Capítulo 56

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No final da semana quando meu turno acabou, tive dois corpos para levar para o incinerador, Halfass era um deles. Já debilitado com mais de duas semanas infectado, ter as pernas quebradas foi demais para ele resistir por mais tempo.

Terminei tudo que precisava fazer na área interna do isolamento, passei pela descontaminação química e me dirigi para o laboratório. Encontrando Ox dentro do laboratório escalando a perna de Enzo, que riu para o bichano e acabou ficando com ele no colo.

— Então? Como estamos depois dos últimos testes? – Perguntei a quem quisesse me responder.

— Melhor impossível! – Berty sorriu – Com os últimos resultados estamos prontos para um teste com cobaias predadoras e amazonas.

— Só falta conseguir as cobaias. – Observei.

— Já as temos. – Enzo contou.

— Sério? – Me surpreendi.

— Sim, a Dra. Nora e Polox se voluntariaram. – Július contou – A chamamos aqui hoje para pedir que você e Tânis estejam presentes durante os testes, para algum tipo de emergência...

— Caso não funcione e precisem de material direto das fontes. – O interrompi completando.

— Exatamente. – Phil confirmou.

— Tudo bem. Quando? – Aceitei.

— Queremos que seja o mais rápido possível, pois nossos monitoramentos mostram agitação em Plenur. – Enzo explanou – O tempo urge. Então pensamos em fazer isso hoje à noite, o que acha?

— Por mim, quanto mais rápido melhor. – Concordei.

— Vinte horas, então. – Július determinou.

A essa altura, Laura, a primeira a receber sangue direto de Tânis e continuar o tratamento com as drogas já estava curada. Então me comuniquei com Rosa e consegui uma prova para ela na UMR para o curso de enfermagem. Além da doutora se apiedar da garota e oferecer hospedagem para ela no meu antigo quarto em seu apartamento. Consegui carona para levá-la a Brice, com Arthur, lhe dei um foco que carreguei com minhas sínteses das matérias do ensino básico, livros e instruções de enfermagem, para que estudasse e quase fui sufocada por seu abraço emocionado e grato em nossa despedida.

No horário marcado, pessoalmente inoculei o vírus em Polox e Nora e após o tempo certo, realizei os exames comprovando a infecção, para então iniciar as aplicações do antivírus experimental. Tânis ficou presente e por perto por toda a experiência, tanto quanto eu, preocupado com nossos voluntários.

Com os resultados positivos e animadores, confirmando que humanos se curavam com uma semana de tratamento e as outras espécies três dias, Phil, com toda a equipe que o ajudou no laboratório redigiram, registraram, anexaram dados, imagens e procedimentos e mandaram tudo para a UMR. Para avaliação, teste e aprovação, com a qual o antivírus passaria a ser sintetizado em todos os laboratórios de Zarov e de Maloria. Pois Valéria se comunicou e contou tudo para nossa mãe que já entrara em contato oficial com Tânis e solicitara a fórmula para fabricação.

Claro que Tânis expediu uma nota de urgência para a UMR aprovar e iniciar a produção em massa do antivírus enviando as primeiras remessas para o exército e para os estoques dos institutos de Bergmann, Fortest e Marselha, onde sabíamos que seria mais necessário devido à proximidade das batalhas que estavam em nossas portas.

Somente quando a última providência a respeito do vírus foi tomada que Dante apareceu no meio do dia no instituto.

Estávamos no refeitório comemorando a finalização do nosso trabalho com o antivírus, quando ele passou pelas portas.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora