Estávamos na UTI ao lado da nossa filha quando a enfermeira veio tirar o acesso onde a Nina recebia a medicação.
Eu: O que foi? Porque está tirando?
XX: A doutora Nádia pediu senhora... – ela tirou e preparava uma medicação.
Eu: Pri, tem alguma coisa errada.
Pri: Pode nos dizer, por quê? E o que é isso que tá dando pra ela?
Nádia: Boa noite, meu nome é Nádia Bambirra, sou cardiologista chefe.
Eu: Natalie. – apertei a mão dela.
Pri: Priscilla. Somos as mães dela. – apertou a mão dela também.
Eu: O que está acontecendo?
Nádia: Fizemos uma nova análise sanguínea na Nina com dois reagentes, que dão o mesmo resultado e os resultados da Nina deram diferentes. Ou melhor, inconclusivos.
Pri: Como assim? Não estou entendendo.
Nádia: O tipo sanguíneo da Nina é B positivo segundo o primeiro exame feito nela.
Eu: Sim. Ela é B positivo como a Priscilla e eu sou O, sou doadora universal.
Nádia: Sim, vocês sim. Mas os exames apontaram as mesmas deficiências, mas a tipagem sanguínea uma deu positiva e a outra negativa.
Pri: Como isso é possível?
Nádia: Ela tá recebendo agora um reversor, para neutralizar o sangue recebido nos últimos minutos. A Nina tem sangue dourado.
Eu: Como assim?
Nádia: Ela é RH nulo. É um sangue raro que até agora pouco tinham 50 pessoas com esse tipo de sangue. Ela só pode receber transfusão desse sangue, de nenhum outro.
Eu: Então vamos falar com essas pessoas. Elas moram aqui no Rio?
Liz: 50 pessoas no mundo.
Pri: Meu Deus – se sentou. – Ela não pode operar sem o sangue dela não é?
Liz: Não...
Nádia: A Nina acabou de entrar pra uma lista do FDA. Eles farão uma varredura nas pessoas que possuem esse sangue pelo mundo. Não encontramos o sangue em nenhum banco aqui no Brasil.
Pri: A gente freta um avião se for preciso, mas encontrem um doador pra nossa filha. – tremia.
Nádia: Estamos fazendo isso. Enquanto não conseguimos, ela ficará em coma induzido, para o corpo dela trabalhar minimamente até que consigamos um doador pra ela.
Eu: Ela tem uma irmã, eu gerei as duas, os mesmos óvulos, o mesmo doador. Ela pode ser uma possível doadora?
Nádia: Qual a idade dela?
Eu: 14 anos.
Nádia: Ela é uma adolescente. Se ela for compatível, teremos que pedir autorização do conselho médico e do FDA para ela doar, pela idade dela, mas somente como ultima opção. Seria bom se ela fizesse o exame para sabermos se ela é ou não.
Eu: Ok... – elas saiu para ver um paciente na emergência. – Eu to com medo Pri – a abracei.
Pri: Eu também. Mas vamos ficar bem, ela vai ficar bem.
Luciana: Acho melhor irem para casa.
Pri: A gente quer ficar.
Luciana: Priscilla eu sei. Mas ela vai ser isolada agora, para não pegar nenhuma bactéria, nem nada que prejudique ainda mais a saúde dela.
Eu: Não vamos poder ficar com ela então?
Luciana: Infelizmente não. A situação mudou. Ela está em ótimas mãos. Enquanto ela permanecer estável, ela ficará bem. Traga a Isabela amanhã, para testar o sangue dela. – assenti e fomos embora. No estacionamento pedi.
Eu: Dorme lá em casa? Por favor.
Pri: Eu vou pra casa Natalie. Qualquer coisa me liga.
Eu: Priscilla, por favor – solucei. Ela hesitou um pouco e cedeu.
Pri:Ok! Te encontro lá. – entrouno carro dela e saiu.
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NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.
Hayran KurguA maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que...