Descemos da nave e um séquito de mulheres vinha em nossa direção. Reconheci a primeira da fila imediatamente.
— Que merda! Só pode ser piada. – Praguejei baixo.
— O quê? – Tânis cochichou me olhando. Apenas neguei com a cabeça, pois elas se aproximavam.
Me mantive quieta, então ouvi Tânis ao meu lado falar com o séquito.
— Rainha Verena. – Ele se curvou.
— Rei Tânis. – A mulher assentiu para ele e olhou para mim.
— Oi mãe. – Cruzei os braços sem me curvar.
— Mãe?! – Tânis rapidamente desfez sua mesura para olhar surpreso para mim e depois para a rainha.
— Valquíria. – Ela disse simplesmente, nem um pouco satisfeita em me ver – O que a faz pensar que tem o direito de estar aqui?
— Não penso. Não viria por vontade própria, mas não tive escolha. Não se preocupe, tenho um aviso importante e só. Depois nunca mais vai me ver, prometo.
— Majestade, isso é completamente irregular. – Outra mulher se manifestou ao lado dela – Ela não tem direito de falar com a senhora ou com o conselho sem ser provada.
Eu ri e meneei a cabeça.
— Desdenha de nossos costumes criança? – A mulher se voltou para mim.
— Não preciso falar com nenhuma de vocês, senhora. O rei Tânis quem precisa. O protetor natural de vocês é ele e não eu. Mas não vou atrapalhar. – Então me dirigi a ele – Quer que aguarde na nave?
— Valquíria! Você não vai chegar em minha casa, ser desrespeitosa e simplesmente se virar e ir embora. – Minha mãe falou autoritária.
— E o que quer que eu faça? São suas regras que dizem que não posso falar com você. Linguagem de sinais? – Ergui a sobrancelha e senti Tânis apertar meu braço.
— Íria, por favor. – Ele pediu baixo. Mas é claro que minha mãe ouviu.
— Íria? O rei dos predadores chama a minha filha de Íria. – Ela se indignou e comecei a vê-la ficando vermelha.
— Por quê? Não usam apelidos neste lugar? – Ergui a sobrancelha – Bem, no reino dele eu tenho vários, acredite, esse é o mais normal.
— O que você se tornou, Valquíria? – Ela estreitou os olhos para mim.
— Bem, se dependesse do lugar onde me deixou seria escrava ou prostituta, mas escolhi medicina, é mais limpo. Então se quiser formalidades, Doutora Mares, por favor.
— E desde quando seu sobrenome é Mares, Valquíria? – Ela ergueu a sobrancelha para mim.
— Desde que o meu pai me deu ele. – Rebati desafiadora.
Essa foi a primeira vez que vi minha mãe realmente surpresa e de olhos arregalados. Sua vermelhidão de nervoso até sumiu.
— Quando viu Tristan? – Ela exalou, mais calma e notei algo em sua expressão que não sabia definir, mas de alguma forma aquilo me desarmou um pouco e deixei o sarcasmo de lado.
— Cinco anos atrás. Ele me encontrou, como sempre. Desde então, nos vemos de vez em quando em Brice. – Contei calma.
— Você vai passar pela provação e então temos muito que conversar – Ela suspirou e olhou para o mar, bem ao lado do pátio.
— Senhora, ela não tem idade... Olhe para ela! Não tem nem tamanho para isso. – Uma das outras mulheres do séquito se manifestou.
— O que eu te disse? É automático. – Comentei olhando para Tânis e ele sufocou uma risada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Valquíria Mares
Random**** OBRA CONCLUÍDA **** Agora vocês perguntam: Quem é você? E eu respondo: sinceramente também gostaria de saber. Fui criada apenas sabendo meu primeiro nome: Valquíria. Minha mãe, só me permitia chamá-la de "mãe", então não sabia seu nome. Meu pai...