Capítulo 55

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Hoje iniciamos a experiência. Apliquei a primeira versão da nova droga nos internos e preenchi os relatórios do experimento. Examinando cada um e mandando tudo para o laboratório eletronicamente.

Halfass ao descobrir que eu não morri com sua tentativa estúpida tentou me atacar e garanti que não o faria mais. Quebrei suas duas pernas e levei uma cadeira de rodas para uso higiênico para o quarto dele, deixando-a ao lado de sua cama, para que se virasse sozinho. Não tinha tempo para ficar batendo nele sempre que decidisse me provocar.

Terminei meu trabalho do dia, fiz a última aplicação em Ellen e disse a ela que era médica, podia muito bem tirar sua própria amostra no horário certo e realizar o último teste. Se estivesse curada, podia sair com as próprias pernas do isolamento.

Valéria, hoje com menos atribuições, estava muito curiosa sobre meu relacionamento com Dante. Conversamos um pouco, comigo me esquivando o máximo possível, mas por sorte nossa mãe a chamou no foco e consegui fugir. Voltei ao meu apartamento para estudar.

Claro que não esqueci do treinamento e desci com Aria no horário. Dante agora nos atacava juntas. Chamando a atenção de Aria para o fato de me deixar desprotegida. Uma deveria proteger a outra. Não gostei da nova modalidade de treinamento porque em meia hora ela estava ilesa, enquanto eu tinha hematomas por toda parte das brechas na defesa dela.

Ele acabou concluindo que ela estava usando as armas erradas e lhe deu uma lança.

— Fala sério! Como não percebeu isso muito antes? – Me indignei, afinal ele a treinou por dois anos, como não concluiu que a arma estava errada nesse tempo?

— Porque só agora ela está realmente tentando. Não tinha como notar se ela não tentasse. Até lhe dei uma lança antes, mas ela não usou. – Ele contou e estreitei os olhos para Aria.

— Desculpe. – Ela murmurou constrangida.

A outra metade do treinamento, pelo menos, pude passar a pomada cicatrizante, enquanto ele a ensinava a manejar a lança, girando nas mãos e usando toda sua extensão não só como arma, mas como um escudo também.

Nem acreditei quando vi Aria girar a lança de maneira confortável e conseguir aparar e deter os primeiros ataques de Dante. Definitivamente a lança era a arma dela.

Valéria entrou na sala de treinamento quando Dante mais uma vez nos atacava juntas. Desta vez Aria conseguiu impedir que ele me acertasse e graças a isso eu conseguia revidar alguns dos ataques dele.

Ao final do treinamento, nós duas suávamos e arfávamos, enquanto Dante nem parecia ter lutado. Mas conseguimos melhorar muito. Valéria acompanhou tudo em silêncio, mas podia sentir sua apreensão.

Dante mais uma vez foi embora, sem me dizer se voltaria mais tarde e eu e Aria subimos, com Valéria em nosso encalço.

Tomamos banho, jantamos com Valéria e só depois que Aria se recolheu nos desejando boa noite que Valéria mencionou sua preocupação.

— Quando me disse que ainda estavam juntos, não imaginei que ele estava na superfície. – Ela observou.

— Só durante à noite. – Resumi.

— Miniatura, por quanto tempo pretende levar essa relação? – Ela se preocupou.

— Enquanto durar, Valéria. – Exalei.

— Como ele apareceu aqui?

Contei sobre a sala de treinamento, da identidade mortal pela qual era conhecido em Zarov, das conversas com todos sobre a preocupação deles etc.

— E mesmo com todos preocupados, você continua com isso? – Ela ergueu a sobrancelha para mim.

— Não sinto o mesmo que vocês em relação a ele.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora