PRISCILLA NARRANDO...
1 semana. Tem uma semana que nossas vidas mudaram em 100%. Não existia mais ir a empresa, reuniões. Não tinha mais fim de semana com as meninas e sim 24 horas se dividindo entre levar e buscar as meninas no colégio, uma almoça e a outra janta com as meninas. Agora passamos a dividir as noites. Uma noite eu durmo com ela e a Nat com a Nina e na outra eu durmo com a Nina e Nat vai pra casa dormir com as meninas. A Nina segue estável. Se alimenta, dorme, mama, as vezes brinca, mas é monitorada 24 horas. No dia seguinte a tarde eu cheguei lá depois de buscar as meninas no colégio. Elas foram no fim da tarde ver a Nina brincaram com ela e eu fui pra casa, era a minha vez de dormir em casa.
Bela: Vamos conversar um pouco mama?
Eu: Claro amor. Vem – ela subiu na cama. – O que houve?
Bela: A Julia e eu estamos ficando.
Eu: Sério amor? E tá curtindo? – sorri pra ela.
Bela: Muito. Ela é um amor, é carinhosa. Ela é muito especial pra mim.
Eu: Fico feliz filha. Quero conhece-la tá, não vai esconder a garota embaixo da pedra não – ri.
Bela: Assim que tiver mais tranquilo as coisas eu a trago aqui. – conversamos mais um pouco, a Nick veio pedir remédio pra cólica e foi dormir. Eu logo dormi também, eu amava minha cama e embora o sofá cama do hospital seja até bem confortável, nada como dormir uma noite toda na minha verdadeira cama. Meu apartamento é mais perto do hospital que a nossa casa, então no dia seguinte as meninas fizeram mala, com tudo que precisavam e foram para o meu apartamento. Fiz uma malinha pra Nina também pra deixar lá em casa. A Nat disse que faria a própria mala quando fosse pra casa. A Rose passa a ir lá pra minha casa, cozinhar para as meninas e a Marli que limpa a casa da Natalie ia dar uma faxina na casa deixar tudo limpo e depois arrumaria lá e casa.
01 DE JULHO...
Nem sei mais quantas semanas a gente se dividia entre as meninas e a Nina no hospital. Nessa última semana ela descompensou e foi intubada novamente. Ela permaneceria assim por uma semana, totalmente sedada, intubada e na UTI pediátrica. Poderíamos passar somente algumas horas com ela lá. No máximo 2 horas de manhã, 2 horas a tarde e 1 hora a noite. Elas continuavam no meu apartamento por ser mais perto. A Letícia estava sempre presente. Pegava as meninas na escola ou levava quando estávamos muito cansadas. A Nat tem sofrido demais e eu tentando não esmorecer. Tinhamos medo a todo segundo. A viagem para Disney com a escola chegou, seriam 7 dias lá. Bela não queria mais ir pela Nina e eu e a Natalie concordamos dela ir sim seria boa pra ela. Natalie e eu a levamos ao aeroporto para o ponto de encontro da turma. 4 professores também iriam acompanha-los. Eram 50 alunos. Nos despedimos da nossa filha e fomos para o hospital a Nina tava do mesmo jeito, estável. Ela foi levada para novos exames. Ela tava bem letárgica nos últimos dias, e isso tava preocupando demais. Quando ela voltou, ela dormia por causa do remédio que deram pra ela.
Eu: E então?
Liz: Dissecando, levemente, mas continua.
Eu: Liz pelo amor de Deus, não é possível que ninguém tenha aparecido ainda. Não é possível que não exista um banco de dados com os dados dessas pessoas, afinal o sangue delas é raríssimo.
Liz: Eu sei Priscilla. Hoje nos ligaram do FDA e vai ser enviado ainda hoje uma lista com os dados das pessoas mais próximas para doação. Saibam que terão de pagar as custas da pessoa. Os exames de saúde dela no país dela e a vinda a permanência e a volta dela para o país.
Eu: Sim sabemos e temos condições para tudo isso.
Liz: Assim que a lista chegar, vamos falar com vocês.
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NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.
Fiksi PenggemarA maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que...