Capítulo 29

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Na manhã seguinte tomei um bom banho, me troquei fiz o café da manhã, já deixei a mesa posta pra Natalie. A Nick foi para o hospital comigo. – Bom dia – falei entrando no quarto.

Nat: Bom dia. – sorriu de leve. Ela provavelmente não dormiu essa noite.

Nick: Bom dia mamãe – deu um beijo nela.

Nat: Bom dia amor. Tudo bem?

Nick: Sim e a senhora?

Nat: Exausta. – a Nina tava mamando no peito.

Eu: Não conseguiu descansar?

Nat: Não. Ficou a noite toda assim, pendurada no peito. Meus seios estão ardendo já. Chorou muito a noite, queria tirar o soro, queria tirar a fralda coisa que ela nunca fez. Ela ta irritada, de ter que ficar nesse quarto o tempo todo.

Eu: Eu vou perguntar a médica hoje se podemos leva-la ao jardim um pouquinho. Se podemos fazer um cantinho nesse quarto de brinquedos pra ela.

Nat: Sim... Me leva pra casa? Eu to muito cansada, não quero dirigir assim. Por mais que seja perto.

Eu: Levo. Fica com ela Nick?

Nick: Fico – disse abrindo o notebook. Mesmo de férias ela tem estudado muito por causa do vestibular no fim do ano. Natalie pegou as coisas dela os pijamas sujos da Nina pra lavar e fomos pra casa.

Nat: Saudade da minha casa. – resmungou.

Eu: Qual o problema com meu apartamento? – a olhei.

Nat: Nenhum. Mas eu sinto falta da minha casa, das minhas coisas.

Eu: Hum... – me incomodei com aquilo. Não sei porquê, mas me incomodei. Subi com ela, peguei os pijaminhas da Nina e coloquei tudo para lavar. – Estou indo tá.

Nat: Tá bom obrigada. – piscou pra mim. Sai de lá e passei no shopping ali perto, fui numa loja de brinquedos e comprei aqueles tapetes coloridos enormes comprei uma cozinha de brinquedo, comprei bonecas, quebra cabeças para crianças de ate 02 anos, giz de cera, caderninhos com desenhos para colorir e um pacote de folha sulfite. Comprei alguns livrinhos de historia, mais alguns brinquedinhos que sei que a Nina gosta. Voltei para o hospital ela tava dormindo e a Nick estudando. Fui até a ala das enfermeiras e perguntei se a doutora Nádia estava no hospital então ela me encaminhou até a sala dela.

Eu: Doutora Nádia?

Nádia: Nádia dona Priscilla – riu. – Não precisamos mais dessa formalidade. Entra...

Eu: Obrigada – ri.

Nádia: Algum problema com a Nininha?

Eu: Ela tá bem entediada, a Natalie disse que ela ficou a noite toda no peito. Acho que por não sair lá fora pra brincar nem nada.

Nádia: É, ficar em um quarto o tempo todo é entediante. Infelizmente a condição da Nina não permite que ela brinque lá fora, ela não pode pegar nenhuma bactéria ou se misturar com outras crianças para evitar que fique doente ou o quadro dela piore antes da cirurgia.

Eu: Entendo. Eu comprei vários brinquedos, coisas que ela gosta de brincar em casa, um tapete grande pra colocar a criança no chão mesmo, e gostaria de saber se posso usar um cantinho lá do quarto arrastar algumas coisas pra fazer esse cantinho pra ela.

Nádia: Claro que pode. Faça como achar melhor. Mas antes peça a uma enfermeira álcool 70% e desinfete todos os brinquedos, o tapetinho também tá.

Eu: Eu comprei um em spray pra ficar mais fácil. Obrigada Nádia.

Nádia: Imagina. Eu pedi para agilizarem os resultados da Anna, devem me entregar ainda hoje a noite. Se tiver tudo ok, ela poderá doar amanhã duas unidades, uma para melhorar a questão da anemia e a outra para a cirurgia.

Eu: As outras duas moças embarcam amanhã a noite.

Nádia: Ótimo. – sorriu e eu sai. Fui até a ala das enfermeiras novamente falei com elas que a Nádia autorizou. Eu tinha comprando um álcool em spray pra ficar mais fácil de limpar. Estávamos num quarto particular, que tinha uma sala de visitas com um sofá cama e uma mesinha, que era dividida por uma porta de correr. Depois era o o quarto com uma poltrona reclinável a cama, um armário, uma mesinha para tomar café, o banheiro, a TV ao lado e um espaço legal para espalhar brinquedos. A Nick me ajudar a mover algumas coisas, mudamos a mesinha de tomar café para a parede que não tinha nada e montamos o cantinho dela ali perto da janela que era grande e tinha vista para muitas arvores e batia um sol pela manhã. Limpamos tudo e fizemos uma mini brinquedoteca pra ela. Apanhei da cozinha, não conseguia montar o fogão de jeito nenhum e a Nicole ria horrores.

Eu: Não tenho habilidade pra montar brinquedos – suspirei me sentando no chão.

Nick: Lembra quando deu a bicicleta pra Isabela e ficou 3 dias tentando montar?

Eu: Ah filha era uma bicicleta não um fogão.

Nick: Mãe, é um fogão de bebê uma geladeirinha e uma pia. Eu já montei tudo e a senhora tá no fogão a mais de uma hora – ria.

Eu: Filha da mãe. – dei um tapa nela rindo. Falei com a Bela, que estava se divertindo horrores na Disney com os amigos e veio com a ideia de fazer a festa de 15 anos dela lá, levando todas as amigas dela. Eu desliguei na cara dela. Aquilo pra mim era uma proposta indecente. Minhas filhas vão me falir. A Nina acordou troquei a fralda dela, ela fez um lanchinho e quando viu o cantinho dela pra brincar, ela ficou toda contente. Brinquei com ela por uma hora mais ou menos e depois a Nick sentou com ela lá. Ela não poderia sair do tapete. Era grande, mas resolvi que compraria outro pra ela poder movimentar mais ali dentro. A Luíza passou lá no fim da tarde, a Nina tava chorando. Tinha acabado de tomar banho queria mamar, mas queria mamar na mãe dela. Eu liguei pra Nat e ela já tava indo. – Amor olha pra mama... A mamãe já está vindo. Fica calma. – a abracei e beijei.

Luíza: Oi...

Eu: Olha quem chegou filha, a tia Luíza.

Luíza: Oi meu amor – higienizou as mãos. – Porque você tá chorando assim?

Nina: Mama, mamãe...

Luíza: Ah tá.

Eu: A Natalie já tá vindo dar mama pra ela.

Luíza: A mamãe já tá chegando amor da tia... – a beijou – Oi Nick.

Nick: Oi Luh...

Luíza: Concentrada ai em que?

Nick: Estudando para o vestibular.

Luíza: Ah sim... E ai como você tá? – me olhou.

Eu: Cansada, mas estou bem.

Luíza: E a Natalie?

Eu: Do mesmo jeito que eu.

Luíza: E vocês duas? – eu suspirei.

Eu: Não sei o que somos Lu... Sinceramente não sei.

Luíza: Ela já entregou os papeis para a advogada dela? Pra firmar o divórcio? – a Nick respondeu.

Nick: Não – respondeu sem tirar os olhos da tela do computador.

Eu: Não? – fiquei surpresa.

NATIESE EM: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ.Onde histórias criam vida. Descubra agora