Capítulo 28

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Olhei para conferir as guerreiras que derrubei, pensando em ver se estavam bem, mas macas eletrônicas já estavam levando as três com alguns acompanhantes para o lado oposto ao qual Valéria me guiava.

— Que etapas? – Perguntei para minha irmã.

— Você passou de forma extraordinária pela provação, maninha. Reduziu o tempo recorde de melhor guerreira do reino de trinta para dois minutos. Ninguém acreditava que você sequer passasse, que dirá em dois minutos. É uma de nós agora, a segunda princesa e na linha de sucessão do trono de Maloria.

— Mas eu não matei ninguém.

Ela gargalhou.

— O quê?

— Deuses! Nunca uma amazona chegou entre nós tão inocente e ignorante quanto a nossa cultura. – Ela ria – Maninha, a prova não é de vida ou morte, você só tinha que vencer. Seu discurso quanto a se recusar a matar foi muito nobre e trouxe orgulho à nossa casa, mas era desnecessário.

— Merda! Eu definitivamente sou a rainha dos vexames. – Bufei.

— Mas me conta, como fez aquilo? Foi simplesmente fantástico!

— Ninguém acredita que posso me defender. Então meio que uso isso. Quando as três vieram em minha direção e corri para elas, acharam que eu fosse tão arrogante ou estivesse ofendida com seus insultos a ponto de me digladiar com elas. Nem passou por suas cabeças que conheço minhas limitações e que estou tão acostumada a ser hostilizada por garotas arrogantes que simplesmente não me importo. Bem, deixei que pensassem isso até que fosse tarde demais. – Dei de ombros.

— Adorei! – Ela me apertou de lado, então mudou de assunto – Eu sei que você e a mamãe tem suas diferenças, ela me contou. Já esperávamos que chegasse aqui querendo esfregar na cara dela que era boa e depois tentasse ir embora desfilando. Quase gargalhei quando li "Dane-se" na sua camiseta – Ela riu.

— Realmente fiz isso de propósito. – Não pude deixar de rir. Mas me lembrei de algo – Podemos passar pela nave? Minha bolsa, com meus pertences e roupas limpas está lá.

— Temos todas as roupas que vai usar, já preparadas para você. – Ela revirou os olhos.

— Valéria, tenho pertences de que preciso naquela bolsa e o capeta do meu gato está lá. Dá pra passar na porcaria da nave?

— Tá! Vamos lá. – Ela me levou até a nave, que felizmente estava destrancada e pude pegar minha bolsa, nem precisei procurar Ox, ele esperava deitado sobre bolsa, peguei ele em um braço e a bolsa no outro.

Então voltei a seguir com ela, para seja lá onde estava me levando. Mas não demos nem dez passos para longe da nave e ela já me questionava de novo.

— O que há entre você e o rei Tânis?

— Bem... É complicado.

— Não há nada de complicado. Está dormindo com ele ou não?

— Valéria! – Fiquei vermelha.

— É uma pergunta simples.

— Não. Quero dizer, não fiz sexo com ele se é o que quer saber. – Fui ficando mais vermelha.

— Pela forma como ele olha para você e a forma que você fala com ele? Não acredito nisso.

— Pode acreditar.

— Mentira!

— Não é. Sério!

— Só vou acreditar se me contar o que há de verdade entre vocês. Como se conheceram? E tudo o mais, pode desembuchar.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora