| CAPÍTULO 6 |

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VOTEM ○

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CORA HAWKINS

A semana se passou sem que ninguém entrasse em contato comigo, só na sexta feira o agente Marshall me ligou falando que eu poderia dizer a meu irmão tudo. Digo que vamos fazer isso na segunda mais meu coração bate forte por medo, não que meu irmao irá fazer algo comigo mas do que pode acontecer depois disso.

Me arrumo para trabalhar com um vestido colado brilhante e botas, acho que vou aproveitar meu trabalho na boate para me divertir um pouco hoje. Minha mente está em completa loucura depois dessas semanas tensas.

Chego na Júpiter já vendo o Ivo me olhar de cima a baixo deixando claro sua opinião, pisco para ele e peço uma bebida, vantagens de trabalhar em uma boate. Com um copo de coquetel maravilhoso subo para meu escritório fazer meu trabalho pois a noite é longa. As próximas horas eu passo organizando papeladas e resolvendo problemas, próximo as 3 da manhã meu irmão entra no meu escritório e se senta sem dizer nada.

- Caio?. - chamo e vejo ele me olhar.

Quase não o vi a semana toda na boate e ele também não falou comigo além de perguntar se eu estava bem por mensagem. Continuo olhando para meu irmão que começa a olhar para a parede deixando claro que não vai falar comigo, da última vez que conversamos como irmãos foi quando ele gritou comigo por eu não ter ficado em Londres e eu o expulsei da minha sala. Meu coração dói um pouco antes de eu aceitar seu silêncio.

Uma hora depois termino meu trabalho arrumamos minhas coisas e saindo com meu irmão me seguindo, primeiro ignoro porque ele sempre faz isso quando estou de saída mas depois acho estranho quando vejo o carro dele me seguir. Sinto meu coração bater mais forte e respirando fundo eu lembro que é apenas meu irmão, não tenho ideia do que pode querer mas ainda é ele. Desço do carro indo para meu apartamento deixando a porta aperta para ele que entra logo em seguida.

Paro no meio da sala a e me viro.

- Vou tomar um banho já que que ficou mudo. - falo chateada.

Entro no banheiro do meu quarto tomando um banho relaxante e tentando não pensar se o que eu fiz foi errado. Silenciando meu coração que grita que meu irmão pode acabar preso, ligo para o número que a Grigorieva me deu e falo o que está acontecendo no meu apartamento. O homem que atende o telefone não fala muita coisa e eu fico um pouco frustrada por não ter sido o Marshall. O agente Malik fala que se eu precisar de ajuda é só gritar, não entendo nem acho que preciso mas não tenho tempo de falar pois logo o telefone foi desligado.

Depois de vestida saio do quarto e encontro meu irmão na cozinha com panquecas na sua frente junto com café. Em silêncio me aproximo mais antes de por um pedaço de comida na boca ele me interrompe.

- O que você fez?. - pergunta em pé atrás do balcão e de frente para mim.

Termino meu movimento e passo alguns minutos para engolir.

- Eu sei que você abriu o computador da Flora e viu algo, o que você fez?. - pergunta de novo olhando nos meus olhos.

- Como você sabe?. - me atrevo a perguntar.

- Como?. - fala alto passando a mão no cabelo. - Câmeras de seguranças Cora, você achou que não tinha?

- Eu acho que fiz o certo. - digo por fim.

- Acha? Você quase ia ser morta por achar algo?. - fala me assustando. - Sim, eu tive que apagar aquelas merdas e depois passar uma semana fingindo procurar o culpado para ter mexido naquela droga de computador!

- Desculpa mas eu... - sou interrompida por ele.

- Eu o que Cora? Eu vou no inferno e volto por você quantas vezes for necessário, mas não faça isso novamente. - ordena.

- Eu não quero que faça nada ruim por mim Caio, eu quero que tenha a droga da vida que você me deu. - me levanto largando o prato. - Eu não faço ideia do que você fez para que eu esteja nesse maravilhosos mundo perfeito, não me importo também, mas por favor me deixa te ajudar a sair.

- Não existe saída Cora, irmã entenda isso. Esqueça o que você viu, o que quer que seja. - por um único segundo vejo sentimento no meu irmão.

- E quando descobrirem que foi eu? Você apagou mais não dá para fingir que ninguém mexeu no computador. - digo.

- Eu já dei um jeito nisso. - somente pela postura que meu irmão adota ao dizer isso faz meu coração doer.

- Eu não quero isso Caio...- começo a chorar com um soluço. - Por favor irmão...

- Minha irmãzinha, eu faço qualquer coisa para você não acabar morta. - diz pegando meu rosto.

- E você?. - pergunto vendo seus olhos ficarem negros.

- Você vai entender que eu já morri faz tempo, só tenho que garanti sua chance de viver. - meu irmão está quebrado e eu não posso deixar isso.

- Contei para polícia. - digo rápido vendo o choque nele.

- Quem? Ainda se pode resolver. - diz determinado.

- Quero que ajude eles a acabarem com isso tudo.

- Eles quem Cora? O mundo tem o seu preço e você pode ter falado com pessoas compradas.

Paro um segundo, eu vi a equipe e também percebi o vínculo emocional que eles têm com o caso. É impossível a unidade 09 ser corrupta, eu confio no agente Marshall, sinto que posso confiar nele.

- Eles não são.

- Como você sabe?. - fala andando de um lado para o outro.

- Eu falei com eles uma semana atrás, pelo que você diz eu já estaria morta se fosse. - digo minha lógica.

- Você tem que desmentir tudo, dizer que foi um erro e depois voltar par... - começa a falar rápido.

- Não! confia em mim Caio. - peço já sem energias. - Eu confio neles e nada vai acontece comigo, eu pedi um acordo, se você ajudar eles podem te ajudar depois.

- Eu tenho certeza que eles não podem me ajudar. - diz com uma expressão sombria.

- Eu não vou desistir, você não merece isso. - digo olhando para ele.

- Eu desistir por nos dois, quando nosso pai era vivo, ele disse que iria te por em uma casa..

- Que casa?

- De prostituição, ele ia te mandar para lá mas eu não deixei. Eu falei que faria de tudo mas ele não poderia interferir em nada em relação a você, esse foi o acordo.

Escuto a confirmação do que eu já sabia: meu irmão parou sua vida para garantir uma para mim digna. Se o Caio não me amasse eu estaria me prostuindo ou talvez nem viva mais.

- Você pode ter desistido, mas eu vou lutar por você. Mesmo que não queira irmão, eu te amo tanto. - digo chorando indo me agarrar a ele.

Alguns minutos depois meu irmão me leva para o sofá se soltando de mim e saindo me fazendo chorar ainda mais.

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Eita....

AXEL | Irmãos Marshall - L.2 |Onde histórias criam vida. Descubra agora