Capítulo 42

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Adiantando os posts de amanhã...

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Fui para o meu apartamento coloquei o carro a garagem subi entrei e tranquei a porta. Fui tomar banho, e tomei um banho gelado. Minhas lágrimas se misturavam a água do chuveiro. Eu tava com tanto medo. Sai coloquei um pijama e deitei. Tomei um chá que tinha no armário, mandei mensagem pra Luíza perguntando se podia e ela disse que líquidos leves poderia. Tomei o chá e dormi. Acordei de manhã com o celular despertando tinha que ir ao laboratório fazer o exame. Tomei banho fui até a clinica fiz o exame fui ao supermercado comprei algumas coisas pra colocar na geladeira e antes de subir dei ordens para o porteiro não deixar ninguém subir e nem dizer que eu estava no apartamento. Comi um monte de besteira o dia todo. Não atendia telefone, não respondia mensagens. A Natalie não parava de me ligar de me mandar mensagem e eu não lia nada não atendia telefone. A Diorio me ligou. – Alô?

Diorio: Priscilla onde você tá?

Eu: Longe. Precisava ficar sozinha e de silêncio.

Diorio: A Natalie tá louca atrás de você. Está no apartamento?

Eu: Não. Estou num hotel. Eu não quero ver ninguém. E por favor, não fala nada pra ela da doença. Eu ainda não contei.

Diorio: Mas Priscilla... – eu desliguei na cara dela e desliguei meu celular. Fui para clinica na manhã seguinte, era 7 horas. Depois da biopsia eu ficaria por 2 horas de observação e poderia ir pra casa. Recebi anestesia local e foi colhido material. Meu exame de sangue tinha alteração no CA 125 e era mesmo câncer. A analise fica pronta em alguns dias. Quando saia a Luíza me esperava.

Luíza: Sabe que todo mundo está louco atrás de você não sabe?

Eu: Sim e não me importo, eu só quero ficar sozinha.

Luíza: Precisa contar pra Natalie.

Eu: Agora não. Vou embora.

Luíza: Não pode dirigir assim, acabou de passar por uma biopsia ainda tá sonolenta.

Eu: Eu vim de uber, não se preocupe. – dei um beijo no rosto dela o uber já me esperava e fui para o apartamento. Entrei fiz um lanche, deitei e dormi o resto do dia. A noite resolvi pedir uma pizza. Pedi uma grande, abri um vinho. Logo minha campainha tocou, olhei pelo olho mágico e era a Letícia. Abri a porta pra ela.

Let: Oi desaparecida.

Eu: Oi. Entra – ela entrou e eu fechei a porta. – Pedi pizza acabou de chegar quer comer comigo?

Let: Quero.

Eu: Tem vinho, você quer?

Let: Quero. – coloquei a pizza na mesa de centro na sala e nos sentamos no tapete. – A Diorio me contou. Não briga com ela por isso. Ela está preocupada com você e quando cheguei vi seu carro na garagem. Ninguém sabe que você tá aqui né?

Eu: É...

Let: E o que pretende fazer?

Eu: Não sei Lê. É tudo tão confuso eu to com tanta raiva de tudo. Não quero falar disso agora. E você e a Maria Clara como estão?

Let: Estamos muito bem. Estamos ótimas na verdade. Ela vai sair do apartamento dela e vai vir morar comigo. Dividir despesas. Ela vai ter o quarto dela, a privacidade dela, mas ainda somos namoradas que respeitam a individualidade.

Eu: Legal isso é ótimo – ela ficou me falando do papel dela na novela que está fazendo e logo acabamos de comer.

Let: Pri, precisa falar sobre isso. Não pode continuar assim e nem fugindo. Eu falei com a Natalie hoje e ela tá com raiva e preocupada. Ela não sabe o que está acontecendo, não pode fugir disso pra sempre. Você é casada com ela, vocês tem 3 filhas.

Eu: É assustador – deixei cair uma lágrima – Eu estou tentando digerir isso tudo, mas não consigo. Eu tenho 34 anos, não consigo engravidar, já sofri dois abortos e agora eu tenho câncer de mama. Tenho uma esposa, tenho 3 filhas lindas que precisam de mim e eu não consigo assimilar o que está acontecendo comigo nesse momento. Eu não consigo compreender tudo isso. Hoje eu fiz a biopsia de manhã pra saber se é benigno ou maligno. Eu estou com muito medo disso tudo. – ela me abraçou.

Let: Eu sei que está, e realmente é assustador. Mas você não está sozinha. Você tem a Natalie, suas filhas, sua família, e todas as suas amigas. Eu estou aqui e eu sei que você não queria ter essa conversa comigo agora, mas você precisa Pri – ela já tava chorando também. Eu percebi o quanto minhas amigas ficavam tristes por mim e estavam sofrendo, não como eu, mas tanto quanto eu. – Se for preciso, todas nós vamos mudar nossas agendas, nossas vidas, pra ficarmos com você, para estarmos com você. Você não está sozinha. Sua mulher está furiosa e triste ao mesmo tempo, sem entender nada. Precisa do seu tempo? Ok? Mas se abra com ela primeiro, depois disso você pode passar a semana aqui sozinha se você quiser. Chorar tudo que tiver pra chorar, mas depois você vai levantar a cabeça e encarar essa doença como a pessoa forte que sabemos que você é. – eu a abracei de novo e chorei como uma criança desesperada. Era tudo tão assustador, tão sombrio, eu tinha tanto medo. Eu não disse mais nada, apenas chorei. Me permiti chorar como nunca chorei antes. Letícia ficou comigo até que eu dormisse. 

NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.Onde histórias criam vida. Descubra agora