da mamãe... – o beijei – Ai amor eu te esperei tanto filho – ria e chorava. – Eu sou sua mamãe meu amor – ele parou de chorar e ficou me olhando. – Tá namorando a mamãe? É, eu sou a sua mamãe, eu falava com você o tempo todo – ele me encarava. Quando me dei conta, tinham flores e velas na banheira. Não ouvia vozes de ninguém ali, além de uma musica bem baixinha. Eu observava cada pedacinho dele. Vi que a Natalie cortou o cordão e ficou fazendo carinho nele. – Ele é perfeito amor – falei baixo e ela me deu um selinho.
Nat: Sim, ele é perfeito... Parabéns amor, você foi muito guerreira. Eu te amo.
Eu: Te amo... – fiquei mais cinco minutos com ele ali... Logo a pediatra o pegou para pesar, fazer os testes com ele. As enfermeiras me ajudaram a sair da banheira e a tomar um banho. Eu não sentia mais dor, além de dores musculares, pelo esforço. Eu tomei banho, lavei cabelo, coloquei pijama confortável, estava limpa. Quando sai do quarto só a Nick estava ali. – Cadê todo mundo?
Nick: Subiram para o quarto que vai ficar, eu fiquei pra te esperar. – me sentei na cadeira de rodas e subimos. O quarto tava preparado com balões, com as lembrancinhas de visitantes, a Natalie tava com ele no colo, a enfermeira da pediatria logo entrou para dar banho nele, ela me explicou várias coisas, o trocou e me deu. Quando ele pegou meu peito doeu bastante, mas ele não teve dificuldade. A pediatra logo entrou.
XX: Oi... Ele pegou bem?
Eu: Sim. Doeu bastante.
XX: Sim, nas primeiras vezes doi mesmo tá... Ele está muito bem, apgar foi em 9, respiração tá ok, pulmões, reflexos, audição, visão, movimentos. Ele mede 43 centímetros e pesa 2,750. Ele é pequeno, mas é muito saudável tá... Já tomou duas vacinas – me explicou muitas coisas e saiu. Minha mãe chegou e chorou horrores, ela sabia o quanto eu queria um filho, vindo de mim, o quanto eu era feliz com as minhas filhas, mas eu desejava gerar uma criança. Logo ele dormiu eu almocei estava com fome e aproveitei pra dormir também e a Nat com a Nick foram em casa. Dormi por umas 3 horas. Acordei com o Theo resmungando.
Eu: Oi... – sorri. A Diorio tava com ele no colo.
Diorio: Ele é tão fofinho.
Eu: Ele é lindo né?
Diorio: Sim.
Eu: Chegou tem muito tempo?
Diorio: Uns 20 minutos. Ai ele resmungou eu o peguei, mas acho que ele tá com fome, tá chupando a mãozinha. – o entregou para mim.
Eu: Oi pequeno... – sorri.
Diorio: Você tá linda assim sabia?
Eu: Assim como?
Diorio: Toda babona... Não que você não babasse pelas suas filhas, mas é diferente né?Eu: Bastante – sorri. Logo ele já tava mamando. – Foram quase 9 horas de trabalho de parto, e horas insanas Nathy, mas passaria tudo de novo viu. Olha que benção, que perfeição divina.
Diorio: Sim, ele é perfeito. E as meninas o que estão achando?
Eu: Estão curtindo, ainda não caiu a ficha delas direito eu acho. A Nick ficou aqui o tempo todo. A Bela chegou quase na hora do parto e a Nina ainda não veio. A Nat vai trazê-la amanhã pela manhã. Eu vou embora só a tarde, ai vai vir com ela. Mas eu e ela estamos muito felizes. Estamos nos sentindo completas. – o celular dela tocou e ela saiu para atender e logo voltou.
Diorio: Eu preciso ir, tenho um compromisso eu vou ver vocês em casa tá – me deu um beijo.
Eu: Obrigada por vir. E obrigada pelo presente – tinha uma sacola na beira da cama.
Diorio: Imagina... – ela deu um beijinho no Théo e saiu.
Eu: Você é muito lindo filho, eu te amo demais meu amor. – comecei a chorar – Meu Deus parece um sonho. – falava com Deus – Você é de verdade mesmo pequeno? – ele mamava e me olhava. Ele tinha os olhos castanhos bem escuros. Eu estava muito emocionada. Estávamos sozinhos no quarto naquele momento. – Seus dedinhos são tão pequenos filho, eu tenho medo de te quebrar – ri. – Você é muito amado viu, você é extremamente amado. Suas irmãs, sua mãe e eu. Eu sonhei muito com você meu amor. Você não faz ideia da loucura que é a nossa casa. – ri – Suas irmãs vivem brigando, sua mãe vive gritando pela casa as vezes, sua irmã mais nova é louquinha as vezes e agora está na fase de perguntar "porque" pra tudo. Seu quarto é lindo meu amor, a gente fez um quarto lindo pra você. Ah... você tem um cãozinho ele se chama Douglas. Você vai adorar ele. – a porta se abriu.
Bela: Oi... – sorriu.
Eu: Essa é a sua irmã mais doida – rimos.
Bela: Mama... Não fica denegrindo minha imagem pra ele. – o beijou – Oi bebê...
Eu: Ele é lindo não é?
Bela: Ele é perfeito. Mas eu vou precisar de terapia.
Eu: Por que?
Bela: Eu vi sua vagina... E vi uma cabeça pra saindo por ela e depois um corpinho... – olhava pro nada e eu ri.
Eu: Você supera...
Bela: Acho que não... E eu acho que depois disso não vou querer ter filho... Não faz sentindo pra mim... – abriu as pernas – Passar um bebê por aqui... – ela tava indignada.
Eu: Tá bom Bela, menos filha – gargalhei e assustei o Théo. – Desculpa filho a mamãe te assustou. – fiz carinho nele. Minha mãe logo voltou tinha ido comer, a Luíza passou para ver o afilhado ficou babando nele o máximo que pôde. A Letícia com a Maria Clara também estiveram lá. E no fim da tarde a Natalie voltou com a girafa já embrulhada que tínhamos esquecido. A Nick foi buscar a Bela ficou um pouco com o irmão no colo e foi embora. Eu tomei banho, jantei, dei mama e dormi. Acordei por volta de meia noite e meia, ele tava chorando, a Natalie tava trocando a fralda dele.
Nat: Hei filho, calma, a mama tá te deixando limpinho já – eu me sentei na cama – Olha só a mamãe já acordou – sorriu e eu retribui. Ela terminou de trocá-lo e me deu. O coloquei no peito.
Eu: Me dá água amor, estou morrendo de sede.
Nat: Dou – pegou água pra mim. Tomei uma garrafinha.
Eu: É real... Amamentação dá sede.
Nat: Muita – sorriu. Ela parecia preocupada.
Eu: Aconteceu alguma coisa? Parece preocupada.
Nat: Não. Nada não, está tudo bem.
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NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.
FanfictionA maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que...