Capítulo 22

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Tânis saiu do carro e foi para o porta-malas, de onde tirou algumas caixas retangulares que pelo cheiro, continham comida. Pegou algumas sacolas e seguiu na minha frente para a porta. Apertou um botão na lateral da parede ao lado da porta e um escâner o identificou, abrindo a porta para que entrássemos.

Senti a climatização mantendo o ambiente em uma temperatura fresca e agradável e comecei a olhar mais atentamente à minha volta. Percebi desta vez que não era somente o perímetro de segurança que o mantinha tranquilo ali. Os vidros eram blindados, a estrutura interna da casa era de metal, que eu apostava que era resistente a qualquer tipo de projétil também. Agora percebia que o "retiro particular", que ele indicara anteriormente como sua casa, era um tipo de bunker.

— Notou algo a mais que da última vez? – Ele perguntou com um meio sorriso, percebendo minha análise.

— Sim... O exagero de segurança.

— Digamos que prefiro acordar com tempo de reação, em caso de emergência. – Ele se defendeu, colocando as caixas e sacolas na ilha da cozinha – Sente-se, fique à vontade.

Me sentei em um dos sofás e o observei, enquanto tirava algumas garrafas das sacolas, colocando-as no refrigerador, colocou as caixas no forno da parede ao lado e voltou com uma garrafa, que destampara no balcão da cozinha, e duas taças.

Se sentou ao meu lado, enchendo as taças e me oferecendo uma.

— Acho que já bebi demais durante o almoço. – Comentei, pegando a taça de sua mão.

— Talvez, mas pelo menos nos ajuda a falar mais franca e diretamente. – Ele tomou um gole de sua taça.

Provei e era vinho espumante. Suave e delicioso.

— Desde quando temos esse problema? – Ri.

— Verdade. – Ele concordou rindo.

Tomei mais um gole de vinho, tentando reunir coragem para dizer algo. Estava um pouco constrangida, e sem ter ideia do que poderia falar.

Comecei a sentir algo estranho vindo dele, como se o ambiente esquentasse um pouco, mas ignorei. O olhei para determinar o que dizer a seguir e o surpreendi me olhando com uma expressão que não soube identificar, com certeza por minha total falta de experiência.

— O que foi? – Não consegui evitar perguntar.

Ele riu colocando a taça na mesa de centro

— Você é completamente inexperiente. Jamais acreditaria que uma linda mulher não perceberia um olhar óbvio.

— Deixa de palhaçada! Olhar óbvio de que? – Indaguei, virando o último gole da minha bebida.

— A ver crescida sempre me faz esquecer de como foi sua vida nos últimos anos. – Ele suspirou, tirando a taça da minha mão e a colocando junto da sua na mesa de centro.

— Estou ficando um pouco brava aqui. Dá pra ser direto... – Comecei o que seria uma longa reclamação, mas ele me interrompeu aproximando seu rosto do meu e beijando meus lábios.

Foi um beijo leve, mas me deixou vermelha da cabeça aos pés, minha mente em branco e certamente me fez calar a boca.

— Hum, então é fácil fazê-la parar de falar. – Ele brincou me beijando de novo.

Desta vez o beijo se aprofundou, suavemente. Embora nunca houvesse beijado antes, confiei no instinto e na biologia. Parece que funcionou.

Senti suas mãos na minha cintura, deslizando para as minhas costas me abraçando e subi minhas mãos por seu peito abraçando-o pelo pescoço. O beijo se tornou mais intenso e ele me puxou de encontro ao seu corpo. Fui parar em seu colo, tendo passado uma de minhas pernas para o outro lado dele.

Valquíria MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora