NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.

Capítulo 57

30 DE MAIO...

O tempo passou rápido... A Nick estava bem, ainda tomava remédio para ansiedade, mas estava bem. Ela e o Lipe vivem desentendendo e não vejo esse namoro durando mais tempo que já tem durado. Nicole nunca mais falou dos pais biológicos, nunca quis falar sobre o assunto e não sei se esse silêncio é bom ou ruim. Era minha consulta, já passei por 4 ciclos de quimioterapia e agora saberia se estava funcionando de verdade. Fiz os exames pela manhã e a tarde a Natalie foi comigo até o consultório da Marisa. Eu não parava de balançar as pernas.

Nat: Amor, calma – riu e me deu um beijo.

Eu: Eu estou muito ansiosa amor. Tem noção que isso pode mudar tudo de agora em diante? Ou eu vou ter que ficar nisso por mais tempo, ou faço as que restam e volto a minha vida normal, a nossa vida normal.

Nat: Eu sei... Mas vai ficar tudo bem calma... A gente vai passar pelo que tiver que passar ok?

Eu: Obrigada por estar ao meu lado mesmo eu sendo tão chata as vezes.

Nat: Eu te amo. Na alegria e na tristeza lembra?

Eu: Eu também te amo... – logo me chamaram.

Marisa: Sentem-se. Como tem se sentido Priscilla?

Eu: Os enjoos como sempre né? Mas as dores que eu sentia pelo corpo melhoraram bastante.

Marisa: Sim, eu compreendo.

Eu: A queda de cabelo também parece ter diminuído um pouco, chegou uma hora que pensei que fosse cair todo.

Marisa: O tipo de quimio que você faz, não deixa cair o cabelo todo, é como se fosse uma perda de cabelo por estresse ou qualquer outra coisa menos quimioterapia. Eu recebi seus exames e o nódulo além de ter parado de crescer, ele diminuiu também. – meu coração disparou.

Eu: Jura?

Marisa: Sim. E eu falei com a Luíza também e minha equipe médica e quero te propor fazermos uma cirurgia para retirada dele e uma vez. É minimamente invasivo, em dois dias você vai pra casa, você vai fazer as sessões que faltam que são 2 e fará mais 2 para garantir, mas já livre do câncer. As sessões são para garantir qualquer chance dele voltar.

Eu: Eu topo... Tudo pra ficar livre disso logo.

Marisa: Ok... Vamos fazer um teste pré operatório, vou entrar em contato com você hoje ainda. Vou ver a disponibilidade do hospital, porque essa retirada não pode ser feita aqui na clinica ok? – nos explicou tudo. Fomos para o carro e antes que a Natalie ligasse o carro a puxei e a beijei.

Eu: Eu te amo muito... – voltei a beijá-la.

Nat: Acho que vou te dar boas notícias todos os dias pra você me agarrar desse jeito – riu e me beijou de novo – Deu certo amor... Deu tudo certo...

Eu: Nem to acreditando to com medo de acordar disso e ser um sonho.

Nat: Não amor, não é sonho é real... – fomos embora, e antes passamos na sorveteria que amávamos. A muito tempo não íamos lá. Pedimos nosso sorvete e nos sentamos numa mesinha.

Eu: Acho que já podemos voltar com a ideia de termos um bebê o que acha?

Nat: Uow... Vamos devagar né amor? Ano que vem quem sabe?

Eu: Ué, você queria tanto.

Nat: É, mas muita coisa aconteceu nesse meio tempo né? Vamos devagar, não vamos agir por impulsos de felicidade. E eu vou precisar fazer inúmeros exames.

Eu: É... Até porquê eu não vou poder engravidar mesmo dessa vez – suspirei – Eu já tinha dificuldade antes, e a quimioterapia praticamente acabou com as minhas possibilidades.

Nat: Eu sei que queria muito engravidar amor, mas é nosso bebê da mesma maneira ok? Não fica tristinha.

Eu: Queria muito ter a sensação de ver a barriga crescer, de sentir chutar.

Nat: Não é impossível. Pode ser difícil agora, mas não é impossível amor... – pegou minha mão. Eu sorri de leve. Logo terminamos nosso sorvete e fomos pegar a Nina na escola e em seguida pra casa. Quando subi para o quarto vi a Nick sentada no tapete do quarto dela.

Eu: Filha? – abri um pouco mais a porta e ela me olhou. Ela estava chorando – Tá tudo bem?

Nick: Acabou mãe. – de frente pra ela tinham inúmeras fotos deles, que ela tinha num painel no quarto dela. Entrei tirei o sapato e me sentei ao lado dela a abraçando.